Líderes

193 13 65
                                    

PFFFF ADIVINHA QUEM VOLTOU DO ALÉM

Por favor não me destruam, eu nem sei quanto mais eu vou escrever dessa fic, eu só tive inspiração e escrevi mesmo DESCULPA

----------------------

- Senhores...

- Não venha dizer nada. Nem mesmo comece, major – Camilo disse, dando um passo para frente e ficando lado a lado com Ernesto e Darcy, que já tinham tomado conta da liderança da comitiva. – Nós queremos e vamos atrás deles, junto com o exército, ou sem ele.

- Virgílio e Xavier já nos causaram muita dor e sofrimento, nós temos nossos direitos – Darcy acrescentou, e Otávio sentiu uma dor de cabeça se iniciar pela sua têmpora direita, subindo para a testa.

- Senhores, por favor, me escutem – ele tentou novamente, em vão. Os mais velhos logo se aproximaram, declarando seu apreço por Brandão, seu trabalho e seus homens. George começou a falar como era de seu melhor amigo que estavam discutindo, enquanto os outros que mal tinham a ver com qualquer caso de Xavier e Virgílio começaram a adicionar seus pontos de vista. Logo, a sala passou de um local para conversas e planejamentos para uma loja de feira, e aquilo estava deixando Otávio doente. Já não era suficiente que ele tinha a culpa do coronel estar do modo que estava, e a preocupação de cuidar de uma cidade inteira sozinho? Não, ainda tinham que colocar meia dúzia de homens descompensados para formar uma comitiva de guerra.

Realmente a vida no interior não era para ele.

- Major Otávio, está nos escutando?! – um deles (ele sequer sabia distinguir qual naquela confusão) perguntou de modo impaciente, como se a atenção de Otávio fosse mudar alguma coisa naquela discussão sem fim. Mas foi capaz sim de irritá-lo a ponto de que perdesse o bom senso, e se levanta-se, batendo com as mãos na mesa a sua frente e levantando os olhos em direção ao grupo, agora em silêncio.

- Todos vocês, quietos – ele grunhiu entre os dentes, e finalmente, eles pareceram perceber que estavam de frente de um major do exército brasileiro, e não de um amigo num almoço de quermesse. – Agora, escutem.

- Certo – Ernesto foi o único que respondeu, parecendo mais calmo. Todos os outros simplesmente acenaram. Otávio tomou fôlego e suspirou, ajustando as costas para ficar ereto frente a frente com a... comitiva da cidade, e cruzou os braços.

- Eu já compreendi que nada que eu diga irá impedir os senhores de saírem por aí despreparados para procurarem dois bandidos que já fizeram atrocidades. Portanto, eu não posso ignorá-los, já que fazem parte do povo da cidade, e assim, é minha função protege-los.

- Chega de lero-lero Otávio – Ernesto respondeu, um tanto íntimo falando daquela maneira, mas todos os outros levaram como um ato de irritação. Otávio, porém, sabia que era somente a proximidade entre eles falando.

- Certo. Eu vou colocar um pequeno grupo de soldados de elite com vocês. A maioria de vocês conhece essa cidade e seus arredores como a palma de suas mãos. Portanto, vocês iram guiar meus soldados, e serão equipados com coletes sobressalentes e as armas que souberem manusear – Otávio falou, começando a dar a volta na mesa e tendo um caminho formado pelos homens ao se afastarem da mesa. – Não mintam sobre as armas. Um homem descuidado com um revólver é mais perigoso do que um assassino com uma espingarda. Além disso, vocês devem respeitar as ordens de meus homens. Nada que eles disserem pode ser ignorado. E por último, vocês não podem entrar em contato direto com nenhum dos fugitivos. Se eles tiverem um de vocês nas mãos, minhas tropas e eu teremos problemas em resgatá-los – Otávio se virou para o grupo, que o encarava extremamente sério, assentindo sob suas ordens. – Entendido?

- Entendido – eles responderam em conjunto, e Otávio sentiu seu coração se acalmar pelo menos um pouco. Respirando fundo, ele acenou e chamou um guarda que estava do lado de fora do prédio, explicando tudo ao homem nos mínimos detalhes e enviando a comitiva para seu designado local de treinamento.

O único a ficar para trás foi Ernesto, que o encarou firme, e colocou sua mão sobre o ombro de Otávio.

- Meu irmão? Como ele está?

- Bem. E aparentemente convencido de não se envolver nas buscas – Otávio respondeu, sentindo seu próprio coração aliviar com o comentário. Ernesto sorriu de canto, e bateu de leve sobre o ombro do major, parecendo orgulhoso.

- Obrigado por ficar de olho nele. Juro que não vou envolve-lo nessa loucura.

- É bom mesmo. Já basta Brandão do jeito que está.

- Nem diga nada. Estou com o coração apertado por conta do coronel – Ernesto suspirou, mas logo balançou a cabeça e sorriu. – Vou deixa-lo com seu serviço, se precisar de qualquer coisa, pode me chamar, fratello.

E com outro tapinha, saiu pela porta e seguiu a comitiva, deixando Otávio na sala, um tanto desconcertado. Mas ele não podia ficar parado sem fazer nada. Ele tinha que correr atrás de suas tropas, dirigi-las para os locais adequados, defender a cidade, achar e prender Xavier e Virgílio uma vez por todas.

E vingar o coronel.

--------------------

Pareceram horas até que Mariana saísse de seu estado apático e tivesse alguma reação ao que tinha acontecido. Cecília e Romulo tinham saído para procurarem alguns remédios específicos para darem a Brandão quando ele melhorasse ou desse algum sinal, enquanto Luccino tinha se encarregado de observar Mariana enquanto as outras irmãs não chegassem. Elisabeta parecia estar ocupada com algo, procurando Darcy, enquanto Jane e Lídia estavam com sua mãe, que queria mais era ir atrás de seu marido na maldita comitiva que ele e os outros homens tinham inventado.

Não que Luccino ou Mariana soubessem da comitiva. Nenhum dos dois tinha tido notícias de qualquer pessoa do Vale a mais de uma hora, e somente de passar um bom tempo ao lado de Brandão, Mariana pareceu se reerguer novamente, tomando a mão de Luccino em sua própria de repente, enquanto este observava o chão da mansão, distraído, brincando com seu anel. Foi somente com o toque suave da mão se sua melhor amiga que ele levantou os olhos e se pôs de pé, esperando alguma notícia.

- E então? – perguntou, quase desesperado, mas Mariana balançou a cabeça, limpando uma lágrima que fugiu de seu olho.

- Nada ainda Luccino. O ferimento foi grave, você sabe que ele não vai acordar por alguns dias ainda – ela disse, sua voz rouca de chorar, mas apesar disso, soando extremamente calma e sóbria. – Aonde estão os outros?

- Cecília e Romulo foram atrás de remédios. Otávio foi cuidar do quartel. Randolfo está lá fora, de guarda com outros homens – Luccino lhe disse, segurando as mãos de sua amiga, que tinha os olhos frios, como ele jamais tinha visto. Mariana sempre era alguém com muita vida, seus olhos sempre quentes e brilhantes. Naquele momento, pareciam mais feitos de gelo. – E você, como se sente?

- Honestamente? Completamente destruída – ela respondeu, suspirando alto e fechando seus olhos por alguns segundos. – Por diversos motivos. Alguns que eu sequer quero pensar agora, ou todos em quem eu posso confiar vão acabar me magoando.

- ... Entendo – Luccino murmurou, a culpa invadindo seu coração. De fato, se ela perguntasse sobre o conhecimento de Luccino sobre as atividades de Brandão, ele só a magoaria mais. Era melhor que ela nem pensasse nisso. – Mas eu estou aqui, se você precisar de qualquer coisa...

- Eu preciso – Mariana assentiu, abrindo seus olhos de novo, mas dessa vez, eles ardiam com uma determinação que ele só tinha visto uma vez nos olhos da mulher antes. – Eu preciso de um confidente, de um amigo, e de um parceiro. E eu preciso ter certeza de que posso contar com você para tudo isso, porque eu não posso fazer isso com mais de uma pessoa.

- Mariana... você pode contar comigo pra tudo – ele assentiu, preocupado, segurando as mãos dela mais fortes nas próprias, entrelaçando seus dedos. – O que você quer? O que eu devo fazer?

- Eu e você vamos atrás daqueles monstros – ela falou, fria e determinada, apertando a mão de Luccino o suficiente para incomodar. – Sozinhos. E nós só vamos voltar com eles mortos.



Felizes Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora