The Plebeian

Trinta e quatro

- Amélia. - Chama minha atenção Nicolai e eu olho parar ele.

- Hum ? - Fecho o notebook.

- Quero que vá ao banco do outro lado da rua quando for almoçar, sua nova conta bancaria já está pronta e seu salário já está depositado. - Nicolai diz. - Marquei ginecologista para você este final de tarde.

Pisco, mas ele nem me avisou.

- Você marcou médico para mim ? - Pergunto estupefata.

- Médica. - Ele corrige e me olha sério. - E sim, marquei, Stella era uma antiga submissa minha.

Engasgo e bato a mão na minha maleta que cai no chão fazendo um estrondoso barulho, ainda surpresa me curvo agradecendo aos céus que ela estava vazia.

- Deveria ser menos descuidada. - Abaixo a cabeça, não sei o que pensar, nem ao menos consigo olhar nos olhos de Nicolai.

- Desculpe senhor. - Sussurro.

- Venha até aqui. - O tom de Nicolai é uma ordem, eu suspiro e me levanto, dou a volta em sua mesa e ele vira a cadeira para mim expondo seu colo. - Sente. - Acato sua ordem. - Agora olhe para mim.

E levanto a cabeça, sentada de lado no colo de Nicolai, olho em seus olhos azuis tempestade, ah... tão lindos, fazem meu ser arrepiar com tamanha beleza, eles me deixam confusa, Nicolai me deixa confusa, poxa, terei que me consultar com a ex sub dele e isso me dá uma pontada de ciúmes no coração, só de imaginar as coisas que eles fizeram entre quatro paredes já sinto uma sensação de incômodo muito grande.

- Gosto do cheiro do seu cabelo. - Nicolai pega uma mecha castanha de meus cabelos e leva ao nariz respirando o cheiro, e a solta, ele leva as mãos até cada lado de minha cabeça, coloca seus lábios contra os meus me dando um beijo de tirar o fôlego, levo as mãos a gola de sua camisa social e me entrego de corpo e alma ao beijo até ficar sem ar. - E gosto disso também.

Nicolai leva as mãos até a barra do meu vestido a puxando delicadamente para cima, revelando minhas coxas seminus cobertas agora pelo leve tecido transparente preto das minhas meias, Nicolai pousa a mão em minha pele descoberta e me acaricia com o polegar, meu corpo entra em chamas com o simples toque, poderia fazer uma loucura com ele aqui.

- Volte ao trabalho, quero aqueles relatórios prontos antes do almoço. - Nicolai muda, fica frio, e fico desconcertada com suas mudanças repentinas de humor.

- Sim, sua alteza. - Me levanto de seu colo e volto a minha mesa, me sento e pego os papéis da pilha na ponta da mesa, leio todos com atenção mas vez ou outra desviava minha atenção do trabalho para espiar Nicolai de canto de olho, ele digita algo em seu computador atento, e eu suspiro de amores por esse homem, depois de uma hora consegui terminar os relatórios que Nicolai me pediu.

- Pode sair. - Nicolai diz quando eu iria falar que acabei.

- Quer que eu traga algo para você? - Indago me levantando e pegando minha bolsa.

- Aquelas coisas nojentas que você come ? Dispenso. - Nicolai diz grosso.

- Tudo bem. - Suspiro e pego meu celular, depois de ir ao banco vou ligar para Kate e perguntar se ela quer almoçar comigo.

Abro a porta da sala e saio a fechando, Lola não está mais em seu lugar, caminho para o elevador, aperto o botão para descer e espero ele chegar, meu celular apita e é uma mensagem de Nicolai com detalhes sobre minha nova conta bancária. Não posso deixar de falar que me senti um pouco incomodada com essa ação de Nicolai, eu já tenho uma conta no banco e não precisava de outra, agora ele terá acesso a essa nova, me sinto com a intimidade violada, é muito estranho. O elevador abre as portas e eu entro as observando se fechar com um cisco de esperança que Nicolai mude de idéia e venha até aqui para irmos almoçar juntos, mas não o faz, o elevador começa a descer e eu disco o número de Kate, coloco o celular na orelha.