EPÍLOGO 1

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Galerinha, não esqueçam de dar uma olhada no epígrafe de IMPERFEITA, já disponível no perfil. Adicionem o livro na biblioteca de vocês e, se não for pedir demais, deixem um voto pra me ajudarem. Desde já, obrigada! ;)

Beijos.
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UM ANO E MEIO DEPOIS


Estávamos em pleno verão de 2017. As coisas estavam em ordem, mas Oliver Gutierrez nunca mais deu sinal algum de que estava interessado em me ver. Depois daquele episódio da caixa, consegui salvar seu número celular, mas nunca tive coragem de ligar.

Logo completariam exatos dois anos que eu não me relacionava com ninguém, de modo algum. Eu não me sentia preparada para tal coisa, mesmo evoluindo muito com as sessões de terapia.

Não era só minha vida amorosa e sexual que estava paralisada, pois eu não havia mais entrado em contato com nada que envolvesse minha família biológica também. Nos últimos meses o passado estava me pregando peças e eu não conseguia resolver grande parte dele.
Scarlet Russell estava internada no mesmo lugar, mas eu não havia feito nada desde o dia que soube sobre ela.

— Samantha, olha só o que eu encontrei!

Olho para o lado e me sento rapidamente, vendo Amalia segurar um monte de conchas nas mãos. Sorrio.

— Gostou delas? – Pergunto.

— Sim, são tão fofas. Posso levá-las? – Me encara, implorando com o olhar doce.

Ela havia evoluído tanto, eu estou dando tudo de mim para que ela melhore, e fico muito grata por ver que está funcionando.

— Claro que pode. – Sorrio.

Sua risada aquece meu coração, é como se ela fosse parte de mim, o que é muito engraçado.

— Você quer água de coco? – Olho para trás, vendo o quiosque com poucas pessoas.

Ela apenas acena com a cabeça, então me levanto da minha canga estendida na areia e peço para Amalia se sentar nela e não sair dali, pois seria rápida. Confio nela, sei que não vai fazer nada.

Eu havia feito um acordo na justiça, então poderia fazer coisas como um passeio com ela, desde que me responsabilizasse por tudo.

Me aproximo do quiosque e sorrio para a atendente bonita.

— Gostaria de duas águas de coco, por favor – peço.

— Só um instante. – Sorri.

Ela me dá as costas, então faço o mesmo para observar a praia. Está um pouco cheia hoje, o dia está realmente acalorado.

— Duas águas de coco.

Volto-me para a garota e agradeço, saindo dali depois de pagar pelas águas.
Me aproximo de Amalia que está no mesmo lugar, assim como pedi. Ela é como uma criança, e gosto disso nela. Pessoas que não perdem a essência de criança são as pessoas mais ricas do mundo, e Amalia Williams está entre elas.
É certo que, o que causa isso são coisas que trouxeram problemas para ela, mas não deixo de admirar seu jeito.

Sento-me ao seu lado e ela pega a sua água de coco, bebendo logo.


— Samantha.

Movo apenas meus olhos para o lado, vendo Amalia me observar com uma expressão de curiosidade.

— O que foi? – Murmuro.

— Será que um dia vou poder morar em uma casa comum?

Sua pergunta me deixa com o peito apertado. Mando a vontade de chorar para longe e tento dar o meu sorriso mais convincente.

— Estamos batalhando para que você possa, Lia. Você é ótima, está tão bem. – Acaricio seus cabelos.

Ela sorri, mas percebo que não é tão verdadeiro quanto eu gostaria.

— Você me salvou, Samantha. Eu não tinha vida antes de você, te amo muito. — Me abraça.

Fico sem reação de início, mas retribuo o ato de carinho.

— Também amo você, não se preocupe. – Beijo o topo de sua cabeça. — Vamos embora?

Ela se afasta e no segundo seguinte está de pé, me encarando.

— Gostaria de ficar mais. – Se entristece.

— Eu sei, mas temos que ir. Você tem horários a cumprir, é uma das condições que tenho para os nossos passeios funcionarem.

— Está bem, então.

Me levanto também, pego meu shorts jeans dentro da bolsa que trouxe e o visto, me abaixando para pegar minha canga. Porém, vejo pés pararem em minha frente.

Com certeza são masculinos.

Meus olhos percorrem pelas pernas, o shorts fino e mole demarcando quase tudo, o abdômen esculpido, os braços pouco definidos e o rosto. Tudo parece em câmera lenta, mas é muito rápido.

Me assusto e dou um passo para trás, desacreditada. Recebo um sorriso que me faz amolecer, sentindo meu coração disparar.

— Doutor Gutierrez, que bela surpresa. – Sussurro, sorrindo.

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