8 • Sem medo, só respeito.

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No dia seguinte, ao abrir os olhos, não encontrou nada além do silêncio ensurdecedor que aquele lugar exalava

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No dia seguinte, ao abrir os olhos, não encontrou nada além do silêncio ensurdecedor que aquele lugar exalava. Não precisou levantar para enxergar outra muda de roupa na beira da cama, mas diferente da anterior, era um vestido preto e uma lingerie também preta. Kênia não se deu ao trabalho de se perguntar quem escolhia essas roupas, ou como sabiam da suas medidas específicas.

Apenas encarou o teto por um tempo, usando o silêncio a seu favor, raciocinando e buscando alternativas. Três dias. Três malditos dias presa naquela casa, se ficasse mais um sem fazer nada, iria quebrar tudo, enlouquecer.

Kênia correu para o banheiro, surpreendeu-se por encontrá-lo impecavelmente limpo - diferente de quando o viu na madrugada. Tomou um banho rápido, não lavou os cabelos, os deixou soltos. Vestiu o vestido que — estranhamente —, lhe caiu super bem.

Desceu para tomar café, e assim como no dia anterior, se deixou levar pela curiosidade em observar os detalhes do lugar. Durante um breve segundo até se imaginou interpretando o papel da rapunzel. Dispersou esses pensamentos frívolos quando avistou a cabeleira escura da tarde passada.

A garota rolou os olhos para Kênia.

— Ainda está aqui? — questionou, meio ranzinza. Kênia a ignorou e desceu a escadaria. Mas a garota lhe seguiu. — Acordou de mal humor? Isso é novidade. Nenhuma mulher que dorme com o Rico acorda com essa cara de quem comeu e não gostou. — desdenhou.

Kênia parou no penúltimo degrau para olhá-la. Enviou seu olhar mais fatal e superior. Ela curvou os lábios avermelhados num sorriso perverso.

— Dá próxima vez que eu ouvir tua voz irritante perto de mim, eu juro por tudo que é mais sagrado que arranco essa língua da tua boca. — ameaçou, seca. — Não quer testar minha paciência, certo?

Anelise a encarou de volta, chocada. Ninguém nunca tinha ousado falar com ela daquela forma, nem mesmo seus irmãos ou André. Ela se preparou para lhe dar uma resposta a altura quando notou a silhueta esbelta de Rico na soleira da porta. Estava com as mãos nos bolsos internos da calça e as analisava sem um pingo de emoção.

Transparente e misterioso na mesma proporção.

Normal. — pensou. Rico era sempre opaco.

— Deveria escolher melhor o tipo de mulher que dorme, Rico riquinho. Essa aqui é esquentadinha demais. — desdenhou, e em um movimento rápido fora pressionada contra a parede. Kênia a enforcou com apenas uma das mãos, com uma força assustadora.

— Não cala essa maldita boca nunca, né? — grunhiu, próxima ao seu ouvido. Sentiu a respiração entrecortada da garota bater em seu ombro.

Anelise a fitou assustada, com o coração batendo a mil.

— Solta ela, Kênia. Não foi você que disse que não bate em criança? — a voz calma de Rico ecoou. Kênia não se moveu, muito menos desviou o olhar de Ane. Era nítida sua fúria.

O Grande Rico Borelli. - I Onde histórias criam vida. Descubra agora