PRÓLOGO

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Eu não estou louca!

Podia ver claramente os olhos curiosos e acusatórios sobre mim.

Eu não estou louca!

Minha mente projetou a frase mais uma vez, tendo total convicção.

Por que estão me olhando assim?

Posso sentir minhas mãos trêmulas, algo dentro de mim parece exausto, desligado, morto.
Olho para baixo, vendo sangue em minha mão direita, onde um canivete fino está extremamente seguro.
Minha boca está seca, não consigo pronunciar uma só palavra, estou entrando em pânico, quero correr para longe de todos estes olhares malditos sobre mim, como se eu fosse um monstro asqueroso.

Dou um passo à frente, enquanto todos dão um para trás.

Eu não estou louca... eu... eu só...

Eu quero dizer, quero dizer, mas minha voz está perdida em meus próprios pensamentos. Estou prestes a ficar completamente afundada no desespero total.
Ninguém acreditaria, ninguém acreditaria!

Não fiz por maldade, fui obrigada.

Meus olhos são inundados pelas lágrimas, e apenas uma cai, mas passo o dorso direito pelo rosto, sentindo o sangue manchar minha pele fria.

Ela está ali, está ali, levem-na para longe de mim o mais rápido possível!

Esta voz...

Vejo-o parar em minha frente, seus olhos estão brilhantes como nunca, porque ele conseguiu me destruir com suas mentiras malditas.
Olho para baixo, onde vejo um curativo na lateral de sua barriga, do lado esquerdo, exatamente onde o perfurei com meu canivete.

Mãos seguram-me pelos braços, mas nada consigo fazer. Apenas derrubo mais lágrimas enquanto imagens dele sorrindo de minha desgraça se fixam em minha mente.
Isto não vai ficar assim, não vai ficar assim...

Eu não estou louca!















(Data de início indefinida).

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