QUINZE

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Eu não sabia o que esperar das descobertas de Oliver Gutierrez

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Eu não sabia o que esperar das descobertas de Oliver Gutierrez. Hoje eu não tenho consulta, terei de esperar até amanhã para saber em que patamar estamos. Espero que ele tenha sucesso em suas pesquisas.

— Oi.

Olho para cima, vendo Amália cobrir o sol fraco da manhã com o próprio corpo.

— Oi. – Suspiro, voltando a encarar a grama. Estou sentada com as pernas cruzadas no famoso formato borboleta.

— Posso me sentar? – Pede, com a voz trêmula.

Ela está horrível. Sua pele antes pálida, agora possui um tom morto. A região abaixo de seus olhos está com marcas escuras, provavelmente por não estar dormindo sem remédios fortes. Ouvi dizer que ela está tendo crises assustadoras.

— Pode – respondo.

Ela se senta ao meu lado, encolhendo as pernas e abraçando os joelhos como apoio. O sol agora beija a nós duas.

— Como você está? – Decido perguntar. Confesso que a estava culpando pelo que houve, mas se eu destratá-la será pior. Ela já é perturbada o suficiente.

— Estou bem. E você? – Começa a balançar para frente e para trás.

Fico triste por vê-la assim, queria poder ajudá-la.

— Não – sou sincera, — estou péssima. Este lugar me deixa deprimida.

— Bem, eu posso jurar que piorei quando fui transferida para cá. – Sorri. Um sorriso estranho.

Respiro fundo, imaginando que todas as pessoas, por mais problemáticas que sejam, conseguem piorar com a falta de afeto. Amália é apenas uma garota, pelo visto é solitária e não tem com quem contar.

— Sua família visita você? – Deixo-me levar pela curiosidade.

Noto que sua respiração muda, seu corpo passa a balançar com um pouco mais de velocidade. Quando me olha, vejo lágrimas rolarem por seu rosto rapidamente.

— Que família? – Ri. — Eles me deixaram aqui como se eu fosse um empecilho e voltaram para a Inglaterra.

— Inglaterra? – Ergo as sobrancelhas. — Por que não internaram você em um lugar mais próximo de lá?

— Porque me odeiam. Eu fiquei por um tempo em uma prisão de Londres, mas minha mãe sentia tanta repulsa por ter uma filha louca e criminosa que fez de tudo para me mandar para o mais longe possível.

— Ninguém tentou impedi-la?

— Não – nega, se calando em seguida.

Com toda certeza Amália piorou depois de vir para cá, sua família a traumatizou, e como bônus Isabella foi morta.

Nossa.

— Não se preocupe, as coisas não ficam ruins para sempre. – Toco seu ombro.

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