Família

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Gente primeiro dia de aula e ela já acabou, to titi. Mas enfim, da tempo de escrever mais um pouquinho. Esse aqui já estava pronto XD sorte de vocês!

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Alguns dias depois, tudo parecia estar entrando nos eixos. Apesar da falta de resposta de Jorge, Luccino tinha ido até a cidade para se assegurar de que Virgílio estava bem, e não seria julgado até que fosse encontrado um advogado que o defendesse. O Delegado, para a surpresa do italiano, disse que o processo estava em pausa até que Jorge retornasse de São Paulo, algo que o próprio advogado havia pedido. Luccino ficou mais calmo então, fazendo algumas visitas à Virgílio, que nunca dizia nada, mas que parecia mais próximo do irmão mais velho que Luccino se lembrava.

Já Otávio melhorava a passos rápidos, e três dias mais tarde, já foi liberado da mansão para voltar para sua casa, se recuperar lá por mais alguns dias. O ferimento estava quase completamente curado, e ele já conseguia andar e se alimentar de sólidos novamente. Brandão também estava melhorando rápido, agora na fase de tomar sopas e ser muito bem cuidado por Mariana, que parecia cada vez mais ativa, mais feliz.

Luccino prometeu a seus amigos que voltaria assim que Otávio estivesse instalado no dia em que o major foi liberado, e pegou a charrete emprestada de Rômulo pra levá-lo até sua casa. Na verdade, ele até riu quando Otávio percebeu que estavam indo para a casa dos Pricelli, o major parecendo um tanto desconcertado com o fato.

- Luccino, mas você tem certeza? Eu não quero ser um estorvo, já não basta você tomar conta de mim, mas sua mãe? Sua irmã?

- Fani não vai tomar conta de você, não se preocupe. E mama... bem, foi ela que insistiu que você viesse assim que estivesse melhor – Luccino sorriu para si mesmo, se lembrando das palavras da mãe. – Ela já te vê como parte da família, Otávio. Não vai deixar nenhum filho dela sozinho quando está doente ou machucado.

- F-filho?! – Otávio engasgou, e Luccino riu alto, balançando a cabeça e seguindo pela estrada de terra até sua casa. Ao chegarem, ele parou a charrete e ajudou Otávio a descer, deixando com que se apoiasse contra seu corpo, ainda não conseguindo andar sozinho o tempo todo.

- Mama! Chegamos! – ele gritou, alegre, observando enquanto Nicoleta saía pela porta com um sorriso enorme no rosto.

- Meus bambinos! Meus queridos, entrem, entrem! Tem uma comida especial pra vocês aqui dentro, vamos, vamos! – ela exclamava, acenando para que viessem mais rápido e mantendo a porta aberta para os dois. – Senta! Senta, eu vou pegar a comida!

- Sim, mama, sim – Luccino riu, ajudando Otávio a se sentar e se colocando ao lado dele. – Eu te disse?

- Acho que estou um pouco enjoado – Otávio murmurou, e Luccino sabia que era por conta da atenção, então pegou a mão do major e lhe deu um beijo no rosto que lhe deixou todo vermelho. – Luccino!

- Eu gosto de te ver assim – ele riu, voltando a atenção para sua mama que voltava com duas panelas e depois corria de volta para a cozinha, trazendo bandejas e mais bandejas. Os olhos de Otávio se arregalaram enquanto viam a comida.

- Isso é...

- Joelho de porco com repolho e batatas e mais um monte de coisa! Olha, Otávio, quando meu bambino me falou o que o senhor gostava mais, eu tive que procurar pelo Vale inteiro pra aprender a fazer! Mas acho que ficou bom, experimenta! Vamos!

Nicoleta se sentou na frente dos dois, sorrindo, e Luccino serviu os três, olhando para aquele prato tão estranho que nunca tinha comido antes. Era alguma forma de comida alemã, pelo que se lembrava, mas realmente era algo esquisito, sem cor, sem tomate. Otávio parecia maravilhado, sem saber o que fazer.

- Dona Nicoleta, eu...

- Ora, meu filho, pode me chamar de Nicoleta! Não tem essas coisas com família não! Pode até me chamar de mama se quiser! – ela sorriu, esfregando o braço e Otávio e o fazendo corar ainda mais. – E como tá de gosto? Nunca fiz uma comida assim, espero que tenha acertado tudo!

- Está ótimo... maravilhoso... muito obrigada... – Otávio disse, sua voz meio embargada, e quando Luccino o olhou, viu o major esfregando seus olhos rapidamente. – Desculpem, eu... eu só...

- Não tem que se desculpar, querido – Nicoleta sorriu, segurando sua mão e acenando para Otávio. – Estamos todos felizes que você está bem.

Otávio assentiu e fungou um pouco, antes de dar uma risada baixa e se voltar para a comida. Os três se puseram a comer, Luccino se mantendo em silêncio mas tocando em Otávio sempre que podia para lhe trazer calma, apesar de que logo ele e Nicoleta já estavam bem confortáveis um com o outro, para a alegria do Pricelli caçula.

Era bom ver a duas pessoas que ele mais amava se entendendo.

Depois de terminarem de comer, Luccino tirou os pratos e lavou a louça, deixando sua mãe e Otávio conversarem, e depois voltou para a cozinha, sorrindo e anunciando que era hora de se deitar. O major parecia surpreso, não sabendo que ficaria ali naquela noite, mas Nicoleta já logo assentiu e ofereceu seu quarto para que os dois pudessem dormir numa cama maior, mais confortável.

- Mas, mas dona Nicoleta-

- Nada de mais, não estou oferencendo, estou mandando! Você tá muito machucado ainda, tem que se cuidar – ela falou, sorrindo e apertando a mão do major. – Já está tudo preparado pra vocês dois. Eu vou dormir, boa noite.

Ela seguiu para o quarto dos irmãos, fechando a porta, e tanto Otávio quanto Luccino coraram dessa vez, mas não conseguiram fazer cara feia, seguindo para o quarto de Nicoleta e parando na porta, olhando para a cama de casal simples, o abajur à vela, os pequenos móveis, bem diferentes da mansão do parque, aonde tudo era enorme e lindo.

- Será que seu pai não vai vir nos assombrar durante a noite? Por estarmos dormindo na cama dele? – Otávio perguntou, um tanto intimidado, mas Luccino decidiu ali não pensar muito e deu de ombros, andando até a cama e puxando os lençóis.

- Eu não ligo, ele já não está mais aqui, não é mesmo? Agora vem, você precisa descansar.

Otávio ainda demorou um pouco mas eventualmente se sentou na cama, enquanto Luccino já estava deitado, sorrindo. Era estranho, sim, mas eles não iriam fazer nada, e além disso, sua mãe estava decidida a deixa-los dormir juntos. Não havia nada de mal naquilo.

- Otávio, pare de pensar e se deite logo.

O major assentiu e se deitou como uma prancha de madeira, desconfortável e duro, mas logo foi se acalmando quando Luccino se aninhou contra seu lado e suspirou, sorrindo feito bobo contra ele. Ao relaxar, Otávio colocou um braço sobre Luccino e o puxou para perto num abraço de lado, sorrindo para o mecânico.

- Eu acho que isso tudo serviu para que eu aprendesse o quanto eu gosto de dormir ao seu lado – Otávio sussurrou contra a cabeça de Luccino, lhe dando um beijo, e o mecânico levantou o rosto para o olhar, sorrindo de orelha a orelha, sentindo o coração aquecer.

- E acordar ao seu lado – ele completou, colocando a mão delicadamente sobre o peito de Otávio, sentindo seu coração bater bem levinho contra seus dedos. – E te ter por perto o tempo todo. E cuidar de você. E tudo mais.

- Sim... acho que sim – Otávio concordou, se aproximando de Luccino e esfregando seus narizes juntos, levemente, até que o mecânico risse. – Te amo, Luccino.

- Eu também te amo, Otávio – ele murmurou, fechando os olhos e se sentindo como já havia sentido tantas vezes, com o major próximo de si, nos momentos mais difíceis e mais fáceis, sempre aquele amor que não cabia no peito. 

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Tatá filho de Nicoleta, meu tipo de relação. Enfim, agora é sério, as aulas começaram e os updates vão ser mais escassos mas não desistam de mim ;-;

Obrigada pela paciência e pelo carinho!

Felizes Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora