Conversas do coração

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Depois de todos voltarem para o carro, a viagem ainda demorou uma hora e meia, por conta de uma parada que tiveram que fazer a poucos minutos da pousada. Mas depois, seguiram direto e ao chegar, saíram do carro e foram pegar suas malas na parte traseira.

- Bom, como ficaram os quartos? – Cecília perguntou, olhando para Otávio enquanto ele tirava as malas.

- Como era mais barato dois quartos de casal do que quatro de solteiro, foi isso que pedi – ele explicou, sorrindo para Cecília. – Espero que não se importe de dividir a cama com sua irmã.

- Me importar? Claro que não! – ela sorriu e se aproximou de Mariana, que sorria um tanto curiosa na direção de Otávio – Vai ser ótimo ter a companhia da minha irmã favorita.

- Não deixe Jane ouvir isso – Mariana alertou, sorrindo, e pegou suas malas. – Venha Cecília. Vamos nos organizar lá no quarto e encontramos os meninos depois, no salão de festas. Qual são os números dos quartos?

- O das senhoritas é número 4 – Otávio respondeu, tirando uma carta do bolso. – Estreguem isso para a recepcionista e estará tudo certo.

- Obrigada! Venha Cecília, venha! – Mariana puxou a irmã, que a seguiu rindo confusa, mas sem pestanejar. Foi somente quando estavam sozinhos que Luccino se aproximou de Otávio, sorrindo encabulado.

- Quartos de casal? – ele perguntou, se inclinando contra o carro, e Otávio o olhou, calmo.

- Sim. Queria que eu gastasse ainda mais dinheiro com quartos individuais? – perguntou de volta, mas não segurou o sorriso quando viu Luccino rir pelo nariz, balançando a cabeça.

- Claro, por questões econômicas... certo – murmurou, se aproximando um pouco mais antes de se acercar que estavam sozinhos. – É bom saber que você se preocupa tanto com economias. Um homem correto deve sempre se atentar ao dinheiro, não é mesmo?

- É o que um bom marido faria – Otávio concordou, um sorriso debochado em seus lábios. Então, ele pegou as malas de Luccino e suas próprias, enquanto Luccino o encarava, olhos arregalados e bochechas vermelhas. Marido? – Vamos?

- C-claro – ele murmurou, sem graça, seu coração batendo mais rápido, e Otávio assentiu, olhando ao redor antes de se inclinar e beijar o canto dos lábios do mecânico, antes de seguir para dentro da pousada.

Luccino ficou parado, olhando para o nada como o idiota que era, seu coração a mil, quente e grande, um sorriso enorme em seu rosto.

Um bom marido.

Ele soltou uma risada calorosa para si mesmo, e se houvesse qualquer pessoa ao redor, pensariam que ele era louco. Mas como não havia, ele não se importou, se virando para o prédio e seguindo Otávio, que já estava pegando as chaves do quarto 6.

- Bom dia – ele falou, cumprimentando a moça, que sorriu de volta.

- Bom dia senhor. Espero que se sintam à vontade na nossa pousada. Meu nome é Julia. Vou fazer o que puder para acomodá-los melhor.

- Muito obrigado Julia – Luccino assentiu, e seguiu Otávio para as escadas, subindo um lance e seguindo pelo corredor pouco decorado, mas muito bem cuidado. Chegaram na porta de número 6, a última do corredor, e Otávio abriu a porta, entrando com as malas e sorrindo para si mesmo.

- Como imaginava – ele falou, e Luccino entrou, seus olhos se arregalando e o sorriso aumentando novamente.

O quarto era enorme, e lindo! Por mais simples que fosse, era o lugar mais bonito que Luccino já havia estado em toda sua vida. O chão, as paredes e o teto eram todos de madeira polida e esmaltada. Os móveis eram muito bem cuidados, com um armário embutido na parede ao lado da cama, que era de fato para um casal, com cobertores que pareciam incrivelmente confortáveis e quentes. Havia uma lareira em frente a cama, com um pequeno sofá, a cama tinha dois criados mudos, um em cada lado, dois abajures, um lustre no meio do quarto, uma porta para o banheiro a direita da porta de entrada, um pequeno divã com espelho, e uma porta enorme de vidro que dava para uma varanda que recobria todo o quarto.

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