20 • A marca.

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Deitada na cama, cercada por equipamentos médicos e uma sonda injetada em seu braço, Kênia Martino dormia silenciosamente

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Deitada na cama, cercada por equipamentos médicos e uma sonda injetada em seu braço, Kênia Martino dormia silenciosamente. A respiração calma e o semblante neutro causou uma onda de esquecimento em Rico. Dormindo serenamente não parecia que havia acabado de passar por uma cirurgia de risco onde precisou de várias bolsas de sangue O negativo. Kênia sofreu uma hemorragia interna e quase uma parada cardíaca. A laparotomia que Magnólia fez a salvou.

— Ela vai ficar bem? — perguntou à Dr.ª Magnólia, uma das melhores cirurgiã que teve o prazer de contratar.

Magnólia verificava o prontuário médico de Kênia que havia feito poucos minutos após encerrar a cirurgia. Ela suspirou, deixando transparecer sua preocupação.

— Ela está em estado crítico, não vou mentir, foi bem difícil retirar a bala que ficou alojada em uma área sensível. Qualquer erro poderia afetar órgãos importantes.

Rico a interrompeu.

— Mas como você é competente, fez um ótimo trabalho, certo?

Magnólia abaixou o prontuário para olhá-lo. Era uma mulher bonita: baixa, cabelo loiro, pele amarela, olhos verdes. Nascida e criada na Itália, reconhecida pelo seu ótimo destaque como a melhor residente da sua época. Foi em um hospital em Las spezia que os dois se conheceram, quando Rico levou um tiro no ombro e precisou urgentemente ir ao hospital. Não teve escapatória.

— É claro que fiz! Sempre faço. — gabou-se. O sorriso murchou ao fitar Kênia, que respirava através de aparelhos. — Ela me lembra minha irmã. Tão nova... inocente, uma menina em corpo de mulher.

Rico riu sem se conter pois, de inocente, Kênia não tinha absolutamente N A D A.

— Deixa ela acordar e o diabo dentro dela despertar que vai mudar esse conceito. — brincou com sarcasmo. Magnólia riu, mas não acreditou. Aproximou-se da cama e tocou na mão de Kênia, onde uma agulha estava injetada, passando soro e remédio.

— Isso explicaria as marcas no corpo. Ela tem tantas cicatrizes. — comentou, extremamente tocada. — Há uma em particular que me chamou bastante atenção. Confesso que não acreditei quando vi. Com tantos anos trabalhando pra você posso dizer que já testemunhei horrores. Mas... É sempre assustador quando vejo mais.

Rico franziu o cenho, arriscando dois passos até a cama. Não queria correr o risco de estar ali quando Kênia acordasse. Magnólia afastou o fino lençol branco para o lado, e sem permissão, subiu a bainha da camisola azul que Kênia vestia. Sua barriga enfaixada por completo, quase não dava para ver a cintura.

Magnólia não se intimidou em deixar a mostra partes íntimas de Kênia, acabou revelando uma pequena parte do seio direito da mulher. Rico estreitou mais os olhos. Não foi a visão da pele descoberta que lhe arrancou o fôlego, e sim a marca grossa e avermelhada adornando bem abaixo do seio direito de Kênia, o nome escrito cravado por ferro em brasa, e ele duvidava que havia sido feita com o consentimento dela.

O Grande Rico Borelli. - I Onde histórias criam vida. Descubra agora