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Não sabia que nome dar pra esse capítulo, e eu também nunca escrevi o Jorge oops, espero não estar cometendo nenhum erro hahaha. 

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- Luccino, o que... Otávio! – Mariana foi a segunda à exclamar. Apesar de saber muito bem que aquele momento deveria ser dos dois, Luccino não podia culpa-la, ela e Otávio tinham se tornado bons amigos. A mulher se dirigiu ao outro lado da cama, segurando a outra mão do major, que parecia um tanto incomodado, olhando lentamente para os dois ao seu redor e suspirando fraco.

- O que aconteceu? – ele perguntou, baixo, e Luccino entrelaçou seus dedos aos de Otávio sem pensar duas vezes.

- Xavier, ele... ele atirou em você, mas agora está tudo bem, você acordou e Rômulo tomará conta de tudo – Luccino disse, suave, gentil, o mais calmo que pôde, levantando a mão livre para acariciar a cabeça do major, dedos passando por entre seus cabelos curtos, o homem não se contendo e se inclinando para o toque. Luccino sentiu um calor gostoso em seu coração ao ver Otávio assim, calmo, manhoso, se inclinando para perto.

- E... e Brandão? – Otávio suspirou, abrindo seus olhos cansados de novo, olhando para Mariana que balançou a cabeça e sorriu para o amigo. Ela era tão forte, Luccino não sabia como ela conseguia ser assim.

- Está bem. Desacordado, mas bem. Não se preocupe com ele, tem que focar em sua própria recuperação.

- Mas... com o coronel... e eu... Randolfo... como ele está? E o quartel, eu-ugh – Otávio grunhiu ao tentar se mover, algo que Luccino impediu rapidamente com uma mão sobre seu ombro.

- Por tudo que é mais sagrado nesse mundo Otávio, nem ouse se levantar nem se mexer. Está muito fraco ainda! – Luccino disse, firme, segurando sua mão e seu ombro e encarando os olhos semiabertos do major. – Randolfo está bem, cuidando do quartel, tudo como deveria estar. Se quiser eu faço uma visita, até ajudo com o que precisar, mas o senhor vai ficar aí na cama quietinho, ouviu?

- Mas-

- Nada de mas! – Mariana interviu, sorrindo e apertando a mão do major. – Ficará quietinho, aos cuidados do seu amor. Já eu, que não posso fazer muito, vou dar as notícias à cidade.

- Mas Mariana, e-e Brandão? – Luccino perguntou, seus olhos arregalados, e viu a tristeza nos olhos de sua amiga ao olhar o marido ao lado, desacordado. Ainda assim, ela suspirou e balançou a cabeça.

- Não posso fazer nada por ele, Luccino. Não sou médica nem enfermeira... e eu sei que você vai cuidar muito bem dele enquanto estou fora, afinal, é como um pai pra você – ela sorriu, esticando a mão vazia e pegando a de Luccino. – Cuide dos dois, por favor. Eu vou até a cidade, espairecer um pouco, contar as novidades, rever minha família... eu também preciso dar satisfação à eles, não é?

- Sim, sim, é claro. Pode deixar, eu vou cuidar de Brandão como ninguém – ele sorriu, e Mariana assentiu, antes de olhar para Otávio e se abaixar, dando um beijo sobre sua testa.

- E o senhor, se cuide, viu? Quero você de pé e trabalhando em... uma semana!

- Vou tentar cinco dias – Otávio sorriu, e ela riu de leve, apertando sua mão mais uma vez e saindo para perto de Brandão, provavelmente avisá-lo de sua saída. Luccino ficou ao lado de Otávio, acariciando sua mão, o olhando com zelo até que ele o encarou de volta. – Luccino... e você?

- O que tem eu? – ele perguntou, levando uma mão para a face do major e acariciando sua bochecha, sua têmpora, seus cabelos. Otávio pareceu relaxar contra o toque, seus olhos se fechando e sua expressão se tranquilizando.

- Como você está?

Os olhos de Luccino se arregalaram com a pergunta, metade dele querendo rir, e a outra querendo cair aos prantos. No final, se manteve neutro, balançando a cabeça.

- Otávio, você foi baleado e está em processo de recuperação... como consegue estar preocupado comigo?

- Sempre estou preocupado com você. Faz parte de ser, bem, seu.

Luccino não conseguiu não corar com aquilo, sorrindo feito bobo quando Otávio abriu os olhos, só para piscar para ele. Deu uma risada quieta, balançando a cabeça, e se inclinando para frente até que pudesse roubar um beijo casto e doce de seu major. Depois se afastou de novo, ainda sorrindo, e balançou a cabeça.

- Estou ótimo agora que o senhor acordou – disse, não se contendo e levando a mão até perto da face de Otávio, cutucando seu nariz com o dedo. Otávio pareceu confuso, mas depois sorriu mesmo assim. – Estava muito preocupado. Na verdade, tão preocupado que nem comi direito... e agora que você acordou, estou me sentindo faminto.

- Então vá comer, eu não vou a lugar algum – Otávio riu, apertando sua mão e suspirando leve. – Quando voltar, é capaz que eu já tenha dormido de novo... estou cansado.

- Pode dormir sem problemas. Eu volto logo, vou falar com Rômulo, ver se posso te dar algo também, sem que seja uma sopa rala – Luccino afirmou, se abaixando e beijando a testa de Otávio, sorrindo.

Ao menos ele estava bem.

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Depois de se alimentar e ajudar Otávio a comer (uma sopa rala, como tinha dito), Luccino já se sentia melhor. Por isso, não se importou de deixar Otávio e Brandão aos cuidados da enfermeira que Rômulo tinha requisitado para sair e tomar um ar. Já era tarde, a lua e as estrelas todas no céu, mas antes de ir dormir ou descansar, tinha alguém com quem tinha que falar, e por isso, seguiu até a cidade em silêncio, a pé mesmo, sem pensar duas vezes. Afinal, se pensasse muito, era capaz que as palavras de Ernesto chegassem ao seu coração, e isso ele não queria.

Chegando à cidade, Luccino observou as pessoas que andavam pelas ruas, saindo ou chegando de suas casas ao anoitecer. Sorriu com toda aquela calmaria, pensando como a vida no Vale seria mais fácil agora que Xavier estava morto, e todas as pessoas que faziam intrigas estavam ou bem longe ou à ver navios. Foi andando lentamente por entre as ruas, lembrando de alguns momentos que tinha passado por ali com seus amigos, até chegar na frente da casa de quem tanto precisava, e bater na porta gentilmente.

Ele sabia que aquela não seria uma boa hora, e que o homem não estava bem fazia algum tempo, mas ainda assim era o melhor e tinha que apostar tudo em alguém de confiança.

A porta se abriu pouco depois, e Jorge saiu com olhares cansados, mas curiosos ao ver Luccino ali em sua porta.

- Ora, se não é o Pricelli caçula à minha porta – ele disse, um sorriso fraco em seu rosto. Luccino se sentia mal de vir assim, sem avisar, mas seguia um impulso do coração, não da razão. – Em que posso ajudar?

- Na verdade... Jorge... eu... – Luccino não sabia exatamente o que dizer, então balançou a cabeça e suspirou. – Eu gostaria de pedir, aliás, de contratar seu serviço, como advogado.

Jorge o olhou, ainda mais curioso e um tanto confuso, enquanto Luccino sentia seu coração bater rápido, não só por estar atrapalhando alguém como Jorge, que não estava bem após a morte de sua esposa Amélia, mas também por estar contratando alguém para si próprio, algo que sua família nunca tinha feito, visto suas dificuldades com dinheiro.

- Certo, e posso perguntar para que seria essa contratação? – Jorge perguntou, saindo de sua casa e cruzando os braços. Luccino respirou fundo, e com um olhar firme, assentiu.

- É para meu irmão, Virgílio. Quero que o senhor seja advogado de defesa dele. 

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Eu amo todo mundo dessa novela gente meu deusssssss

Felizes Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora