34 • Fotografia.

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Kênia caminhou tranquilamente pelo corredor extenso da casa, cessou os passos apenas quando encontrou algo curioso a ser explorado

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Kênia caminhou tranquilamente pelo corredor extenso da casa, cessou os passos apenas quando encontrou algo curioso a ser explorado. Pela brecha da porta entreaberta analisou o garoto com uma arma mirada à direção de uma lareira. Segurava o cano sem jeito, desajeitado, nem ao mesmo travou a pistola, poderia a qualquer momento dispara-la e nem saber como aconteceu.

Pensou seriamente em dar meia voltar e fingir que não o viu. Seu instinto de proteção ordenou severamente em sua mente para que continuasse seu caminho, mas o instinto materno, o que descobriu possuir quando reencontrou a criança que trouxe ao mundo, esse instinto foi maior e a fez adentrar no cômodo.

Dizem que instinto materno vence tudo.

Será mesmo?

— Está manuseando a arma de forma errada.

Ele a olhou, assustado. Escondeu a arma rapidamente atrás das costas.

— O que está fazendo aqui?

Deu de ombros, passou os olhos ao redor, bisbilhotando minuciosamente.

— Conhecendo o lugar. — respondeu. — E você? Por que está brincando de atirar?

Heron tufou o peito.

— Não estou brincando! — exclamou, indignado. — Estou treinando!

Kênia riu com desdém.

— Treinando? E quem te ensinou a portar essa arma? Olhe pra você! Não tem postura ou se quer jeito. — debochou. Heron a fuzilou com os olhos.

— Não devia estar aqui. Quero ficar sozinho.

Ao olhar para o garoto, Kênia teve um breve vislumbre do seu menino, do seu filho... Seria, afinal, tão ruim conhecê-lo? Era assustador só de imaginar ter que encará-lo. Ela nem sabia como faria caso fosse preciso.

— Que tal fazermos um trato sigiloso? — indagou. Heron a olhou de escanteio, desconfiado da aproximação.

— Não confio em você. — declarou, sério. Kênia deu de ombros, fazendo menção de pegar a arma.

— Que bom. Essa é a primeira aula, não confiar em ninguém. Vou te ensinar como se usa essa belezinha aqui...

— A troco de quê?

Respirou fundo. Havia tantos motivos para querer ajudá-lo. Talvez houvesse um em especial mas que Kênia ainda não estava pronta para aceitar.

— Digamos que acordei de bom humor... — mentiu, sorridente.

O que Heron mais queria além de vingar a morte da mãe era se tornar tão bom atirador quanto o pai, e diferente do mesmo, não importava se o caminho fosse ela. Foi justamente por isso que concordou em ser ajudado. Heron a deixou livre para travar e destravar a arma, Kênia sorriu sincera, contente por finalmente ter achado um passatempo.

O Grande Rico Borelli. - I Onde histórias criam vida. Descubra agora