Vinte e quatro

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Nicolai

Bip bip bip. Os batimentos cardíacos de Amélia voltam a se normalizar depois do que ocorreu. Já se passa das 3 da madrugada, me movimento na poltrona ao lado de seu leito tentando achar algum tipo de conforto, sem sucesso.

O corpo de Amélia descansa na cama de hospital, reto e frágil, sua pele esta mais branca que o normal e isso me incomoda, me aparenta que ela está doente e isso não lhe convém bem. O braço direito com uma agulha  do soro, a camisola verde de hospital esconde seu peito cheio de sensores que monitoram o funcionamento de seu coração que a pouco ficou sem bater, tubos em seu nariz a ajudando a respirar. Tudo isso me faz querer acordá-lá e gritar o quão irresponsável ela é por estar nesta cama de hospital, mesmo que não seja sua culpa, e depois lhe dar uma surra que a fará ficar sem sentar por uma semana. Será que ela pode me escutar? Ouvir o quão bravo estou com ela.

- Senhor, uma moça loira esta aí fora. - Ethan abre a porta. - E ela parece um pouco transtornada.

- Deixe que a entre, é Kate amiga de Amélia. - Massageio minhas têmporas e me preparo para o escândalo.

- CADÊ?! ONDE ELA ESTÁ? - Uma mulher loira vestindo uma calça jeans desbotada, chinelos do Mickey e blusa social entra no quarto.

- Fale baixo. Ela esta dormindo. - Kate se aproxima do leito de Amy com os olhos cheios de lágrimas e depois se vira para mim com raiva.

- O que você fez com ela seu monstro ? - Reviro os olhos.

- Eu não fiz nada! Amélia estava bem até comer a sobremesa. Receio que ela era alérgica a alguma coisa que tinha no doce. - Kate pega a mão da amiga e a olha carinhosa.

- Minha garotinha! Eu vou ligar para os pais dela, eles disseram que Amy não atendeu o telefone hoje a noite. - Diz Kate.

- Eu pedi para que meu motorista trouxesse algumas roupas dela, o celular e a bolsa dela estão ali. - Gesticulo para o sofá branco encostado na parede.

Kate solta a mão da amiga, pega a bolsa no sofá e saí do quarto. Volto a ficar esparramado na poltrona, fecho meus olhos tentando achar um pouco de alívio para meu estresse e dores de cabeça. Se Amélia tivesse ficado em casa, comigo, nada disso teria acontecido. Fui praticamente obrigado por meu pai a ir naquele leilão ridículo para mostrar que meu noivado com Alana está firme, pois ele sabe que mal suporto aquela mulher, antes eu a suportava mais pelo sexo que fazemos, mas agora... minha vontade é desmanchar esse noivado por conveniências. Hoje quando eu e Amy nos beijamos no banheiro, minha vontade era toma-la para mim ali mesmo, rasgar todo aquele vestido e fazê-la gritar de prazer. Ver ela tão próxima de Elia só contribuiu para que minha noite tenha sido um completo desastre, ele se jogava para cima dela como um desesperado e ainda teve a audácia de me desafiar no leilão querendo se impor para Amy, mas, querido primo, mal sabe ele que é a mim que Amélia deseja. Minha vontade era arrastar Amélia para fora daquele lugar, talvez isto evitaria tudo o que aconteceu e ela estivesse bem.

- Sua alteza, podemos conversar ? - Uma mulher de coque e jaleco entra no quarto, seus olhos atentos viajam até Amélia e depois para mim.

- Sim, claro. - Me levanto e ela se aproxima me estendendo a mão para um aperto, nos comprimentamos.

- Primeiramente, prazer, sou a Dra° Jones e gostaria de lhe informar que a entrada do hospital está lotada de paparazzi e jornalistas, eles pedem por informações. - Fecho a cara.

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