The Plebeian

Vinte

O carro de Lola para enfrente a um pequeno bar de esquina, algumas mesinhas estão dispostas a frente da vitrine de vidro, não consigo ver muito lá de dentro mas parece estar um pouco cheio.

- Chegamos. - Lola pega se estica para trás e pega sua bolsa no banco de trás e me olha.

- Eu não acho uma boa idéia Lola. - Aviso retirando o cinto de segurança. - Eu não vou ter como pagar, esqueci minha bolsa no gabinete.

- Pode deixar que fica por minha conta. - Lola sai do carro e eu a acompanho. O tempo parece começar a fechar, os raios do pôr do sol começam a deixar o céu que se encobre de algumas nuvens cinzentas, esse tempo me faz lembrar Nicolai e seu humor tempestuoso quando estávamos na presença do Sr° Markov.

Dou a volta na frente do carro e subo na calçada, Lola trava seu pequeno carro Mini vermelho e caminhamos até a porta de vidro bem polido do bar, acima, uma enorme placa de luzes com o nome " The Blue Bang" em letra cursiva. O bar é grande com alguns mini sofás posicionados pelo lugar com mesinhas de ferro colocadas em sua frente, um pequeno palco de madeira clara com apoio com microfones e uma televisão ao lado na parede, me denunciam que aqui tem um karaokê, alguns sofás estão ocupados por grupos de pessoas vestidas socialmente tomando alguns drinks coloridos, o ambiente tem o som de " Pray- Sam Smith" tocando alto dos altos falantes embutidos do teto.

- Olha quem chegou! A nossa campeã de Dry Martini. - Um homem ruivo e magro grita sob a música chamando a minha atenção e a de Lola.

Junto com o homem mais três pessoas, duas mulheres e um homem conversam escorrados no balcão em forma de L do bar, atrás dele uma enorme prateleira cheia de garrafas de todos os tamanhos e marcas de bebidas alcoólicas onde alguns homem de camisa social e avental preto de cozinha preparam alguns drinks na bancada a frente. Lola me puxa pela mão até o grupo que se vira subitamente com sorrisos no rosto ao tomarem conta da minha presença.

- Pessoal, eu tenho o prazer de apresentá-los. Amélia. - Lola se encosta contra o balcão e solta minha mão deixando todo o grupo me inspecionar da cabeça aos pés.

- Espera, você é a assistente do chefe ? A que enfrentou o embaixador velhote ? - Pergunta surpresa uma das mulheres de cabelos loiros curtos, seu corpo é magro e ela é muito bonita, a luz fraca do bar favoreceu sua presença e ela me lança um sorriso.

- Sou sim nos dois aspectos. - Cruzo meus braços contra o frio que me tomou e lhe lanço outro sorriso.

- Você é uma lenda em toda embaixada. Fiquei sabendo que o príncipe demitiu o embaixador. - O outro homem careca e forte de terno fala.

- Como assim ? Demitiu? - Meu tom sai um pouco mais surpreso que o desejado e o homem confirma com a cabeça.

- A um dia atrás, eu estava perto do gabinete do embaixador quando o príncipe entrou. Ele mandou todo mundo sair do corredor e eu sai também, mas logo depois o embaixador saiu com o rabinho entre as pernas e com uma caixa de papelão cheia de coisas. - Fico vermelha pelo que o homem falou e pisco tentando suprir a informação.

Nicolai mandou aquele homem embora por quê? Acho que por tê-lo desafiado ou faltado com respeito a ele, o ego do meu chefe parece se ferir facilmente e naquele dia Otávio o desafiou na frente dos outros embaixadores e isso bastou para Nicolai colocá-lo no seu devido lugar. Uma parte de mim insiste em dizer que foi por minha causa mas a calo de imediato. O único propósito de Nicolai para comigo é me humilhar ou me diminuir ou me beijar fazendo com que o meu desejo por ele cresça para usar isso a seu favor.

- Ah! Não vamos falar desses dois babacas de terno caro, meu expediente já acabou. - A outra mulher diz, ela é a mais baixa do grupo e é incrivelmente bonita, seus olhos são de uma íris incrivelmente verdes e brilhantes, seu cabelo é negro e cortado em franjinha com um comprimento até o ombro, ela está vestida com uma saia tubinho azul que vai até os joelhos e uma camisa social branca e saltos scarpin pretos. - Vamos sentar naquele sofá ali.