I Believe [ Harry Styles Fanfic ]

15

Senti que os seus olhos me penetraram durante algum tempo como se estivesse à espera que mudasse de ideias.

- "Obrigada. Mas não bebo." Respondi.

- "Pelo teu rosto, penso que necessitas de esquecer algo. Apenas queremos ajudar." Afirmou.

- "Partiu-te o coração?" A rapariga que se encontrava com ele perguntou.

- "Como?..." Tentei perguntar.

- "Uma rapariga linda, sentada num banco do parque a esta hora da noite. A razão terá que ser o facto de algum idiota não te ter dado o valor que mereces." Disse.

Não consegui conter as lágrimas. Como pôde? 
O seu corpo junto a outra mulher. Os seus lábios nos dela. As suas mãos nas dela. O seu nome a abandonar os seus lábios. Lábios que me deveriam pertencer. Somente a mim.

- "Vai ajudar-te." Disse & ofereceu-me uma das garrafas que possuiam com eles.

Bebi até não possuir forças no corpo. Até que a dor se tornou dormente. A minha mente encontrava-se anestesiada & o facto de gostar tanto daquela sensação, daquela falta de sentimentos, assustava-me.
Sabia que jamais poderia ir até à Faculdade daquela forma. 
Levaram-me até uma casa onde se encontravam imensas pessoas.
Sentei-me no sofá & soltámos gargalhadas sem fim.
Um dos mundos que tinha ignorado & julgado durante tanto tempo encontrava-se agora à minha frente. 
Álcool. Drogas. Sexo. Falta de tudo & falta de nada.

- "Sim?" Atendi finalmente o telemóvel que tocava pela milésima vez.

- "Megan, onde estás? O Harry contou-nos tudo o que aconteceu. Temos tentado encontrar-te de todas as formas. A tua colega de quarto disse que não voltaste na noite passada. Onde estás?" A Eleanor perguntou.

- "Estou no Paraíso." Soltei uma gargalhada.

- "Meg... Consumiste álcool?" Disse.

Não consegui controlar as gargalhadas.

- "Está bebada." Ouvi-a dizer.

- "Megan, onde estás?" O Louis gritou.

Desliguei a chamada sem lhe dar tempo para gritar mais nenhuma vez.
Acordei no dia seguinte & senti-me perdida. Não sabia onde estava & por momentos, não sabia quem era.
Senti uma dor de cabeça horrível & o meu estômago parecia uma montanha russa.

- "Bom dia." A Sarah disse.

- "Bom dia..." Respondi.

- "Sentes-te melhor?" Perguntou.

Naquele momento não me sentia minimamente melhor. Fisicamente sentia-me péssima. Sem o efeito do álcool também não me encontrava bem a nível psicológico.

- "Não tenho a certeza... Onde estou? Em tua casa?" Perguntei confusa.

- "Sim. Não te preocupes, estás segura aqui. Aqui tens uma chávena de chá. Vai ajudar-te." Sorriu.

- "Obrigada." Sorri de volta.

- "Agora que terminaram, tens onde viver?" Perguntou.

- "Vivo na Faculdade." Respondi.

- "Sempre que necessitares de ficar aqui, terás a porta aberta." Afirmou & consenti com a cabeça.

- "Devia ir embora... Necessito de tomar um banho & estudar." Disse.

- "Vamos até ao "Stars" esta noite. Queres vir?" Perguntou.

Recordei-me do nome daquela discoteca. Era o mesmo local no qual tinha estado com eles há algum tempo. A noite em que ele me havia protegido.

- "Não penso que seja uma boa ideia... Ainda me sinto bastante afectada pelo que bebi a noite passada." Respondi.

- "Sabes onde nos encontrar." Disse.

Caminhei pela rua. A dor de cabeça que sentia encontrava-se insuportável.
Sabia que teria de lhes ligar. Sabia que deveriam estar preocupados portanto decidi ligar à Eleanor. Pediu-me que fosse até ao apartamento do Louis.

- "Megan, estás bem?" A Eleanor perguntou assim que entrei pela porta.

- "Fazes ideia da preocupação que nos fizeste sentir? Fazes ideia do que fizémos para te tentar encontrar?" O Louis gritou.

- "Não pedi que me procurassem." Afirmei friamente.

- "Passámos a noite à tua procura." A Eleanor disse.

Gritaram comigo como se fosse uma criança. Fiquei possessa. Sentia bastante raiva de tudo o que me diziam. Com tudo o que se passava dentro de mim, tudo o que lhes importava era gritar comigo?
Tentaram apoiar-me mas insistiram para que falasse com o Harry. Não tinha a certeza de que entenderiam tudo aquilo que se passava dentro da minha mente... Talvez fosse do álcool... Talvez ainda me encontrasse um pouco alcoolizada... Mas senti que não me entendiam.
Tentaram que entendesse o quanto o Harry me amava.
Será que não conseguiam perceber que ele me tinha traído? Para ser honesta, não me importava minimamente o quanto ele me amava.

- "Onde vais?" O Louis perguntou quando abri a porta.

Não obteve qualquer resposta da minha parte. Fechei a porta & caminhei. Cheguei ao meu quarto & deitei-me na cama. 
O Harry tentou ligar-me durante todo o dia. Queria que me encontrasse com ele.
Estava indecisa. Sentia uma necessidade. Uma necessidade de me sentir dormente.
Tomei um duche & vesti-me. Bati à porta.

- "Olá Meg. Fico feliz que tenhas vindo..." Ouvi.

(http://www.listenonrepeat.com/watch/?v=SEy6WPB_txw)

- "Estão prontos para irmos?" Perguntei.

- "Sim. Pessoal, vamos." A Sarah gritou.

Entrámos num táxi que nos levou até à discoteca. Senti-me aliviada quando me apercebi de que não se encontravam paparazzi's à porta. Sei que me reconheceriam se estivessem. Entrámos & reparei que nos dirigiamos até à zona VIP.

- "Como tens acesso?" Perguntei.

- "Digamos que é um presente por todos os favores que já fiz ao gerente." Sorriu.

Naquele momento não sei se quis entender exatamente o que quereria dizer com "favores" mas sinceramente não estava minimamente preocupada. Tudo o que queria era alguém a meu lado que não me julgasse. Que me ajudasse a sentir-me dormente. 
Dançámos & passado algum tempo entendi o sinal que a Sarah me fez ao caminhar lado a lado com um homem. 
John, o rapaz que conheci no mesmo dia que ela caminhou até mim.

- "A Sarah deixou-te sozinha?" Perguntou.

- "Aparentemente sim." Respondi.

- "Tenho algo que penso que irás gostar. Vamos até lá fora." Pediu.

Confesso que tive necessidade de me agarrar ao seu braço para conseguir caminhar. Encontrava-me demasiado alcoolizada, sem forças. Reparei que retirava algo do bolso. Vi a forma como consumiu. Vi a forma como os seus olhos mudaram após isso. Vi a forma como se encontrava descontrolado & dependente.

- "Experimenta." Disse.

- "Não..." Respondi.

- "Vai trazer-te de volta à vida." Afirmou.

Naquele momento não consegui ver todas as consequências que o meu acto iria trazer. Na minha mente, parecia algo de que necessitaria. Jovem. Ingénua. Perdida.

Senti o seu efeito em mim pela primeira vez. Os sentimentos de receio & culpa rapidamente foram substutuídos por adrenalina. 
Voltámos a entrar na discoteca. Voltei a dançar como se a noite fosse interminável. Senti um toque no meu braço.

- "Foi por tua culpa que o Harry me bateu naquela noite." Ouvi & encarei-o, reconhecendo-o de imediato.

- "Foi merecido. Não devias tocar naquilo que pertence aos outros." Afirmei.

- "Pertences-lhe?" Perguntou confuso.

- "Não. Já não." Respondi.

- "Entendo. Foste somente mais uma? Fartou-se?" Perguntou.

- "Não sabes do que falas." Tentei reagir mas mal me consegui mexer.

- "Estás um caco. Mal te consegues manter em pé." Disse.

- "Aposto que te conseguia manter em pé durante toda a noite." Afirmei sem noção alguma das palavras que pronunciava.

Senti que a sua mão me puxava & levou-me até uma das casas de banho. Trancou a porta & senti os seus lábios no meu peito.

- "Prova que és mais do que meras palavras." Sorriu.

Encostei-o à parede & beijei-o com toda a intensidade que o meu corpo me permitia ter. 
Ajoelhei-me no chão & desapertei o seu cinto. 
Foi ajoelhada no chão daquela casa de banho que lhe provei tudo o que não queria provar. Foi ajoelhada no chão daquela casa de banho que me perdi & senti tudo o que não queria sentir.
Após terminar, levantei-me & vi a sua expressão ao apertar novamente as suas calças.

- "Sabia que serias óptima desde a primeira vez que te vi. Para a próxima quero bem mais do que isto." Afirmou & saiu pela porta.

Levantei-me com bastante dificuldade & caminhei até um dos lavatórios onde apoiei as mãos. 
Olhei-me ao espelho & no meio de toda a confusão que sentia, consegui observar os meus olhos. Não os reconheci. Não reconheci a pessoa que observava ao espelho. Senti uma necessidade incontrolável de trazer água até ao meu rosto. Magoei-me. Confesso que me magoei bastante ao tentar limpar-me. Parei. Lágrimas escorreram pelo meu rosto & não as consegui travar. Tudo o que queria era limpar a minha mente. Limpar tudo o que tinha acabado de acontecer & isso nunca seria possível.
Foi naquela casa de banho que soube que me iria perder & tinha medo que ninguém me conseguisse ajudar a encontrar o caminho de volta.