[12] Jujubinha

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Acordo com certa dificuldade, graças ao meu celular. Abro meus olhos lentamente desejando ter dormido mais. No momento em que recobro a consciência, corro e desligo o alarme com medo de que vovó acorde. Dou um suspiro. Estava exausta e completamente desarrumada. Não havia uma única possibilidade de ir á aula, ficaria ali, até que Marie me dissesse que estava bem.

Depois de alguns instantes sentada naquela cadeira, me levanto e imediatamente corro ao banheiro, a bebida do dia anterior ainda me incomodava. Logo depois de algumas higienes matinais básicas, inclusive tirar minha maquiagem e lentes de contato, pego um café na lanchonete.

Bebo no quarto de vovó, aguardando preocupadamente o seu "retorno". Tenho certeza de que ela contaria boas histórias para mim agora, seus famosos contos de princesas guerreiras e animais mágicos! Como eu gostaria de ouvi-los agora... Daria tudo para ver seu sorriso largo e principalmente feliz.

De repente ouço uma batida fraca na porta e uma enfermeira entra em seguida:

- Tem uma ligação para você, na linha 3, parece ser sua mãe.

- Muito obrigada -Tento sorrir e ela retribui.

Pego o telefone e o atendo, enquanto isso a moça se retira do quarto.

- Alô, quem fala?

- A Sam! Sua bobinha... Como está a sua avó? Fiquei sabendo agora pouco.

- Ela adormeceu, estou a ponto de imaginar que está em coma!

-Creedoo não diga isso menina!

Depois de um silêncio extremamente desconfortável, a minha "mãe" me pergunta mais coisas sobre meu estado atual.

- Precisa de mais alguma coisa? Posso pedir para alguém levar.

- Uma roupa confortável -Dou uma olhada relevante nas coisas que tenho e percebo que as lentes de contato haviam desaparecido por completo, sem deixar vestígios. Droga -E meus óculos.

- Certo.

- Meus pais? -A pergunta tão temida, tanto por mim quanto por ela.

- Sua mãe chamou umas amigas para o almoço e seu pai está no trabalho.

- Eles sabem da vovó?

- Sim, Lauren me contou quando perguntei de você.

- Obrigada Sam, até logo -Depois de ouvir sua resposta desligo.

Fico um tempo pasma, sua própria filha não veio visitá-la ou ao menos ligar para saber seu estado, isso é da minha família ou todas são assim? Eu já nem entendo mais, não adianta tentar compreender, nós não ficamos juntos ou transmitimos qualquer tipo de amor, a não ser em público quando viro a estrela deles. Ficam meia hora se gabando por prêmios conquistados com músicas e provas estaduais. Depois de ficar uma duração considerável em meus pensamentos mais profundos, minhas coisas chegam, Sam enviou muito mais do que o necessário, coberta, travesseiro, sapatos, brincos, comida, inclusive um produto que lava cabelo a seco! Ela parece estar realmente preocupada com toda essa situação e receio que eu seja seu principal motivo, já que minha vida é completamente desregulada. Provavelmente em seus pensamentos eu perco o total controle de mim mesma, viro uma maníaca e uma garota consideravelmente psicótica. Mas eu a agradeço imensamente acima de tudo.

Deixo uma porção de pertences que não iria utilizar em um canto da sala, me troco e coloco meus óculos, que me fazem enxergar infinitamente melhor, amarro meus cabelos em um coque e coloco uma roupa confortável, por fim pego o livro "Quem é você Alasca?" para ler, minha bolsa escolar veio junto na esperança de que não faltasse hoje.

Em Busca De AnneOnde histórias criam vida. Descubra agora