4 • Troca de alfinetadas.

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Kênia Martino voou como um vulto rumo à copa

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Kênia Martino voou como um vulto rumo à copa. Ignorou cada chamado desesperado da garota ruiva que corria logo atrás enquanto tentava, inutilmente, impedi-la. Seus punhos cerraram a cada pensamento frívolo em relação à Rico Borelli.

Como ele a levou para uma área isolada?

Como ela sairia dali?

Derrubava tudo em seu caminho, cada mesa com jarro de flores, até as estátuas com armaduras da era medieval. Os jarros que caíam espatifaram-se no chão, causando ainda mais desespero na empregada. Devia ser caro. - especulou, Kênia.

Quando finalmente chegou no cômodo desejado, sentiu um aperto forte em seu braço. Olhou para o lado e encontrou um homem moreno de estatura média. Ele intensificou o aperto, causando-lhe dor, e a mesma, com toda a raiva que possuía, desferiu uma ajoelhada em suas partes íntimas, em seguida, uma cotovelado em seu peito, fazendo então com que ele à soltasse. Outros se puseram em seu caminho, e assim como fez com o primeiro, fez com o segundo. Ignorou os protestos do seu corpo, principalmente das suas costas. A falta de ar por conta das costelas machucadas lhe causou certa dificuldade na luta, ainda assim, entrou numa luta corporal com - aproximadamente - quatro homens. Estaria mentindo se dissesse que foi fácil, lutar contra homens com o dobro da sua força e tamanho sempre fora complicado, ainda mais em tais situações que se encontrava.

Um deles, talvez o mais inteligente, tirou a arma do coldre e apontou à sua direção. Ela sorriu, ofegante, sabendo que possivelmente ele não seria capaz de disparar, embora tenha engatilhado.

— Atire.

— Se não se acalmar eu irei atirar.

A porta da copa se abriu, uma garotinha de cabelos escuros surgiu pela mesma, atrás um garoto de porte alto, magro e olhar diferenciado. Os dois encararam aquela cena, embasbacados, chocados com o que presenciavam, principalmente com os homens de seu pai jogados no chão com as mãos em partes dos corpos. Kênia os fitou sem reação.

— Caralho! — o garoto exclamou com estranha admiração.

— Olha a boca, Heron! — alguém o repreendeu.

O menino olhou para trás, por cima do ombro.

— Pai, olha isso. — disse, quase inaudível.

As duas crianças não despregaram os olhos de Kênia, a menina principalmente. Parecia estar hipnotizada.

— Quem é você? — perguntou-lhe com a voz meiga. Usava um longo vestido rosa com uma fita de cetim amarela em volta da cintura. — É a nova empregada?

Kênia não a respondeu. Não costumava estar no mesmo ambiente que crianças desde de quando era uma. Nem ao menos gostava delas. Nunca se deu bem com nenhuma.

O Grande Rico Borelli. - I Onde histórias criam vida. Descubra agora