Loucura

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Um... olá... *joga o capítulo e sai correndo*

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- Você o que?!

- Me ouviu muito bem, Luccino! Eu vou atrás daqueles dois monstros, e o senhor vai comigo!

- Mariana, está louca? Completamente fora de si?! – Luccino exclamou, pegando as mãos de sua amiga e as segurando forte enquanto ela o encarava, mais brava que tudo que ele já tinha visto. – Por Deus Mariana, isso não é brincadeira! Os dois são os piores homens que já conhecemos e você ainda está grávida!

- Eu estou grávida sim, mas não estou morta e nem louca! Luccino, eu quero acabar com aqueles dois, pelo que fizeram com o Vale, e com Brandão! E quero agora! – ela gritou, se dirigindo para a porta, mas Luccino a segurou firme enquanto ela esbravejava. – Me largue!

- Para deixar você cometer uma besteira dessas?! Não mesmo Mariana, não mesmo! Não só o coronel me mataria mas todas as suas irmãs, sua mãe, seu pai-até Otávio acabaria comigo! Não vou deixar você fazer isso!

- E se fosse com ele, Luccino?! – ela gritou, mas agora toda a determinação se transformava em raiva, e seus olhos se enxiam de lágrimas. – E se fosse Otávio, baleado numa cama, sem que você pudesse fazer nada?! Ficaria parado, esperando algo acontecer?! Hein?! Me diga!

Luccino a encarou, sabendo muito bem a resposta para sua pergunta, e ela também sabia. Claro que ele não ficaria parado, claro que procuraria fazer tudo e mais um pouco para ver o desgraçado na cadeia, assim como estava quase fazendo já com o coronel, assim como fez quando Xavier machucou Mariana a tantos meses atrás. Mas agora... agora ele gostava de pensar que estava diferente, que Otávio o tinha ensinado a preciosidade da vida, e de não fazer escolhas idiotas por simples desejo de vingança.

- Eu estaria louco da vida, assim como você. Desamparado, desesperado, com o coração quebrado em pedacinhos – ele admitiu, puxando Mariana para perto e segurando seu rosto enquanto ela definhava, se aproximava dele, segurava sua mão trêmula, insegura. – Mas eu teria você e Brandão para me impedirem de fazer qualquer bobagem, e é isso que vou fazer com você, te impedir de se machucar, e machucar o bebê em sua barriga. Você deve presar pela vida dele acima de tudo, até de sua própria ou de Brandão. Entendeu?

- Mas Luccino... – ela murmurou, antes de cair em lágrimas, puxando seu amigo para perto e soluçando, rosto escondido contra seu ombro. Luccino a segurou firme, sentindo aquela mesma tristeza mas sem deixar com que ela tomasse conta de si, sabendo que tinha que ser forte por Mariana. A levando ao sofá, se sentou e puxou sua amiga para perto até que ela se deitasse contra seu ombro, acariciando seus cabelos até que seus soluços se acalmassem. Aos poucos ela foi tomando controle de si, até suas lágrimas parando, e se afastou para sorrir fracamente para Luccino. – Obrigada meu amigo...

- Não há de quê – ele respondeu, sorrindo e se virando quando Rômulo e Cecília voltaram para a casa, abrindo a porta e se direcionando para a cozinha. Mariana enxugou as lágrimas rapidamente e se encaminhou para junto deles, querendo saber de tudo, deixando Luccino sozinho com seus pensamentos mais um vez.

Não era uma coisa muito boa, afinal sempre que estava sozinho pensava em Otávio, e este agora poderia estar em perigo, mas ao menos não precisava se preocupar com Mariana fazendo decisões perigosas pelo momento. Teria que prestar grande atenção nela, claro, mas acreditava que ela se conteria pelo menos por aquela noite, e se manteria a salvo na mansão.

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Já no quartel, Otávio jurava que nunca havia trabalhado tanto antes. Agora que as estrelas já iluminavam o céu, e todas as tropas estavam direcionadas, ele pegou sua espingarda e se retirou do gabinete, seguindo para a frente do quartel aonde os outros esperavam – a grande comitiva. Os soldados que tinha separado para liderar estavam apostos, e ao verem Otávio se aproximando, os homens do Vale se aprumaram.

Felizes Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora