Os nossos rostos encontravam-se frente a frente. Olhares intensos. Sorrisos trocados que não desvaneciam. Mãos entrelaçadas. Podia sentir a sua respiração na minha pele. Algo me atingiu. Receio. Receio de que o mundo não aceitasse o nosso amor. Receio de que o mundo nos destruísse. O meu sorriso desapareceu por segundos.
- "Meg... estás bem?" Perguntou preocupado.
- "Sim..." Respondi.
- "Estás arrependida?" Questionou & pude ver que os seus olhos foram invadidos pelo medo.
- "Nunca me arrependeria, Harry..." Sorri tentando trazer-lhe alguma tranquilidade.
- "O que se passa?" Perguntou.
- "Acho que... estou apaixonada por ti." Disse.
- "Tu & essa tua mania de fugir dos teus sentimentos... Dos teus medos. Sei que se passa algo. Também estou apaixonado por ti..." Sorriu.
- "Preciso de um banho..." Disse.
- "Também preciso de um..." Afirmou.
- "Vou primeiro." Disse & levantei-me de forma brusca para uma corrida.
Assim que realizei esse movimento senti uma dor intensa. Tinha-me esquecido de que estava totalmente dorida.
- "Meg!" Chamou por mim preocupado & abraçou o meu corpo.
- "Estou bem..." Afirmei aconchegada nos seus braços.
- "Não me assustes assim... E perdoa-me por toda a dor que estás a sentir..." Disse.
- "Não sejas tonto. Pára de me pedir perdão, por favor." Sorri & beijei o seu rosto.
Aconchegou-me no seu colo & levantou-me nos seus braços. Caminhou até ao duche & colocou-me no seu interior.
As minhas pernas ainda tremiam um pouco numa mistura de nervosismo & dor.
A água percorreu o meu corpo & isso ajudou um pouco a que parasse de tremer.
Passados alguns segundos pude observar uma sombra do lado de fora das portas do duche & abri-o um pouco.
- "Posso entrar?" Perguntou.
- "Está a ser assim tão complicado esperares pela tua vez?" Soltei uma gargalhada.
- "Não, mas sinto a tua falta." Disse & mostrou-me a língua que há poucos momentos atrás partilhava sentimentos comigo.
Puxei suavemente a sua mão & olhei nos seus olhos, sorrindo. De repente, empurrei-o para debaixo do chuveiro. Tomado pela surpresa, engasgou-se com alguma água.
- "Desculpa. Não consegui resistir." Disse entre gargalhadas ao ver a sua expressão.
- "A sério, Meg? Que maturidade." Disse.
- "A sério, Meg? Que maturidade." Tentei imitar a sua voz não conseguindo parar de rir apesar de sentir alguma dor ao fazê-lo.
A felicidade era demasiada para que isso importasse. Nesse momento, também ele começou a soltar gargalhadas. Aproximou o seu corpo do meu & senti as suas mãos na minha cintura. Envolveu-nos num beijo. Antes desta noite tinham sido inúmeras as vezes em que o desejo tinha sido forte. Inúmeras vezes em que foi díficil controlá-lo. A química entre os nossos corpos era inevitável & sempre o tinha sido.
Pediu que virasse o meu corpo. Senti as suas mãos nas minhas costas, lavando-as. Beijou o meu ombro durante alguns instantes. O meu pescoço.
- "Já te disse que eras linda?" Perguntou & sorri.
Após me envolver numa toalha, envolveu-se também & enquanto esperava que o fizesse caminhei até à varanda. As estrelas invadiam o céu. Sentei-me no sofá que se encontrava ali & sorri bastante. Encontrava-me mais feliz do que nunca. Tenho que confessar que naquele momento quase acreditei em contos de fadas. E esquecer a realidade por instantes não era um sentimento assim tão mau.
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Senti o seu toque no meu braço & sentou-se junto a mim.
- "Estás arrepiada. Tens frio?" Perguntou.
- "Um pouco." Respondi.
Sentou-me ao seu colo de forma a que ficasse sentada de lado para si. Retirou as toalhas molhadas dos nossos corpos, puxou uma manta que se encontrava perto do sofá & encolhi-me em cima do seu corpo.
- "Depois de tudo o que passámos & ultrapassámos até hoje nunca julguei conseguir voltar ter-te nos meus braços desta forma." Disse.
- "Recordas-te daquela noite antes de todo o drama? Aquela noite em que dissémos que a distância nunca poderá separar duas pessoas que estão destinadas a encontrar-se? Penso que isto é a prova de que a vida nunca poderá realmente separar dois corações que nasceram para se completar." Sorri.
- "Não te quero voltar a perder... Quero que tenhamos paz." Afirmou.
- "Sabes que em breve teremos exatamente o contrário, certo? Teremos uma guerra entre os nossos mundos. No teu mundo..." Disse.
- "Sei que sim... Apesar de termos estado separados, estamos juntos há bastantes meses... Iamos assumir tudo antes do meu erro idiota. Não podemos esperar muito mais... Ainda continuam a existir rumores sobre nós." Relembrou.
- "Eu sei mas..." Tentei dizer.
- "Vão aceitar. Vão aceitar-te quando entenderem que me fazes feliz. Quando entenderem que me amas pelo meu coração. Poderá demorar & tenho consciência de que não será fácil para nenhum dos lados. Não será fácil para ti. Não será fácil para mim. Não será fácil para eles. Mas prometo que irei fazer com que te aceitem." Afirmou & continuei perdida em pensamentos.
- "Confias em mim?" Perguntou.
- "Confio." Sorri.
Virei o meu corpo para que estivesse sentada de frente para si & abraçei-o. Abraçei-o com toda a força que um ser humano poderia abraçar outro. Permanecemos assim durante algum tempo. Todos aqueles sentimentos eram algo que me transcendia.
O abraço terminou & beijei os seus lábios. O beijo tornou-se mais intenso & senti que o desejo crescia entre nós. Senti o "desejo" que sentia por mim & sorri contra os seus lábios.
- "Desculpa..." Pediu.
Beijei-o com uma maior intensidade. Recordava-me perfeitamente de toda a dor que tinha sentido há cerca de 1h atrás. Recordava-me perfeitamente da dor que ainda sentia. Mas também me recordava de todos os sentimentos que preencheram o meu corpo. A felicidade que senti com a união dos nossos corpos. E por isso mesmo, o desejo também tomava conta de mim.
Beijei o seu pescoço & senti que as suas mãos me afastavam de si.
- "Harry?" Perguntei quase magoada com a sua atitude.
- "Meg... Necessitas de descansar..." Disse preocupado.
- "Estou bem." Respondi & voltei a beijar o seu pescoço.
- "Não consigo controlar este sentimento de culpa ao saber que te vou magoar novamente em tão pouco tempo..." Afirmou.
Ao contrário do que tinha feito em muitas outras situações não o tentei acalmar com palavras. Com garantias de que ficaria bem. Naquele momento precisava dele & sabia que também precisava de mim.
Beijei novamente os seus lábios & deixou que as nossas línguas se encontrassem de forma intensa. Senti o desejo aumentar dentro do meu peito. As borboletas na barriga que me causava. A adrenalina. Toda aquela tempestade de sentimentos que me causava sempre. Voltei a beijar o seu pescoço & senti finalmente que tinha relaxado quando as suas mãos desceram em mim.
Existia pouca distância entre os nossos corpos por isso afastei um pouco o meu para que conseguisse tocar-lhe. Senti que o seu corpo se arrepiava. Começei a mover a mão enquanto distribuia beijos por todo o seu corpo obtendo alguns gemidos da sua parte. Desci o meu corpo de forma lenta até me encontrar ajoelhada perante si.
- "O que estás a fazer?" Perguntou surpreso.
- "Shh." Foi a única resposta que obteve da minha parte.
Tomei-o na minha boca & vi a forma como a sua cabeça se inclinou para trás, instintivamente.
- "Meg..." Ouvi.
Continuei a proporcionar-lhe prazer como se fosse tudo o que me importava naquele instante. Amor sem paixão nunca sobreviverá. Tal como paixão sem amor nunca alcançará nada. Quando amamos alguém da forma como o amava, também sentimos necessidade de partilhar momentos assim. Momentos repletos de paixão & desejo.
Após algum tempo pude reparar que a sua respiração se encontrava descontrolada.
- "Pára, por favor Meg. Pára." Pediu & afastou-se subitamente de mim.
Subi o meu corpo até junto de si & coloquei-me novamente ao seu colo. Olhei-o nos olhos que se encontravam novamente preenchidos pelo medo. Medo de me magoar mais uma vez. Medo de que fosse cedo.
- "Continuamos noutro dia.." Disse.
Olhei mais profundamente para os seus olhos verdes que me causavam arrepios por todo o corpo. Que me despertavam todos os sentidos.
- "Confia em mim... Tal como confio sempre em ti." Sorri.
Um sorriso tomou conta do seu rosto também & beijou os meus lábios.
- "Espera um segundo." Disse & foi até ao quarto de onde voltou com um pacote igual ao que tinha visto há 1h atrás.
- "Harry, estás sem roupa. Alguém pode ver-te." Disse tentando que voltasse para debaixo da manta.
- "Ninguém nos vê daqui..." Disse.
- "Tens a certeza?" Perguntei.
- "Não." Soltou uma gargalhada.
- "Harry..." Disse preocupada.
Voltou a sentar-se junto a mim & sentou-me ao seu colo, ficando assim na mesma posição de há poucos minutos atrás. A manta tapava-me as costas que se encontravam viradas para o exterior.
Trocámos beijos & carícias durante mais algum tempo.
- "Coloca-o..." Pedi.
Abriu o pacote que cintilava à luz da lua. Após ter terminado voltou a juntar os seus lábios nos meus. Coloquei o meu corpo de forma a conseguir encaixar os nossos corpos & dei um salto ao sentir a sensação de ardor que tomava conta de mim.
- "Meg, eu disse que era melhor esperarmos..." Disse & afastou-se de mim.
Voltei a colocá-lo junto a mim & reparei que me olhava de forma assustada.
- "Beija-me." Pedi.
- "Meg..." Disse.
- "Harry, beija-me" Pedi novamente.
E assim o fez. Conectou os nossos lábios & tentei que os músculos de todo o meu corpo relaxassem. Tentei descer mais um pouco o corpo & gemi de dor contra os seus lábios. Tentei descer um pouco mais rapidamente para que toda a dor passasse de uma vez. Pensei que seria algo semelhante a arrancar um penso rápido. Mas as suas mãos seguraram o meu corpo.
- "Shh, calma. Só te vais magoar mais." Afirmou.
Colocou a minha mão no seu ombro & de seguida colocou a outra mão no seu outro ombro. Olhou nos meus olhos que se encontravam um pouco confusos.
- "Aqui. Aperta-me com toda a força que necessitares, está bem?" Disse.
- "Vou magoar-te..." Respondi.
- "Não tanto quanto te estou a magoar. Por favor, vai ajudar-te um pouco. Estou aqui." Sorriu.
Enquanto anteriormente teria sido o meu corpo a tentar conectar-nos, senti que o seu corpo tentava agora fazê-lo. Senti que tentava penetrar-me lentamente pois iria magoar-me menos do que eu me magoaria. Soltei um pequeno grito de dor. Os seus lábios conectaram-se com os meus numa tentativa de que relaxasse um pouco o corpo. Ao sentir mais um pouco de si dentro de mim, retirei os meus lábios dos seus & coloquei o rosto junto ao seu pescoço onde gemi de dor. Apertei os seus ombros de cada vez que um pouco de si penetrava em mim. Senti que me completava totalmente & retirei o rosto do seu pescoço.
- "Estás bem?" Perguntou.
- "Estou." Sorri.
Tentei mover-me & aquela sensação insuportável voltou a afectar-me mas sei que mais tarde ou mais cedo iria passar. Movi-me lentamente enquanto as suas mãos colocadas no fundo das minhas costas me ajudavam a completar os movimentos.
Passado algum tempo, beijei os seus lábios & isso ajudou-me a conseguir movimentar-me um pouco mais rápido. A dor começava a caminhar lado a lado com o prazer que começava a conseguir sentir.
Retirei os meus lábios dos seus & inclinei um pouco o meu corpo para trás, fechando os olhos durante alguns segundos. Continuei a movimentar-me daquela forma durante algum tempo sem que os nossos olhos se desconectassem.
- "Meg..." Gemeu & prendeu as minhas pernas com as suas mãos.
- "O que se passa? Magoei-te?" Perguntei preocupada por não saber bem se & como poderia magoar alguém naqueles momentos.
- "Não... Deixas-me demasiado fora de mim. Espera um pouco... Dói muito?" Perguntou.
- "Sim... Mas começa a diminuir." Respondi.
- "Consegues sentir...?" Perguntou.
- "Prazer? Consigo. Não te preocupes." Sorri & sorriu de volta.
"Posso?" Perguntei & consentiu com a cabeça.
Voltei a mover-me & a fricção entre nós aumentou. A temperatura aumentou. O desejo aumentou. Senti necessidade de me mover de forma mais rápida & fui surpreendida pelos seus lábios no meu peito. As suas mãos desceram, ajudando-me a realizar movimentos mais rápidos. Gemidos ecoavam. A dor tinha sido praticamente substituída por prazer.
- "Meg, não aguento muito mais se não abrandares..." Afirmou.
- "Eu também não. Relaxa..." Disse & alcançei os seus lábios.
Após algum tempo senti uma sensação que conhecia perfeitamente. O seu nome abandonou os meus lábios & alguns segundos depois o meu abandonou os seus juntamente com alguns gemidos que vieram do fundo do seu peito.
Ele completava-me de todas as formas possíveis. Permanecemos assim enquanto tentávamos recuperar o nosso fôlego. Enquanto tentávamos que os nossos corações abrandassem. Era nele que me perdia & era nele que me encontrava.
- "Isto foi..." Disse entre sorrisos.
- "Eu sei..." Respondi.
Ouvimos o telemóvel tocar & ignorámos mantendo os nossos lábios conectados. Insistia em tocar vezes sem conta.
- "É melhor atender..." Disse.
- "Não... Fica aqui comigo." Pediu.
- "Harry..." Disse.
- "Tens razão... Pode ser importante." Disse.
Retirei o meu corpo de cima do seu & caminhei até ao quarto. Olhei para o visor do telemóvel & reparei que era a Eleanor.
- "Sim?" Atendi.
- "Meg. Estás com o Harry?" Perguntou.
- "Estou. Passa-se algo?" Perguntei preocupada.
- "Penso que deveriam ir até ao computador..." Respondeu.