Amigos de leitura

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- Tudo pronto?

- Prontíssimo! – Luccino respondeu, sorrindo quando Otávio colocou sua mala sobre o carro. – Mama! Te vejo em uma semana!

- Aí meu bambino, se cuida tá? Não faz nada que eu não deixaria você fazer – ela falou, sofrida, e beijou a bochecha dele, o fazendo rir.

- Claro mama, claro. O Otávio vai ficar de olho em mim pela senhora – ele concordou, e Nicoletta sorriu, assentindo e puxando Otávio para um abraço.

- Divirtam-se muito meninos! Muito! – ela riu, dando um beijo em Otávio também, que sentiu as bochechas corarem e um sorriso se curvar em seu rosto.

- Até logo, dona Nicoletta. Vamos? – ele acenou para Luccino, que subiu no carro com a ajuda de Otávio, ainda um pouco dolorido. Depois de se assentar, Otávio subiu no lugar do motorista e ligou o carro, dando partida e saindo na direção da casa dos Beneditos. Luccino se inclinou contra o banco e sorriu, fechando os olhos contente.

- Ainda não acredito que o coronel emprestou o carro dele para a viagem... é muita vontade de se livrar de Mariana.

- Ele tem seus motivos – Otávio deu de ombros e seguiu pela estrada de terra. – Está achando que Cecília vai aceitar o convite de Mariana? Ela está com um bebê novinho, não está?

- Sim, o Mario. Mas acho que ela vai aceitar sim. Cecília adora passeios, adora aventuras quase tanto quanto Mariana, e Romulo é um ótimo pai. Ele sabe muito bem cuidar de um bebê.

- Que bom. Assim Mariana terá uma companhia melhor – Otávio virou na bifurcação, e Luccino abriu os olhos, o encarando.

- Você está sugerindo que nós dois somos má companhia?

- Não quando estamos separados – Otávio admitiu, sorrindo um pouco – Mas quando estamos juntos, aposto que somos insuportáveis.

- Você tem uma visão muito crítica do que os outros pensam sobre o nosso relacionamento – Luccino murmurou, cruzando os braços. – A Mariana praticamente obrigou nós dois a ficarmos juntos. Se não fosse por ela, cada um de nós estaria sofrendo sozinho em algum lugar. Nós somos que nem qualquer casal apaixonado. Aliás, somos muito melhores, porque não ficamos incomodando ninguém com carinhos, gracejos e vozes melosas.

- Porque não podemos. Ainda assim ficamos sempre juntos, grudados, e trocamos olhares, principalmente na companhia dela – Otávio suspirou, negando com a cabeça. – Um dia ela vai enjoar de tudo isso.

- Tudo isso o que? Nós dois não fazemos nada juntos, nem quando estamos só nós três! Nem quando estamos só nós dois! Nós sempre temos medo de alguém atrapalhar, de incomodar, de ofender... – ele bufou, ainda mais nervoso, olhando para fora do carro. – Estou cansado disso. De ter que manter tudo em segredo o tempo todo.

- Luccino...

- Chegamos. Eu vou ir chama-las – ele murmurou, injuriado, e se levantou, pulando do carro ainda em movimento, ignorando a pontada de dor que passou por seu corpo. Otávio soltou um suspiro surpreso e parou o carro, saindo correndo atrás dele.

- Luccino você está louco de sair desse jeito?! Com o carro em movimento?

- Eu já fiz coisas muito mais perigosas do que pular de um carro andando à dez quilômetros por hora Otávio, e não preciso de toda essa preocupação.

- Você está com uma costela fraturada, Luccino!

- Você tinha que ter visto meu estado quando a gangue inteira do Xavier em espancou então.

- O que?

- Meninos!

Os dois pararam no meio do caminho, olhando para a casa dos Beneditos. Ambos se aprumaram, fingindo que nada tinha acontecido enquanto Mariana, Cecília e Romulo se aproximavam com suas malas.

Felizes Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora