[11] O dia mais longo da minha vida

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Eu consegui vê-la por apenas cinco segundos, já que a enfermeira impediu minha entrada. Eu achei isso um ultraje! Ela é minha avó eu tenho total direito de acompanhá-la!

A funcionária pediu para que esperasse em uma sala em frente aos quartos até que Marie se recuperasse.

Obviamente estava muito preocupada,
e as lágrimas continuavam caindo cada vez mais de meus olhos por mais que tentasse escondê-las. Não quero demonstrar fraqueza...

- Não precisa se preocupar Anne, tenho certeza que sua avó vai ficar bem.

- Obrigada... -Dou um sorriso fraco, eu queria desabafar e contar como minha vovózinha é importante pra mim, mas ao mesmo tempo não queria compartilhar isso com quem acabei de conhecer, seria estranho.

Obrigada subconsciente, você sempre me ajuda quando eu preciso! Tanto, que continuo super preocupada e ansiosa porque minha avó pode estar morta nesse momento.

- Anne Baker? -Aí meu Deus só falta ela ter morrido, subconsciente idiota!

- Aqui! Como ela está?

- Marie vai continuar aqui por um tempo, se quiser descansar -A mesma enfermeira de antes, tenta soar o mais tranquila possível, não dá certo, óbvio.

- Eu posso esperar o quanto for necessário.

- Tudo bem -Ela se afasta.

Passa-se um tempo em silêncio, eu apenas me aninhava nos braços de Alex e chorava baixinho.

- Sinceramente não sei como confortá-la.

- Se você quiser ir embora... Sei que tem uma porção de coisas para fazer -Limpo meu nariz, que escorria.

- Eu não vou para lugar nenhum Anne -Bolinho sorri e permite que eu encoste minha cabeça em seu ombro.

Minha barriga implorava por comida, afinal eu só tinha bebido álcool, o que me deixou com um mal estar terrível. Eu não quero sair daqui! Não quero comer! E não quero que minha avó fique nesse estado!

Por que o mundo é tão injusto? Marie é a melhor pessoa que conheço! Ela não merece isso. De repente sinto náuseas, saio correndo para fora do hospital e encontro um lixo grande na calçada.

Enquanto estou naquele estado maravilhoso, sinto um toque conhecido segurar meus cabelos, só não sabia quem era ao certo. Estava ocupada demais botando os bofes para fora.

- Quer um lencinho? -Isso mesmo, Luke. Por mais que eu quisesse brigar com ele e dar uma boa resposta não consigo.

O rapaz me entrega um paninho branco meio amassado de seu bolso, não queria usar aquilo, quem sabe por onde passou? Mas eu precisava, por isso peguei e me limpei delicadamente.

- Obrigada -Falo me sentindo tonta de novo.

Eu já tinha bebido muito mais em outros lugares, mas essa mistura de emoções e falta de comida me deixaram consideravelmente fraca. Quando reparo, todos estavam lá, Hazel, Luke, Logan e Thomas, olhando para mim com uma preocupação e pena gigante. Se eu não estivesse mal, brigaria por eles estarem com pena de mim, odeio isso! Não preciso que fiquem com dó.

- Oi amorzinho -Hazel me abraça e os outros também.

- Vamos lá dentro, trouxe um remédio para você -O líder da banda dá um sorrisinho pequeno, o que me faz sorrir também.

Ele me ajuda a andar e me entrega um comprimido, juntamente a um copo d'água.

- E se isso for veneno? Como é que vou saber? -Digo mais alto do que deveria.

Em Busca De AnneOnde histórias criam vida. Descubra agora