Capítulo 24

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Brandon

Estou exausto e quebrado ao meio, mas meu interior está mais preenchido do que nunca. Eu entendi Danielle. Finalmente eu sei que seu espírito livre não tem nada a ver com indisponibilidade em se submeter à minha mania de possessividade.
Estou sentado na minha cadeira, sem a mínima pretensão de conseguir levantar já que os músculos das minhas pernas doem fodidamente. Mas minha memória me leva a esta manhã, ao corpo de Danielle deitado na cama, com seus cabelos castanhos espalhados pelo travesseiro e sua respiração profunda.
A imagem dela, tomando espaço na minha cama, me leva a querer que ela tome seu espaço na minha vida. Eu vim trabalhar e a deixei descansando, ela vai se despedir de Clara e apesar de ter absolutamente adorado nossa noite, quero um tempo só para nós.
- Já é amanhã, senhor? - a voz dela invade o escritório e levanto a cabeça sorrindo.
- Ainda tem algo que você quer fazer antes de ser minha namorada? - respondo e ela fecha a porta me correspondendo o sorriso.
- Não. Absolutamente nada. - ela se aproxima de mim e dá a volta na mesa, se encostando no vidro assim que chega ao meu lado.
- Então está pronta pra negociar quanto ciúme eu posso ter de você? - questiono puxando-a para meu colo.
Ela beija a minha boca deliciosamente. Eu ficaria completamente excitado com seu beijo se não tivesse passado a noite inteira duro ou gozando.
- Satisfeita e pronta. Embora eu possa afirmar que não há mais ninguém com quem eu queira estar. - ela fala me encarando.
- Nem mesmo Clara? - provoco.
- Eu vi o quanto você acabou gostando de Clara, seu corpo fantástico e seus olhos hipnóticos. - ela segura meu rosto com força e eu dou um sorriso sarcástico.
Meus últimos instantes com Clara deixaram Danielle preocupada. Eu não tenho medo dos riscos de mexer com ela e me satisfaço com sua demonstração de ciúmes. Eu não tenho vergonha em admitir que fiz uma provocação consciente. E funcionou. Por mais que eu tenha gostado do sexo com Clara, minha química está com outra pessoa. Minha cabeça e meu coração também.
- Está com ciúmes, Riggs? - me divirto e ela aperta os olhos pra mim.
- Vamos ter que ajustar nossos limites, senhor. Eu não vou usar uma coleira, mas não permito que goste de outra pessoa mais do que de mim. - ela fala me beijando a boca cruelmente, segurando minhas bochechas com uma mão só e mordendo meu queixo.
- Não permite? Está querendo mandar em mim? - ironizo sua forma de me tratar. Logo a mulher que me disse que ninguém mandava nela.
- Não. - ela diz e suspiro profundamente. - Mas estamos falando de confiança e compromisso. Eu sei dos seus gostos e você dos meus.
- Eu não quero ver você com outras pessoas. - limito gravemente e ela respira aliviada. - E acho difícil eu gostar de alguém mais do que eu gosto de você.
Ela me abraça docemente. Eu realmente não quero ninguém mais.
- Eu quero você, senhor. - ela sussurra e a abraço.
Danielle virou minha cabeça. Eu sou egocêntrico e arrogante, e ela conseguiu virar o centro da minha atenção. Precisa ser uma mulher realmente especial pra isso. Quase uma força sobre-humana. Eu não tenho dúvidas que isso é o que Danielle é.
Ela se levanta e começa a trabalhar, eu continuo sentado a observando e imaginando que tenho a maior sorte do mundo.
No final do dia comemoramos nosso novo compromisso com um jantar e a deixo em sua casa, ressentido por ela não querer dormir comigo. Tudo que aconteceu entre nós foi intenso, mas eu não consigo me satisfazer com a ideia de não tê-la comigo. Vou para casa pensando em tudo que conversamos, certo de que também preciso de descanso.

No dia seguinte há fotos minhas com Danielle em vários tablóides. Pode não parecer, pelo pouco tempo que tenho dedicado a falar exclusivamente de mim, mas eu ainda sou uma pessoa relativamente famosa.
Meu departamento de relações públicas já se encarregou de me encaminhar todas as notícias e também de mandar todos irem se foder, com todo respeito que se deve ao jornalismo de segunda mão. Eu não costumo dar detalhes da minha vida pessoal, obviamente.
Danielle chega ao escritório e me olha meio assustada. Ela não estava acostumada com nada disso, afinal, saímos para jantar, o que poderia ser mais inocente que isso? Enquanto ela estava como minha assistente, e Larissa nos holofotes, ela nunca precisou se incomodar com nada.
- Bom dia, Danielle. - me adianto a ela e a beijo.
- Bom dia, senhor. - ela me abraça. - Nunca mais sairemos em público.
Eu rio enquanto ela olha sobre a mesa e faz uma careta. Vai espalhando os jornais um a um e me olha com a testa franzida.
- É sério isso? - ela vai lendo os jornais. - "Brandon McAllister aposta grande.", "Um relacionamento de peso.", meu Deus, tem até um aqui com dicas de dietas pra emagrecer. - vejo a expressão dela se anuviar.
- Danielle, isso é tudo idiotice. - eu sinto uma dor estranha vendo Danielle se deprimir com esse monte de lixo superficial.
- Eu sei que é. Mas é meio doloroso ver que as pessoas não conseguem se fixar em nada além da minha aparência. É óbvio que não vão mesmo, quem escreve isso hoje são as mesmas pessoas que riam de mim da escola. - ela fala e eu a abraço. Me sinto culpado por sua exposição e agora por parte de sua tristeza.
- Não se sinta mal. Essas pessoas nem te conhecem. - tento remediar. - Você é linda.
- Diga novamente. - ela sorri e eu a beijo.
- Você é linda. - digo beijando seu pescoço e arrepiando com o sussurrar em seu ouvido.
- Você é bom nisso. - ela elogia fechando os olhos e inclinando o pescoço e eu escorrego minhas mãos nas suas curvas deliciosas.
- Você é minha. - digo e ela dá um tapa na minha mão, me recriminando.
Eu rio e continuo a segurando com força. Levanto sua saia enquanto ela me empurra para o sofá. Eu me sento admirando suas meias que terminam em rendas bem no meio das coxas. Ela sempre usa lingeries lindas e é muito sexy. Meu corpo responde a ela numa excitação descomunal.
Abro minhas calças e ela se senta sobre meu colo. Eu adoro o contato sensível e úmido dela em mim, me apertando toda vez que entro nela. Danielle me cavalga com vontade, deliciosamente entregue a mim. Ela usa a minha camisa, e só agora reparei que ela ousou novamente. Eu abro os botões e passo as mãos em seu peito, subo pelo pescoço até a sua boca, que geme descontroladamente.
Ela morde meus dedos enquanto escorrega em mim, meu corpo inteiro se retesa e relaxa enquanto ela me enlouquece.
Nosso sexo é rústico e visceral. Me arrebata, me deixando zonzo e cada vez mais delirante na forma que ela se entrega pra mim. Danielle me segura pelo rosto e encosta a testa em mim. Eu agarro sua cintura e a puxo com força pra baixo, ela fecha os olhos e sua voz me inebria.
Eu já vi Danielle com outras pessoas e nem de longe ela foi assim, nem com Mark, nem com Clara.
- Você é minha. - eu afirmo sentindo a explosão de contrações em seu ventre enquanto ela sorri meio entorpecida.
Ela faz um sim concordante com a cabeça e eu finalmente gozo.
Ela é minha.

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