ONZE

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TRÊS MESES ATRÁS


— Tenho um trabalho para você em Los Angeles, Samantha. – Taylor Watson mal espera que eu me sente.

Ergo uma sobrancelha e cruzo os braços.

— O que aconteceu lá?

Meu parceiro de trabalho, quase chefe, diga-se de passagem, arrasta sua cadeira para trás e pega uma pasta, jogando sobre a mesa em minha frente. Pego a mesma e abro, vendo a foto de uma garota morena. Muito bonita.

— Charlie Davidson? – Olho para Taylor.

— Uma jovem de vinte e um anos, assassinada brutalmente esta semana. Ninguém sabe quem foi, pois quem quer que tenha sido, soube esconder muito bem as pistas.

— É disso que eu preciso. – Suspiro. — Quando eu começo?

— Hoje mesmo. Seu vôo está marcado para L.A. às oito.

— Tudo bem. – Me levanto, trazendo a pasta comigo.

— Sei que vai descobrir quem foi, confio em você. Tome cuidado.

— Não se preocupe comigo, detetive Watson, vou ficar bem. – Sorrio.

Deixo o escritório do meu amigo sem imaginar que estava redondamente enganada.

▪️

Olhei a fachada do prédio à minha frente e respirei fundo. Taylor me passou todos os dados necessários, precisava me encontrar com Jack Bailey, outro detetive.

— Bom dia, onde posso encontrar Jack Bailey? – Pergunto à uma mulher que estava sentada à uma mesa.

Ela me olha e abre um sorriso simpático.

— Me acompanhe, ele está esperando por você.

A loira se levanta e eu a sigo por dois corredores antes de parar diante uma porta no centro do terceiro.

— É aqui.

— Obrigada. – Sorrio.

Passo pela porta que ela abriu e analiso a sala grande e sofisticada antes de ver um homem se aproximar enchendo um copo com alguma bebida.

— Você deve ser Samantha Patterson, ouvi muito sobre você. Sente-se. – Aponta para a cadeira estofada logo à frente.

— Não, obrigada, quero ser breve. – Cruzo os braços.

Ele sorri e se senta em sua poltrona, me olhando como se não gostasse da minha posição.

— Bom, eu estava mesmo precisando de ajuda neste caso. Charlie Davidson foi assassinada no domingo passado, e pelo que vimos foi espancada e queimada ainda viva.

Engulo em seco. Já vi coisas piores, mas nunca será normal para mim tamanha crueldade.

— Quero encontrar o assassino o quanto antes. Preciso ir até o local da morte para investigar. O que você sabe que não me foi passado? – Observo suas expressões.

Ele não gostou da minha presença, é notável, mas é bom em disfarçar.

— Ela tinha um namorado: Liam Wright, ele estava com ela na noite do assassinato. Principal suspeito. Os pais da garota também desconfiam dele, mas não temos nenhuma prova que foi de fato ele.

— Se foi ele, vamos conseguir provar, se não, farei questão de encontrar o verdadeiro culpado e fazê-lo apodrecer na cadeia. – Ele fica me encarando de um jeito... é um pouco estranho, mas apenas limpo a garganta. — Vamos até o local do assassinato, quero começar este caso do zero.

Jack Bailey se levanta e vira seu copo cheio de álcool antes de batê-lo contra a mesa e me olhar enquanto coloca a arma no coldre.

Eu não fazia ideia de que ele seria minha ruína.

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