Capítulo 22

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Brandon

Danielle acende as luzes de cabeceira da cama em vez de iluminar todo o ambiente, Clara entra atrás dela no quarto. Eu sinto minha respiração se modificar para um ritmo mais acelerado quando estamos todos num ambiente menor. Ela não escolheu o quarto de vidro, embora tenha passado por ele para escolher alguns acessórios.
Isto é uma declaração silenciosa dela. O que quer que aconteça não é um espetáculo sexual para apreciação de um. É um envolvimento triplo, mesmo que não tenhamos definido os papéis de interação.
Ela também não escolheu meu quarto. Por ser meu e onde estivemos só nós dois, certamente não seria o lugar para mais do que eu e ela.
Estamos num dos quartos de hóspedes. Não fica mais claro que isso.
Meu descontentamento pela presença de Clara é aplacado. Entendi que preciso deixar que Danielle faça as pazes com seu passado e ela quis me incluir nisso. Minha possessividade sobre ela existe, mas se eu quero a verdadeira Danielle eu preciso deixá-la livre, pra que ela se prenda a mim.
Danielle para em frente à cama e me beija. Minhas mãos percorrem seu corpo. Ela está linda, nervosamente ofegante e quente como sempre. Clara está atrás dela e acompanha as minhas mãos com as suas, subindo pelos meus braços de vez em quando.
Danielle desvia a cabeça para beijar meu pescoço e beijo Clara.
Ela é estonteante, tem a boca esperta e macia. Tão logo nossas línguas desenrolam eu a vejo sorrir e correspondo.
Clara puxa nós dois um passo atrás na direção da cama. A imagem das duas é sexy e me leva às origens do meu desejo. Dou um passo para longe e as observo. Elas começam a despir uma à outra, lentamente e entre beijos em seus corpos. Há um encanto velado em duas mulheres se tocando. Primeiro porque não existe a brutalidade de um toque masculino, geralmente ávido demais para entender a suavidade da pele feminina. As duas entendem a linguagem secreta de seus corpos, trocando um tipo de intimidade que nenhum homem consegue aprender.
Vislumbro seus seios se tocando enquanto elas se beijam na boca. O eriçar de seus corpos e suas peles sedosas. Só isso já me deixa completamente enlouquecido de tesão.
Danielle deita Clara na cama e a beija, as duas estão soltando suspiros que entram eroticamente pelos meus ouvidos, me fazendo respirar mais profundamente. Então ela alcança um dos acessórios que escolheu e o liga. Além dos suspiros o som invade o quarto e as duas se olham cúmplices, em sorrisos que derreteriam qualquer um de desejo.
Clara acaricia a cabeça de Danielle enquanto ela vai descendo, lambendo seu peito, se demorando em círculos em seus seios e barriga. Eu conheço o poder da língua de Danielle e me arrepio junto com Clara. Danielle chega ao meio das pernas de Clara e ela se contorce.
Essa cena me faz crer na verdade universal de que apenas uma mulher consegue ensandecer outra no sexo oral. Seja pela delicadeza de movimentos, ou pelo conhecimento exato da anatomia, elas me provam que o prazer feminino é multifacetado e fascinante. Ando ao redor da cama, sem pressa em participar, abismado com a forma como aquilo me causa prazer.
Clara geme, se contorce e vibra com a forma que Danielle a consome com sua boca e o mais novo amigo delas. Quão ingênuos são os homens em achar que seus paus são magnânimos e que mulheres que transam com mulheres abominam a penetração. Elas adoram, só não precisam levar o babaca egoísta junto com pau pra cama.
Elas se beijam na boca novamente. Estou parado na lateral da cama, tendo na minha frente as cabeças das duas e Danielle olha pra mim da forma mais crua possível. Eu dou um breve sorriso inflamado pela visão das costas dela e sua bunda enquanto ela se esfrega na coxa de Clara. Ela está com o rosto avermelhado e mais bonita do que nunca. Achei que fosse surtar de ciúmes, mas ver Danielle comendo alguém foi excitante ao extremo.
Nosso lema é a confiança. Confiança sobretudo de que não vamos nos machucar. Ela me olhou com medo de estar machucando meu ego e eu me satisfaço com a ideia de que ela está se preocupando com isso.
Não há nada ensaiado em seus movimentos, Danielle vai subindo sobre Clara até que a seguro pelos braços, ela abre minha camisa e beija meu peito. Fico prestes a explodir com o que sei que vai acontecer. Ela baixa minhas calças e dá um beijo e uma pequena lambida no meu sexo, como se estivesse beijando minha boca. Então me enfia na boca vorazmente, eu preciso me segurar no dossel da cama, tamanha a tontura que aquilo me causa. Clara tem as coxas dela ao redor de seu rosto, e a satisfaz enquanto ela me enlouquece com seus lábios.
Quando Danielle goza Clara se levanta e vem me beijar. O gosto de uma na boca de outra é pura loucura. Então Clara desce e se junta a Danielle, me tirando de órbita com a forma com que elas se beijam comigo entre suas bocas.
Me recupero enquanto as duas tiram minhas roupas.
O orgasmo que eu tive foi algo que a maioria dos homens fantasia uma vida inteira. Elas me deixam nu e continuamos trocando carícias, emaranhados na cama entre beijos com três línguas que não cansam de se encostar. Danielle abraça Clara enquanto estão deitadas de lado e deixa que Clara a estimule com um acessório em formato de borboleta. Fico um tempo ajoelhado na ponta da cama, me tocando ao ver as duas voltarem a se divertir juntas. Então Clara me chama com a mão e seus olhos felinos e beijo as pernas entrelaçadas das duas. Vou subindo por suas coxas e passando as mãos nas duas. Sinto minha ereção crescer rapidamente e Clara me agarra com a mão que não está em Danielle.
Me debruço e beijo as duas enquanto gememos na boca um do outro. Então me deito atrás de Clara e seguro em sua cintura. Ela enverga as costas levemente para que eu possa entrar nela e eu o faço gentilmente, como vi Danielle fazer há pouco. Ela força o corpo contra o meu e conforme eu me mexo ela gosta e geme, me devorando até que nosso ritmo seja mais frenético. O tempo todo que estou em Clara fixo meus olhos no de Danielle e ela me dá sua expressão mais deliciosa, com sua boca em meio sorriso cheio de malícia e desejo. Eu estico o braço e agarro a bunda de Danielle, puxando-a forte contra o corpo de Clara. Pra mim esta é a definição visual perfeita do ditado "Se não pode vencê-lo, junte-se a ele.". Estamos envoltos em uma névoa de prazer ardente e liberto de regras e conceitos. E é só o começo da noite.

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