A liberdade

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Dane entrou na cozinha e viu Nicolette sentada em cima da mesa, de pernas cruzadas, com uma xícara de chá na mão, usando o mesmo vestido e roendo uma unha enquanto encarava o nada. Ela parecia preocupada e pensativa e Dane sorriu quando a viu. Ele estava tão orgulhoso e tão satisfeito, que nem parecia que havia precisado dar uma surra em Loryn há pouco tempo.

- Nick.

- Oh! - Ela se assustou, botando a mão no coração e olhando para ele com o olhar pesado. - Não faça isso!

- Desculpe. - Ele sorriu, encostando-se no portal da cozinha de leve com o quadril. - Não quis te pegar de surpresa.

- Tudo bem. - Suspirou soltando a xícara na mesa. - Eu estava distraída. Demais até. - Passou a mão pelos enormes cabelos negros. - Como ela está?

- Dei umas boas palmadas, ela chorou até o o estômago para fora e dormiu nua na cama. - Falou vendo que Nicolette parecia ainda mais preocupada agora. - As coisas sempre são intensas com ela, Nick. É difícil alguma coisa com ela sempre simples e reto.

- O jeito como ela agiu...o jeito como ficou assustada.

- Ela é uma montanha-russa. - Concordou. - Mas é preciso embarcar.

- Ela vai ficar bem agora. - Tentou dizer isso em voz alta, para consolar a si mesma e apanhou a xícara de volta, para ter algo nas mãos. - Desculpe ter batido nela, eu não sei se deveria.

- Fez o que achou melhor, diante das circunstâncias. - Concordou. - Obrigado.

Nicolette deu um meio sorriso para Dane e desviou o olhar, pensando profundamente. O sorriso era falso, ele notou, e ela ainda parecia preocupada demais.

- Ela está bem, Nick. É sério.

- Eu sei. - Concordou. - Eu que estou me sentindo um lixo.

- Por quê? - Quis saber, já caminhando na direção dela.

- Eu bati nela. - Riu de si mesma. - Eu não tinha esse direito, eu me meti e...

- Ei... - Dane chegou perto de Nicolette e tirou a xícara das mãos dela, a colocando de lado na mesa. - Não seja tão dura consigo mesma. Você foi ótima, Nick.

- Por quê não me sinto ótima agora? - Fez uma pergunta retórica. - Ela é sua. Não minha.

- Ela pode ser sua também. - Ele falou, colocando a mão de leve na coxa dela, sob o vestido.

- Mas não é agora. - Nicolette afastou a mão dele da coxa dela. - O que eu vou ser aqui. O que eu sou... não é isso. Eu não...

- Nick. - Interrompeu Dane abaixando um pouco o olhar para ela. - Se está se sentindo culpada...

- Oh, eu estou! - Concordou.

- Se está se sentindo culpada, deixe-me aliviar isso.

- Ora, Dane. - Nicolette riu um pouco, afastando-se um pouco para trás na mesa onde estava sentada. - Sexo não é a resposta para tudo.

- Não. - Concordou. - E eu não estava falando de sexo.

Nicolette olhou para ele, curiosa.

- Se entregar também é confiar em mim. Poder cair, livre, tendo um chão para te amparar. - Explicou. - Se está pesada, eu posso tirar isso de você, meu amor.

- Eu sou? - Nicolette perguntou, incrédula. - Seu amor?

- Você quer ser? - Ele perguntou sorriso. - Confie em mim.

Ela deveria? Não sabia. Ela não sabia o que esperar ali, mas o que poderia dizer? Como poderia lutar contra ele agora?

- Eu confio.

O Castelo de BronzeOnde histórias criam vida. Descubra agora