O bom filho...

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Ai gente amo muito. quero todo mundo amando essa família. E os comentários de vocês só ficam melhores CHORANDO amo vcs!

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- Vem bambino, senta, senta. Faz mais de semana que eu não te vejo meu filho – Nicoleta disse, puxando Luccino para a mesa e se sentando ao lado dele. Os outros quatro foram também encontrando seus lugares, mas Luccino não olhava para eles, focado em sua mama e nas comidas que ele colocava em seu prato. – Come, come, não sei o que tão te dando naquela mansão mas você tá fraquinho, meu filho! Tem que comer!

- Obrigado mama – ele murmurou, pegando o pãozinho em suas mãos e dando uma mordida, suspirando pelo nariz enquanto os outros se serviam. Comeu devagar, fazendo hora, olhando o café com leite que sua mãe serviu em seu copo, e esperando para falar quando fosse a hora, achando que ela nunca chegaria. Por sorte, sua mama parecia mais preocupada com outros assuntos, que lhe acalmaram e esquentaram o coração.

- Mas me fala, bambino, como tá meu Otávio? Ele tá bem, filho? Tá recuperado? E o Brandão? – ela perguntou, servindo os outros enquanto olhava para Luccino, que sentiu suas bochechas esquentarem e um sorriso puxar contra seus lábios. 'Meu Otávio'? Era como se já fosse filho dela!

- Ele está bem melhor, mama, já acordou e está se recuperando depressa – ele disse, sorrindo mais forte com o sorriso de sua mãe.

- Mas que bom, bambino, mas que bom! Assim que ele puder sair, quero que ele venha direto pra cá, quero dar um abraço bem apertado naquele homem! Ah, e pergunte qual a comida favorita dele, faço questão de preparar!

- Mama, não precisa de tudo isso, ele vai ficar todo encabulado – Luccino riu, sem graça, mas muito, muito contente. Era como se ele fosse... normal. Como se Otávio fosse Edmundo ou Ema, parte da família. Nunca em seus maiores sonhos ele tinha esperado algo assim. – Mas pode deixar que eu trago ele aqui, ele já está com saudades da senhora mama.

- Ah, que bom, que bom! – ela sorriu, se sentando e começando a comer seu café da manhã, assim como os outros. Ao virar o rosto, Luccino viu Ema sorrindo para ele, assim como Fani, e Ernesto parecia um tanto mais calmo, até escondendo o sorriso por trás de um pão de queijo.

Talvez a conversa não fosse ser tão ruim assim.

Depois de comerem, Edmundo e Ema se prontificaram a tirar e lavar a louça, sabendo que os quatro tinham muito o que conversar, e sozinhos. Disseram que depois de arrumar a cozinha, sairiam com o bebê para um passeio, para dar tempo para os Pricellis se entenderem com calma. Assim que saíram, o ar ficou tenso novamente, mas Luccino tomou coragem e respirou fundo.

- Mama, acho que Ernesto e Fani já devem ter te contado o que eu fiz.

Nicoleta lhe deu um olhar um tanto triste, e assentiu.

- Sim filho... contaram sim... mas eu não soube o que dizer.

- Eu sei que a senhora discorda de mim, eu sei que todos vocês discordam, mas mama... mama, eu não posso deixar meu irmão na cadeia, assim, sem defesa, sem nada – Luccino disse, pegando a mão de sua mãe na sua e suspirando. – Ele ainda é meu irmão. Nosso irmão. Seu filho.

- Eu sei, bambino, eu sei! – ela choramingou, seus olhos já reletos de lágrimas. Sua mão se firmou na de Luccino enquanto ela suspirava. – Mas ele fez tanta coisa errada, tanta coisa ruim... ele matou o pai de vocês tudo! Tentou matar Darcy, Elisabeta... quem sabe mais o que ele fez?

- Eu sei, mama. Eu sei tudo o que ele fez – Luccino disse, firme, e olhou dentro dos olhos de sua mãe. – Eu estava sempre atrás dele, mama. Sempre. Eu me meti em mais confusão do que a senhora pode imaginar. E é por isso que eu quero tirar ele de lá, porque eu sei que tudo que ele fez não foi por vontade dele, que ele não queria, que ele não gostava do que estava fazendo, mas não sabia como dizer não. Mama, o Xavier está morto, ele não pode mais controlar meu irmão... a gente tem que dar uma chance.

- Luccino, nós já demos chances demais pra ele – Ernesto cortou, e Luccino se virou para o irmão. – Eu não quero brigar, aliás, eu preciso pedir perdão pelo que eu falei na mansão, mas isso não tira a minha razão do fato de que Virgílio já não tem mais volta! A gente já perdeu nosso irmão!

- Era assim que você, mama e papa falavam de Fani – Luccino disse, se virando para sua irmã que só observava aquela discussão em silêncio. Ao se olharem, porém, ela sorriu. – Mas eu não desisti dela, nunca.

- E me trouxe de volta. Como o bom irmão que é – ela disse, levando sua mão até a de Luccino e a segurando.

- Mas a Fani não tinha machucado ninguém, quer dizer, não fisicamente – Ernesto disse, suspirando e balançando a cabeça. – Quer dizer... ah, nem sei mais do que estou falando!

- A verdade, Ernesto, é que você e Virgílio nunca se deram bem, nem antes dele virar um capacho do Xavier – Luccino disse, franzindo o cenho para o irmão, que virou a cara como que para não encará-lo. – Eu lembro do nosso pai tendo que sempre separar briga dos dois. Mas isso não aconteceu comigo. Eu sempre fui mais próximo de você, mas Virgílio nunca me fez mal, nem mesmo quando eu fazia bobagem. Eu não tenho o mesmo rancor por ele que você tem.

- E por isso, se acha melhor que eu – Ernesto disse sem pensar, e Luccino se afastou da mesa, mas Fani foi mais rápida e segurou a mão do caçula.

- Ernesto, pense antes de falar – ela disse, brava, e depois se virou para Nicoleta. – Mãe... o que a senhora acha?

Nicoleta estava quieta, pensativa. Seus olhos tinham um ar triste, mas Lucicno via uma fagulha de esperança por entre as memórias ruins. Suspirou e olhou para seus filhos, sorrindo fraco, acariciando a bochecha de cada um, e durante mais tempo, a de Ernesto, que pareceu derreter nos toques da mãe.

- Meus filhos... o quanto eu queria ter vocês de volta – ela murmurou, pegando a mão deles e colocando sobre a mesa, os quatro juntos de novo. – Eu... eu não sei bem o que dizer... a mama de vocês nunca foi muito boa em falar o que pensa. Mas... eu sei que se tem chance, eu queria todos os meus filhos aqui comigo. Virgílio... Virgílio é um problema, eu sei, mas é meu filho, meu bambino, e eu amo ele muito, mas muito mesmo – ela choramingou, seus olhos cheios de lágrimas. Se virou então para Luccino, e assentiu. – Il mio bambino, il mio piccolo... traz meu filho de volta pra mim, traz... eu tenta... eu quero todos de volta, per favore...

- Si mamma, ti porto, prometto – Luccino murmurou, puxando sua mama para um abraço forte, suspirando enquanto ela chorava em seu ombro, olhando para os outros dois que pareciam um tanto tristes, e logo se levantaram, dando a volta na mesa e abraçando Nicoleta também, quietos, deixando que ela chorasse.

Com um aceno, os dois concordaram com sua mama, e Luccino assentiu, fechando os olhos e sabendo que estava abençoado por todos ali na casa a trazer Virgílio de volta para eles, são e salvo. 

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Agora é ver se o Virgílio vai querer voltar pra casa não é mesmo o.o

Felizes Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora