PSICÓTICA

VINTE E UM

Saí daquela sala às pressas, deixando minha irmã gêmea para trás com um sorriso presunçoso. Oliver notou minha expressão e se aproximou.

— Está tudo bem?

— Acho que sim, estou confusa. – Franzo o cenho. — Você gravou tudo o que ela disse?

Ele apenas acena a cabeça positivamente.

— Ótimo! Vamos precisar disso.

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Minha missão era ir até Los Angeles e entregar a gravação para a polícia, juntamente com uma foto de Scarlet Russell falando comigo.

— Podemos dormir na pousada, ou quer começar o trajeto e parar daqui algumas horas? – Gutierrez pergunta.

— Acho que prefiro começar agora, paramos na estrada para dormir. Posso dirigir um pouco depois, hum? – Ofereço ajuda.

Ele concorda, mas não diz nada, então continua a dirigir em direção à rodovia. Tínhamos um longo caminho pela frente.

▪️

Cinco horas depois, paramos em um motel no meio do caminho. Não havíamos encontrado nenhum hotel, então tivemos que ficar com o que tínhamos.

Eu já havia tomado banho e estava olhando o céu escuro e estrelado de início de madrugada. Oliver estava no banheiro, mas sua arma estava em um dos criado-mudos ao lado da cama caso eu precisasse.

Minha mente está longe, meses atrás, no dia em que descobri tudo. Ou quase tudo.

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Jack dá um último gemido após gozar e rola para o lado, exausto. Eu estava suada e satisfeita após alcançar o orgasmo duas vezes.

— Vou tomar um banho, vem comigo? – Ele se levanta.

— Não, pode ir, eu vou depois. – Sorrio.

Ele me olha por alguns segundos antes de me dar as costas e entrar no banheiro. Me levanto logo em seguida e coloco sua camisa azul-claro, indo em direção à sala, onde estava minha bolsa.
Pego meu celular e vasculho até encontrar o papel com o número de telefone que Jasper Hollow anotou.
Pensei em mostrar para Jack e dizer que consegui uma pista importante, mas não, apenas digitei o número e levei o celular à orelha, um tanto ansiosa.

Segundos depois, aconteceu.

Ouvi o toque de um celular ao longe, então franzi o cenho, estranhando que ele tenha tocado ao mesmo tempo que o de quem estava recebendo minha chamada naquele exato momento. Resolvi seguir o barulho, e a cada passo que eu dava, ficava mais nervosa.

O som me levou ao quarto de Jack. Precisei olhar ao redor antes de ver o brilho da tela ultrapassando o tecido do bolso da calça social. Engoli em seco, minha chamada foi enviada para a caixa postal ao mesmo tempo em que o celular de Jack parou de tocar.

Só podia ser muita coincidência.

Dou mais alguns passos e me abaixo, pegando o aparelho. Com medo, desbloqueio a tela e puxo a aba de notificações para baixo, vendo meu número ali.