The Plebeian

Doze

Apaixonada. Por ele.

As palavras giram em minha cabeça como uma roleta, me mostrando o que eu não queria admitir ou ver, toda aquela vontade, aquele coração acelerado todo aquele desejo inesplicavel. Tudo agora parece se encaixar agora, a maneira de como seu toque podia me levar aos céus em segundos, em como mesmo levando aquelas patadas e não perdia a vontade de ter aquele homem. Céus como posso amar aquele homem? Ele me odeia tanto que mal consegue disfarçar seu desdém quando olha ou fala comigo, porque esta provado em meu coração, eu amo Nicolai. As imagens dele saindo do carro junto com sua noiva voltam a cabeça me apontando que estou apaixonada por um homem comprometido com alguém dez vezes melhor que eu. Eu beijei e amo um homem que ira se casar com outra, eu devo ser o maior monstro na face da Terra, eu ao menos parei para pensar quando Nicolai me beijava que eu não passo de uma qualquer, um passatempo enquanto sua noiva não está por perto. A culpa é dele por ter aqueles olhos de tempestade tão hipnotizantes que faria qualquer mulher de apaixonar quando os tivesse sobre si.

- Amy? Está tudo bem querida? - Gia caminha até mim e saio do meu julgamento interno. - Está chorando?

- Não, está tudo bem Gia. - Seco os vestígios de lágrima em meus olhos e pego a caixa com meu vestido e me aproximo de Gia lhe dando um beijinho na bochecha. - Obrigada por se preocupar.

- De nada querida, mas se precisar pode me chamar. Estarei na cozinha preparando o jantar. - Tento disfarçar a minha turbulência no coração e dou um sorrisinho para Gia.

Subo as escadas com minha caixa em mãos, ao caminhar pelo corredor passo enfrente ao que leva ao quarto de Nicolai, a minha vontade é de ir lá e gritar o quanto ele é ridículo e que eu vou arrancá-lo do meu coração nem que seja a força, mas tenho idéia melhor, Kate deve estar em casa a essa hora e de fato louquinha para sair.

Abro a porta do meu quarto coloco a caixa encima da cama, pego meu celular e ligo para Kate.

- Finalmente lembrou que eu existo. - Ouvir a voz de Kate é tão bom, solto um suspiro em resposta e ela logo saca. - Você não está bem, Amy o que ele te fez desta vez?

- Kate eu preciso tanto falar com você, pessoalmente. - As palavras saem mais baixas que o normal. Eu não sei nem disfarçar.

- Me encontra naquela cafeteria perto de casa, estou indo tomar um banho. Fique bem até lá, eu te amo Amy. - Sei que Kate está preocupada, ela sabe que sou a sensível da amizade mesmo tendo pose de forte.

- Eu também te amo Kate, até. - Minhas palavras saem embargadas por tudo o que tenho que colocar para fora e desligo o telefone.

Enfim poderei desabafar com alguém. Não aguento mais.

<○>

- Cheguei. - Me sento no banco estofado da mesa onde Kate está.

O café é de um estilo vintage antigo, muito charmoso, as paredes são de tijolos em cor caramelo e as mesas onde algumas pessoas estudam, conversam ou tomam algo são pretas com toalhas xadrez vermelhas, nas paredes vários quadros de alguns artistas dos anos 70 e 90 além de fotos de quem eu acho ser o dono e sua família na parede de trás do balcão.

- O que aconteceu ? - Kate se encosta contra a parede de vidro que dá visão da calçada movimentada.

- Eu estou apaixonada, pelo Nicolai. - Solto a frase que estava presa em minha garganta e coração fazendo Kate arregalar os lindos olhos âmbar.

- Como é? Como aconteceu ? Amy! - Ela vocifera meu nome e algumas pessoas se viram para nós. - Desculpe.

- Acho que de algum jeito ele conseguiu me conquistar, não sei se foi pelos beijos, ou pelos olhos dele. Mas aconteceu. - Um garçom alto com aparentemente minha idade vem até nossa mesa com um tablet em mãos.