PSICÓTICA

DEZESSETE

Pessoal, já iniciei as postagens de SEDE DE VINGANÇA, vão lá dar aquela engajada! ;-)
__________________________________

Uma semana se passou, não obtive nenhuma novidade sobre o meu caso. Eu não fazia ideia do que Oliver Gutierrez faria para me tirar daqui, mas ele garantiu que conseguiria.

Eu estava confiante de que logo estaria longe deste lugar, mas não sabia o que faria quando acontecesse. Tenho dinheiro guardado na minha casa, em Miami, em um cofre. Jack não pode ter tocado nele porque eu nunca disse, e minha família nunca contaria.

— Scarlet?

Saio do meu momento de devaneio e olho para frente, onde Amalia está sentada. Ela continua com o rosto péssimo, mas está superando aos poucos.

— Desculpe, não vi você chegar. – Suspiro, olhando minha sopa amarela. Está saborosa e combina com o frio que está fazendo hoje, mas não acho que vá me sustentar por toda a tarde até o café.

— Você pensa muito. – Sorri, pegando a colher de sopa com a mão trêmula.

— Minha cabeça é mesmo um caos, este lugar me deixou perturbada, Amalia.

Ela não responde, apenas fica encarando a mesa enquanto come rápido demais. É estranho, mas não a culpo de forma alguma. Amalia é apenas uma menina inocente e sozinha, mas pretendo fazer algo sobre isto em breve.

Termino minha sopa e me levanto, ansiosa pela consulta de hoje, porém, uma enfermeira caminha em minha direção em passos largos e precisos.

— Scarlet Russell? – Me analisa de cima a baixo.

— Sim.

— Sua consulta de hoje foi cancelada – informa.

— O quê? Por quê? – Franzo o cenho.

— Doutor Gutierrez teve problemas, mas não fique zangada, você poderá ter consultas extras na próxima semana. – Sorri, me dando as costas e indo embora.

Acabo me sentando novamente, intrigada. Oliver teve problemas? Será que...? Ai, meu Deus! Será que Jack descobriu que alguém está desenterrando minha história e resolveu fazer algo? Ou talvez ele tenha apenas desistido de mim, de me ajudar.

Também é uma opção.

— Você gosta dele?

— O quê? – Volto minha atenção para Amalia, estranhamente alarmada.

— Do doutor Oliver, você também gosta dele? Todas nós gostamos, ele nos trata muito bem. – Ri, balançando-se para frente e para trás.

— Sim, ele é muito gentil.

Puxo meu lábio inferior, deslizando meus dentes sobre ele a ponto de machucá-lo. Oliver vêm à minha mente. Seus cabelos, seus olhos, o sorriso. Ele é um homem muito bonito, imagino que seja comprometido, ainda mais em uma cidade tão pequena como esta.
Penso em como seria me apaixonar novamente, em encontrar alguém como ele...

— Não deve ser fácil. – Penso em voz alta, mas não o suficiente para ser ouvida.

De qualquer forma, fui tão magoada que acho improvável que alguém consiga amolecer e casca que se formou ao redor do meu coração. Meu psicológico está afetado e completamente desiludido com a figura masculina, então não acho que aceitarei outra pessoa agora.

▪️

Já na cela, como prefiro chamar, encaro o teto enquanto repasso tudo o que quero fazer em minha cabeça. Estou sem direção, com os olhos vendados, ainda mais agora que Oliver resolveu desaparecer. Temo que tenha acontecido alguma coisa com ele, não quero mais ninguém machucado nessa história.