Enfrente

168 11 47
                                    

- Cecília, espe-Cecília!

Mariana parou, afobada, ao lado da irmã mais nova, que ainda encarava Luccino e Otávio com uma expressão de surpresa, confusão e desgosto. Ela piscava lentamente, enquanto Otávio se colocava em frente a Luccino de uma maneira inconsciente, como se tivesse que protege-lo de alguma coisa. Já Mariana, que seguia praticamente os mesmos instintos do major, se colocou em frente a irmã e segurou suas mãos.

- Cecília, olhe para mim – ela pediu, e sua irmã pareceu se acalmar um pouco. – Não há nada de errado acontecendo aqui, está bem?

- Mariana, eles- ela tentou, mas Mariana simplesmente assentiu.

- Sim sim eu sei, mas se acalme. Nós-

- Você sabe? – Cecília perguntou, chocada, e Mariana se calou. – Espere. Você sabia?

- ... Sim, eu sabia Cecí – ela falou, e a mais nova suspirou, largando das mãos de sua irmã e se afastando.

- Meu... Deus... – ela murmurou, completamente sem acreditar no que estava ouvindo, e balançou a cabeça, saindo de perto de sua irmã e seguindo correndo para a pousada. Mariana tentou pegá-la, mas estava cansada de correr de volta e suspirou, se virando para os outros dois.

- Eu... vou ter com ela. Desculpem – ela falou, antes de sair andando e depois correndo atrás da irmã, preocupada com o que ela poderia dizer. Já Luccino e Otávio estavam sem reação alguma, nem mesmo conseguindo pensar no que poderia acontecer se Cecília contasse para alguém na pousada.

Luccino suspirou alto, deixando sua cabeça cair sobre o ombro de Otávio, enquanto o militar respirava profundamente, e depois relaxava os músculos, se acalmando.

Certo.

Novamente naquela situação horrível.

Luccino o abraçou de costas, mãos ao redor de sua cintura, face escondida em seu ombro, e Otávio relaxou contra ele, levando seus olhos para o céu.

- Será sempre assim? – o italiano murmurou, se negando chorar embora quisesse. Otávio prensou os lábios e manteve os olhos em uma nuvem por meio das árvores.

- Eu espero que não... mas acredito que sim.

Os dois suspiraram em uníssono.

-----------------

- Cecília, Cecília pelo amor de Deus... – Mariana suspirou, respirando ofegante por sua corrida ao chegar na pousada. Ela se voltou para a recepcionista, Julia, e se escorou contra a mesa. – Julia, por favor, você viu minha irmã Cecília?

- Sim senhora, ela foi ao telefone. Estava um tanto assustada, disse que precisava falar com o marido urgentemente – Julia respondeu, pacificamente, e Mariana grunhiu antes de assentir e correr até a cabine telefônica.

Já Cecília estava apreensiva, olhando para o telefone enquanto este tocava, e ninguém atendia. Maldição! Será que dona Agatha não estava na casa de chá? E mesmo que estivesse, quanto tempo até que Rômulo chegasse lá e atendesse?

Quando finalmente atenderam, Mariana chegou e pegou o telefone da mão de Cecília, terminando a ligação.

- Mariana!

- Cecília, vamos conversar – ela falou, firme, e pegou as mãos da irmã.

- Mariana, eu não quero conversar, eu quero falar com Rômulo para que ele venha me buscar! Eu quero ir embora! – ela reclamou, alto, e Mariana olhou ao redor antes de colocar a mão sobre a boca da irmã.

Felizes Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora