Trinta e sete

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- É sério isso ? - Pergunto a Nicolai quando o carro estaciona em frente a escola de Maria.

Eu poderia dizer que estou chocada mas isso seria pouco, eu estou abismada com o tamanho desta escola, a fachada é uma construção antiga, parece um castelo de pedras do século retrasado no meio de Boston, é lindo demais e tenho certeza que por dentro deve ser ainda mais fantástica.

- É a melhor escola primária do país. - Nicolai diz já fora do carro. - Vamos logo.

Abro a porta do carro e saio dele a fechando, ao subir na calçada observo os Audis que nos seguiam estacionarem, Nicolai mandou um batalhão de seguranças nos acompanharem para garantir que Maria sairia sem tumultos da escola. Está perto do horário de saída e parte do meu plano inclui buscá-la. Nicolai sai em disparada na frente até o portão de ferro da escola, o segurança imediatamente o reconhece e abre caminho, eu sigo meu chefe como uma sombra até às portas duplas imensas da estrada da escola, ele as abre para mim me dando caminho para ir na frente eu entro e ele logo atrás de mim. Realmente, é ainda mais fantástica por dentro do que por fora, tudo me remete a um filme que vi quando ainda mais jovem, onde na cena inicial mostrava o hall de um convento, só que este hall da escola de Maria, é ainda mais luxuoso e grande. Imediatamente uma funcionária sai de uma porta grande a frente do cômodo, ela é baixinha, deve ter lá seus 40 anos ou mais, veste um terninho azul royal, muito bonita mas também pouco sorridente.

- Sua alteza, é um imenso prazer recebê-lo. - Ela faz reverência a Nicolai que suspira impaciente.

- Me leve até a sala da minha filha. - Nicolai diz e a mulher se endireita.

- Sim, senhor. - Antes que eu possa dar os primeiros passos em direção a porta de acesso a escola a mulher me toma a frente. - Somente pais, funcionários ou pessoal autorizado pode entrar.

Arqueio a sobrancelha. Como é?

- Eu sou funcionária de sua alteza. - Tento me explicar, a mulher me mede da cabeça aos pés e depois me olha nos olhos com o famoso tom de deboche e desdém que sou costumada a ganhar.

- Somente pais, funcionários ou pessoal autorizado pode entrar. - Ela repete a fala para mim e antes mesmo que eu possa retrucar Nicolai toma a palavra.

- Qual o seu nome ? - Nicolai pergunta a mulher com uma calma que chega a dar medo pois é difícil ver ele neste estado, sei que ele está se controlando.

- Lauren, sua alteza. - A mulher olha para Nicolai.

- Lauren, eu pago caro a está escola para que minha filha tenha o melhor no que se trata de educação e bons modos, mas, creio que errei ao escolher está escola pois se nem os funcionários são educados com os pais e amigos de seus alunos, como pode-se ensinar tais valores a seus alunos ? - Olho pasma para Nicolai que continua com a expressão serena no rosto, olho para a funcionária que está assustada com as palavras do meu chefe. - Agora, se não sair do nosso caminho e não fazer logo o seu trabalho de me levar até minha filha, terei o prazer de ter uma conversa muito agradável sobre sua pessoa com o diretor desta escola.

Xeque mate para você Lauren. Sinto vontade de pular encima de Nicolai e lhe dar um beijo por ele ter me defendido, ele é tão fantástico, são tais atitudes que me fazem amar-lo ainda mais.

A mulher assente ao se recuperar das palavras de Nicolai, ela gira os calcanhares e sai andando na nossa frente, entramos em um espaço que me lembra uma recepção, uma porta de madeira em uma das paredes creme indica com uma placa a sala da diretoria e outra ao lado uma com a placa indicando que é a sala do vice-diretor, uma longa escada se estende até o segundo andar, é toda de mármore branco com corrimão metálico dourado, a mulher sobe as escadas e eu e Nicolai também, no segundo andar, entramos em um corredor cheio de janelas em um dos lados da parede dando vista para um vasto jardim onde se pode ver grupos de crianças brincando em uma espécie de tanque de areia, outros correndo pela grama e algumas mulheres que parecem ser às monitoras da turma de crianças, viramos um corredor entrando em um cheio de portas agora, paramos enfrente a terceira na parede direita, Lauren bate delicadamente na porta que se abre.

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