A viagem

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O almoço foi um tanto agradável com a companhia de Mariana. Como sempre, ela adorava falar de várias coisas, e contava para Nicoletta sobre as várias aventuras que já tinha tido, com Brandão, com Luccino e com suas irmãs. Mas eventualmente, ela teve que ir embora, deixando Luccino e Nicoletta sozinhos de novo, arrumando a casa e cuidando dos animais.

Luccino mal via a hora de voltar a arrumar os carros e motos e bicicletas na oficina, mas aparentemente esse dia estava demorando para chegar.

Ainda suspirando de frustração, Luccino se deixou dar um tempo, fazendo carinho nos porcos da família e sorrindo. Eles eram muito fofos, os animais da casa. Todos eles com um nome que ele mesmo tinha dado, já que era o mais novo, e o que mais gostava deles.

O porco maior, de cinco anos, já bem velhinho, era o Rocas. Tinha a porca, mãe dos porquinhos de quatro anos, que se chamava Rosinha. E tinham os filhotes, cinco no total. Duas meninas e três meninos de um ano. Já eram bem grandinhos. Seus nomes eram Joana, Joaquim, José, Jonas e Jaqueline. Ele não tinha muita criatividade para nomes.

O que ele mais gostava era Joaquim, que se lambuzava o dia inteiro na lama e adorava brincar do lado de fora do cercado. Era quase igual a um cachorro. Só não era muito bom para proteger a casa.

E era com ele mesmo que Luccino brincava quando ouviu alguém pigarrear atrás de si. Franzindo as sobrancelhas, não esperando visitas com o sol ainda no céu, ele se virou, sua expressão confusa se tornando uma de alegria ao ver Otávio o observando.

- Chegou cedo hoje – ele falou, feliz da vida, um sorriso enorme no rosto, e Otávio deu de ombros, se aproximando.

- E você já está muito tranquilo, andando por aí, trabalhando... – Otávio comentou, parando perto de Luccino e olhando para os porcos. – Achei que Romulo tinha te proibido de fazer qualquer coisa.

- Eu já estou me sentindo melhor – Luccino comentou, se apoiando na madeira do cercado. – E não posso deixar minha mama trabalhando sozinha... não é justo com ela.

- Se vocês está bem, é só isso que importa – Otávio concordou, antes de suspirar e se voltar para Luccino. – De qualquer maneira, eu não vim aqui mais cedo por nenhum motivo. Eu preciso da sua ajuda.

- O que aconteceu? – Luccino perguntou, preocupado, mas Otávio balançou a cabeça.

- Vamos para dentro, e eu te conto... mas não se preocupe, não é nada ruim. É só incomodo. Para mim.

- Sim, claro. Vamos.

Eles seguiram para dentro da casa, e se sentaram depois de Nicoletta dar um abraço apertado no major, que ainda não estava nada acostumado com todo aquele carinho. Ela se ofereceu para fazer um café, que Luccino aceitou de bom grado, enquanto Otávio preferia não dar trabalho, e depois foi fazer a comida enquanto eles se sentavam um na frente do outro.

- Então – Otávio começou, suspirando. – Brandão quer que eu leve Mariana para uma viagem de uma semana. Longe daqui.

- O que? – Luccino perguntou, um tanto confuso. – O coronel quer que você leve Mariana para longe daqui? Por que?

- Porque ele foi convocado para levar Xavier e Virgílio para a capital, e ele sabe muito bem que se ela ficar sabendo, vai querer ir junto – Otávio respirou fundo e soltou o folego lentamente. – Enfim. Eu passei o dia procurando algum lugar, alguma cidade ou aldeia que eu pudesse leva-la, e achei alguns lugares. O problema é que eu tenho que convencê-la até amanhã a ir nessa... viagem inesperada.

- E como eu posso ajudar? – Luccino perguntou, um tanto preocupado com o coronel, e Otávio o olhou nos olhos.

- Bom... você é o melhor amigo dela, sem qualquer sombra de dúvida – ele comentou, se afastando um pouco da mesa. – Você pode vir comigo, e convencê-la a ir nessa viagem.

Felizes Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora