A surpresa de Mariana

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Se havia algo que dona Nicoletta tinha de sobra, era amor de mãe para dar, á torto e à direito. E agora, que todos os seus filhos tinham voltado para casa, e Virgílio tinha sido perdoado por seus feitos, tudo que ela queria era uma grande festa, com todos os amigos de seus queridos filhos.

E, por mais incrível que parecesse, Otávio estava mais do que convidado.

- Luccino, olhe, não é que eu não queira ir... é só que...

- Otávio – Luccino disse, sua voz demonstrando uma leve impaciência. – Minha família inteira já sabe. Minha mama inclusive. Ernesto já deve ter contado à Emma e Fani com certeza já comentou com Edmundo. E além deles, os únicos convidados são Mariana e Brandão, Rômulo e Cecília e Elisabeta e Darcy.

- Ou seja, a cidade inteira! Se cada um deles decide convidar um irmão ou irmã, ou qualquer coisa que seja, todos estarão lá – Otávio respondeu, frustrado, enquanto Luccino dava um sorriso sarcástico.

- Então você não vai – Luccino riu, mas sua risada não tinha qualquer resquício de felicidade. Ele estava mais irritado do que qualquer outra coisa. – Claro que não.

- Luccino, escute... – Otávio tentou, deixando seu chapéu sobre a mesa e se aproximando do mecânico, que já voltava para o trabalho. Otávio segurou suas mãos e o virou para encará-lo, prensando seus lábios enquanto Luccino o olhava, sem qualquer alegria no olhar. – Você sabe que eu gosto da sua família, você sabe que... eu amo você... – ele deu uma pausa, e Luccino imediatamente pareceu se acalmar, um pequeno sorriso querendo escapar de sua face – mas você também sabe que não é tão fácil assim.

- Eu não estou pedindo que você vá como nada. Eu só queria sua companhia – Luccino suspirou e olhou para suas mãos, segurando as de Otávio de volta. – Quer dizer, eu gostaria muito que você fosse como Emma e Edmundo vão – ele riu baixinho e balançou a cabeça – mas não precisa. Só... vá. – ele levantou a cabeça, sorrindo de leve – Por favor.

Otávio o olhou por um longo momento antes de suspirar alto e sorrir.

- Eu não consigo te negar nada... – ele murmurou, e Luccino sorriu – Muito bem. Eu vou, não se preocupe.

- Obrigada – Luccino sussurrou, apertando as mãos de Otávio nas suas e se aproximando, lhe dando um beijo suave por entre sorrisos. Otávio soltou suas mãos, as relocando para sua cintura, enquanto Luccino segurou a farda do major, o puxando para perto e inclinando a cabeça para o lado.

E, como sempre, como todas as vezes e como aquela primeira vez, sentiu seu coração pular como se fosse sair de seu peito, quase não conseguindo retribuir o beijo por tanto que queria sorrir.

Mas claro que a vontade de sorrir nunca superaria o arrepio que subiu por suas costas quando Otávio deu um passo para frente, prensando Luccino contra a viga no meio da oficina, fazendo com que ele soltasse um gemido surpreso que logo foi utilizado pelo major para aprofundar o beijo.

Luccino ainda não estava acostumado com aquele lado de seu tímido major.

- Que sem vergonhice é essa aqui nessa oficina? – uma voz veio, ao longe, fazendo com que os dois pulassem e se afastassem, sem ar por conta do beijo e do susto. Otávio se virou e suspirou, segurando a mão sobre o coração.

- Mariana, que susto – ele murmurou, se apoiando contra a mesa enquanto Luccino grunhia e se afastava do pilar.

- Mariana, sério? – ele disse, bravo, sentindo seu coração pular para sua garganta enquanto a garota se segurava para não rir.

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