Sufocado (POV Ernesto)

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Eu já queria escrever um capítulo na visão do Ernesto desde, bem, quando eu comecei a fic. Achei que agora seria o momento certo. Ah, e desculpem pela angústia, mas faz parte do negócio ;3

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Não.

Não, aquilo não podia estar acontecendo.

Não, não, não, não!

- DESGRAÇADO! – Ernesto gritou com todas as suas forças, sem ao menos sentir qualquer dor ou tontura, a adrenalina dando á ele toda a energia que precisava. Pulou no pescoço de Xavier sem pensar duas vezes, ignorando por completo a arma em sua mão, caindo no chão sobre o homem e lutando contra ele, tentando puxar a arma de sua mão para que pudesse acabar com a vida daquele verme. Xavier lutava contra ele, nunca sendo tão forte assim, mas tentava apontar a arma para Ernesto para atirar, grunhindo de ódio enquanto empurrava o italiano para longe com suas pernas, ou tentava, ao menos. Os dois rolaram na terra, Ernesto sempre conseguindo dominar a situação, até que finalmente Xavier conseguiu empurrá-lo para longe e apontar a arma em sua direção, respirando forte, pronto para atirar.

Ouviu-se outro tiro então, mas Ernesto não sentiu nada.

Ao piscar os olhos, viu Xavier caindo sobre o chão, seus olhos arregalados e sem brilho, e logo se virou para a única pessoa que também possuía uma arma de fogo ali: Virgílio. Dito e feito, ele estava com a arma apontada para Xavier, e obviamente tinha sido quem apertou o gatilho. Ernesto não sabia o que fazer, olhando para seu irmão mais velho como se aquilo fosse uma brincadeira, mas Virgílio nem lhe deu atenção alguma, se virando e passando por Ernesto sem dizer nada.

Foi então que a situação voltou para sua cabeça cheia de minhocas, e Ernesto se virou para encarar Luccino e Otávio, os dois no chão, seu fratellino desesperadamente pressionando a barriga do major com o pano que levava no pescoço, o pano já quase inteiramente vermelho. Foi como um balde de água fria, e Ernesto correu até os dois, se ajoelhando ao lado de Virgílio, sem nem dar atenção ao irmão.

Parecia seu pai de novo, ali, naquela situação. Mas diferentemente de seu Gaetano, Otávio parecia mais atento, ou ao menos mais forte, porque respirava fundo e parecia tentar se manter calmo, apesar de que logo logo estaria desmaiando. Ernesto cobriu a mão de Luccino sobre o pano, pressionando mais forte, ignorando o estremecer de seu fratellino quando Otávio gritou de dor, sabendo que a perda de sangue era bem mais preocupante que qualquer dor insuportável que o major poderia estar sentindo naquele momento.

Foi então que Virgílio o empurrou – e a Luccino também – e mesmo com a cabeça perdida, Ernesto se sentiu pronto para esganar o irmão ali mesmo.

- Fiquem quietos os dois – o Priccelli mais velho disse, sua voz calma, de uma maneira que Ernesto nunca tinha escutado antes. Apesar de não confiar em Virgílio nem por um segundo, Ernesto não estava conseguindo pensar, e então se aproximou de Luccino que não parava de chorar, enquanto Virgílio fazia o que quer que fosse. Ele viu o mais velho tirar o pano da ferida de Otávio e virá-lo de lado. Seu corpo cobria boa parte do que estava fazendo, então Ernesto só podia abraçar Luccino mais forte e esperar, fechando os olhos e tentando ver com a razão ao invés de suas emoções insanas.

Era tanta coisa que se passava por sua cabeça naquele momento, sentia que poderia vomitar.

- Pronto. Vamos. Ainda tem cavalos no estábulo – a voz de Virgílio se fez alta novamente, e Ernesto se levantou com Luccino, os dois se aproximando do irmão. Virgílio já estava um passo á frente, levantando o major e deixando com que ele se apoiasse sobre seus ombros, direcionando a comitiva para o estábulo ali perto. Luccino se desvencilhou de Ernesto, se colocando no outro lado de Otávio para dar mais apoio, e saiu junto à Virgílio enquanto Ernesto ficava para trás, confuso, com raiva, e muito mais.

Felizes Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora