7 • Corpo exposto.

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Kênia não deu muita importância, rumou despreocupada na volta ao quarto em que dormiu na noite passada

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Kênia não deu muita importância, rumou despreocupada na volta ao quarto em que dormiu na noite passada. Tirou a blusa e a jogou em qualquer canto, logo em seguida a calça, ficando apenas com a lingerie que também tinha sido dada por Rico. Caminhou até as portas duplas que dava acesso a sacada, ficou observando a movimentação na parte de baixo. Carros iam e vinham, homens saíam dos mesmos, entravam e assim sucessivamente até que a silhueta esbelta lhe prendeu a atenção. Inclinou-se sobre a sacada para ter uma visão melhor do homem.

A noite densa não camuflava sua presença intensa. Era o tipo de homem que sabia marcar presença apenas com seus movimentos calculados. Imaginava mil formas de fazê-lo perder o controle.

Como se estivessem conectados, ele ergueu os olhos até ela. Pareceu surpreso por encontrá-la, ainda mais só de lingerie. A estrutura da sacada dava a visão do seu corpo quase nu. Assim como Rico, seus homens seguiram seu olhar. Ela sorriu, provocando-os.

Consequências? Ela não dava a mínima para elas.

Alguns segundos depois Rico desviou o olhar e caminhou até um de seus homens, cochichou algo em seu ouvido e adentrou na casa. O mesmo homem despejou ordens em cima dos que haviam ficado e ligeiramente adentraram de volta nos carros blindados. Kênia sorriu de canto imaginando como devia ser fácil ser chefe, comandar tudo aquilo, ter aquela vida... Odiava pensar nisso; lembrava-se de como Rico havia chegado ao topo. Quanto sangue fora derramado e quantas tragédias aconteceram para que se tornasse tão temido.

Lembrava-se das pessoas que perdeu para que ele se tornasse poderoso e implacável. Quantas vidas tirou para que sua dinastia se erguesse.

Se desencostou da sacada quando ouviu a porta se abrir. Virou-se e observou Rico entrar, fechar a porta e tirar o terno que usava. O deixou sobre a cama e logo desabotoava a camisa social preta. Enquanto fazia isso caminhava até ela. Rico não emitia expressão alguma, apenas o semblante fechado e o olhar opaco. Inexpressivo.

Como sempre, calculista.

— Não sente vergonha de estar exposta desse jeito? — perguntou-lhe sem muito interesse, como se apenas quisesse puxar assunto. Kênia apoiou os cotovelos na beirada da sacada e o analisou com diversão. O sarcasmo notável no olhar.

— Não é como se ninguém nunca tivesse me visto nua. — replicou, cínica. Rico a fitou antes de concordar e largar os botões da camisa para vasculhar algo no bolso.

— Pensei que mulheres fossem mais reservadas quanto ao corpo. — comentou. Retirou um maço de cigarro do bolso e um isqueiro. — Vejo que nem todas.

Kênia forçou um sorriso.

— Não sou como as outras.

Ergueu um lado das sobrancelhas e levou um cigarro até os lábios para acendê-lo.

— Estou vendo. Só não fique assim fora desse quarto. Não me responsabilizo se algum dos meus homens te tocar.

Ela riu e rumou até ele, tirando o maço da sua mão de forma sensual.

O Grande Rico Borelli. - I Onde histórias criam vida. Descubra agora