The Plebeian

Trinta e seis

Acordo com uma batida em minha porta e me coloco sentada em minha cama, me alongo e levanto indo até a porta, a abro e não tem ninguém... bom, ninguém maior que meio metro, é Maria, ela esta cabisbaixa, os cabelos presos em coques altos nos dois lados da cabeça, o uniforme da escola e um ursinho de pelúcia azul envolvido em seus pequenos bracinhos.

- Amy, eu posso ficar aqui com você ? - Ela fala baixinho, e eu a levanto nos braços aninhando seu pequeno corpo em meu peito.

- Claro. - Sorrio mas não ganho nenhum vestígio de sorriso da minha pimpolho.

Fecho a porta e coloco Maria sentada na cama, olho para ela e fico incomodada com o silêncio que esta esse quarto, algo está errado, Maria sempre foi tão animada.

- Aconteceu algo ? - Pergunto.

- Não. - Maria diz.

- Certeza ? - Pergunto novamente me abaixando no chão para ficar do seu tamanho, cara a cara.

- Meu pai me odeia Amy? - A pergunta de Maria transparece uma tristeza profunda, mesmo para uma criança, isso me quebra o coração em pedaços.

- Não querida, claro que não. - A respondo e ela levanta a cabeça, seus olhos azuis tempestuosos iguais ao do pai estão marejados deixam escapar uma lágrima. - Por que você perguntou isso ?

- Ah... os papas dos meus amigos vão buscar eles na escola, o meu não me busca, os papas dos meus amiguinhos vão nas festas de escola, o meu não, todo mundo da minha sala diz que eu não tenho nem papa nem uma mãe... - As lágrimas descem o lindo rosto de Maria que mesmo triste, conserva sua beleza.

- Isso não é verdade, o que essa sua sala fala, você tem um pai sim, e que te ama muito querida... ele só... - Tento achar palavras para tentar completar a frase mas todas aa possíveis me fogem, Nicolai se mostra muitas vezes indiferente a própria filha, lhe dá olhares frios e duros demais para um pai dar a filha pequena, Maria já não tem a mãe por perto, na qual nunca procurei saber muito mas isso deixarei para pensar uma outra hora, pois agora o que me importa é arrancar um sorriso de Maria. - Seu papa... ele te ama muito como eu disse, mas as vezes, até os papas tem seu próprio jeito de demonstrar seu amor, mas isso não quer dizer que ele não te ama ou que não se preocupa com você. E sobre isso pode deixar que eu vou resolver com ele ainda hoje, e ainda hoje, te prometo uma surpresa.

E então, o rosto de Maria que antes era triste agora muda, para um expressão quase, quaseeeee feliz, estou conseguindo e já tenho uma ideia para fazer Maria feliz novamente, mas para isso, terei que convencer Nicolai de algo que penso eu, que ele nunca tenha feito na vida, mas se depender de mim, farei ele fazer e virar rotina.

- Agora, você seca esse lindo rostinho, vai lá tomar café e quando estiver na escola, quero que se preocupe só com seus estudos e com a hora do lanche. - Digo e Maria limpa o rosto com as pequenas mãos e depois me olha, seus olhos ainda estão um pouco tristes mas algo os ilumina agora, felicidade. - E nunca se esqueça, por favor, que eu te amo muito pimpolho.

- Eu também te amo Amy, você é a melhor mamãe. - Meu coração se derrete por esta criança, demais, demais, eu a amo como minha filha, pois é isto que ela se tornou para mim, uma filha muito amada.

Eu a desço da cama e a levo até a porta à abrindo para que ela possa sair, quando volto a estar sozinha no quarto fecho a porta e corro para o guarda roupas, abro e retiro dele um par de lingerie preto, acho um dos vestidos que comprei na minha tarde de compras no shopping com Nicolai, é verde esmeralda de um tecido confortável, rodado na saia que vai até além do meio das coxas, o decote em V não muito profundo mas fica lindo em meu colo, pego meus coturnos preto de couro falso, já que hoje não estou nem um pouco afim de usar saltos, acho que vou usar a bolsa quadrada da Hermes hoje, da cor do meu coturno, sem mais delongas coloco minhas roupas na cama e puxo uma toalha de banho do guarda roupas indo para o banheiro.