Sete

5.1K 341 177
                                    


- Vossa alteza. - Faço uma reverência. - Achei que chegarei hoje de manhã.

Ele se encosta contra a bancada e leva uma colher com sorvete a boca. Ele é tão... maravilhoso, odeio admitir isso pela raiva que sinto por ter me tirado de minha casa para poder me vigiar a todo tempo na sua, mas é a verdade. Nua e incontestável, ele é maravilhoso.

- Realmente, mas Alana estava me dando nos nervos, resolvi deixá-la lá e voltar para Boston. - Ele diz e seu olhar corre meu corpo, agora percebo que estou vestida com meu pijama com estampa de unicórnio e sozinha com este homem. - Uma escolha interessante de pijamas senhorita Amélia.

Meu rosto queima com o comentário e eu me atrevo a levantar o olhar para Nicolai, seus olhos parecem estar em chamas não de raiva ou outro sentimento parecido, mas sim de...

- Deveria usar seda, ou outro tecido fino que valorize sua pele. - Seu olhar se desvia do meu e eu desejo achar um lugar para enfiar minha cabeça.

A dúvida de saber o porque deu estar morando aqui volta a minha cabeça e essa é a oportunidade.

- Por que estou aqui ? - Simples a pergunta, mas que faz a expressão e olhar do príncipe voltarem a irritação.

- Porque eu quero que você more aqui. - Ele deixa o pote e a colher encima da bancada e lambe os dedos para tirar alguns vestígios de sorvete que tinham ali.

Por que eu quero? Isso não é motivo. Eu quero o motivo concreto.

- Creio que isso não seja motivo para me fazer mudar de casa senhor. - Novamente seu olhar encontra o meu, agora sua tempestade azul parece ficar cada vez mais cinza.

- Mas para mim é. Aprenda uma coisa Amélia, sou eu que dou as cartas aqui, se eu mandar você se mudar, você ira se mudar. - Ele faz uma pausa e se move para mais perto de mim, fazendo com que eu recue indo de costas para a pia. - Sua teimosia e atrevimento já estão me irritando.

Ele coloca cada braço de um lado de meu corpo e segura a pia com as mãos, fazendo com que eu fique encurralada tanto quanto vulnerável a ele.

Seu cheiro me invade novamente fazendo minha alma se ascender por completo, meu coração volta a disparar como na vez que ele foi em minha casa.

- Sinto muito se meu gênio não bate com o do senhor, mas para mim o senhor não passa de um príncipe rico e mimado, que não está acostumado a ter seus caprichos e desejos questionados e negados, mas sinto mais ainda em lhe dizer que eu nunca vou abaixar minha cabeça para você. Se não é do seu fetiche ser desafiado não é do meu me curvar para as vontades de pessoas como vossa alteza. - As palavras saltam da minha boca e finalmente toda aquela raiva que eu sentia são jogados para fora.

Meu rosto está próximo ao do príncipe agora, fazendo com que eu sinta sua respiração pesada contra o meu rosto e fazendo com que eu não tenha outra alternativa a não ser olhar em seus olhos irritados. Ele parece atônito com minhas palavras mas não deixa sua pose cair, me preparo para o show de arrogância que está por vir. Mas ele não vem, mas sim, um beijo.

Nicolai é rápido e segura meu rosto com as mãos, e prensa seu corpo contra o meu. Meu coração parece que vai explodir com tamanho toque, e borboletas começam a voar em meu estômago, eu quero isso. Eu desejo isso. Acabo por fechar meus olhos e retribuir o beijo.

Seus lábios são macios e o gosto de baunilha fazem esse beijo ser de longe o melhor que eu já ganhei, lento e sedutor. Seu corpo contra o meu faz com que eu tenha a sensação de aquele é o melhor do mundo.

Nicolai se afasta e me tira do transe do beijo cedo demais, e afasta seu corpo do meu me fazendo abrir meus olhos e tombar contra a pia tonta pelo o que aconteceu.

The Plebeian Onde histórias criam vida. Descubra agora