Quem gosta, cuida

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Quando o carro parou em frente à casa dos Pricelli, já estava quase tudo pronto. Ao ouvir o barulho do motor, Nicoletta saiu correndo da cozinha, para fora da casa, sorrindo ao ver Luccino sendo ajudado por Mariana e Romulo a sair do banco de trás.

- Meu bambino! – ela falou feliz, e correu para o grupo, abraçando Luccino como podia e o fazendo gemer de dor com o abraço apertado.

- Mama, mama! Por deus! – ele reclamou, e ela se afastou, pedindo desculpas enquanto Mariana ria.

- Ele está machucado, uma costela fraturada – Mariana explicou, lentamente andando com Luccino para a casa. Nicoletta ficou triste, fazendo carinho na cara de Luccino enquanto eles se encaminhavam para a entrada. – Mas vai ficar bem.

- Sim, ele só precisa de descanso e alguns remédios que eu vou passar para a senhora depois – Romulo acenou, sorrindo ao chegarem à porta e vendo Otávio parado no meio da sala. – Ah, major, que bom que está aqui. Venha, vou te encaminhar os remédios que Luccino vai precisar.

- Ah sim, claro – Otávio acenou, se aproximando de Romulo e observando de canto de olho enquanto Mariana e Nicoletta levavam Luccino para o quarto. Romulo tirou alguns papeis de seu bolso e alguns frascos de sua maleta e os colocou sobre a mesa mais próxima.

- Sei que vocês militares tem que ter memória boa, já que precisam seguir tantos regimes e ordens, mas mesmo assim fiz a lista – Romulo explicou, antes de olhar diretamente para Otávio. – O frasco azul é para caso Luccino sinta dor. Não precisa diluir, mas só pode tomar uma colherada de oito em oito horas. Colher de sopa. O vermelho é para possíveis febres, mas tem que ser diluído uma parte remédio para duas partes água, no mínimo. Meio como de água com essas medidas deve ser suficiente. O frasco verde é para insônia. Diluído uma parte remédio e uma parte de água. Uma colher de chá, o máximo que pode dar, e só a noite. E isso – Romulo tirou uma flor de seu paletó – foi Cecília que mandou.

- Muito... obrigado – ele falou, um pouco confuso, e pegou a flor. – Aonde está o papel com todos esses passos?

- Aqui – Romulo deu-lhe o papel e sorriu. – Boa sorte com seu doente, major Otávio. Cuide bem dele.

- Sim... pode deixar... – ele murmurou, franzindo as sobrancelhas, e Romulo saiu, sorrindo para si mesmo. Otávio colocou a flor dentro de seu bolso enquanto Nicoletta e Mariana saíram do quarto.

- Pronto – Mariana falou, feliz. – Luccino está na cama, como deveria estar, e vocês tem todos os remédios necessários. Posso ir embora.

- Não quer ficar para um lanchinho, Mariana? – Nicoletta perguntou, mas ela logo negou com a cabeça.

- Não, obrigada. Romulo está me esperando. Com licença – ela abaixou a cabeça rapidamente para Nicoletta e Otávio e saiu, fechando a porta e correndo para o carro. Otávio olhou para os remédios, e depois para o papel, e sorriu, o entregando para Nicoletta.

- Os remédios – ele explicou, acenando para os frascos na mesa, e ela suspirou, sorrindo.

- Romulo é um anjo... nós nunca conseguiríamos pagar tudo isso – ela murmurou e depois balançou a cabeça e a mão. – Não importa! Eu vou terminar a janta, vai lá ver meu bambino.

- Mas... a senhora tem certeza? Eu posso continuar te ajudando... – ele tentou, mas ela só deu aquele olhar de graça e apontou para o quarto.

- Meu bambino quer te ver. Não deixa ele esperando!

- C-claro, com licença – Otávio gaguejou, saindo em direção ao quarto e entrando lentamente. Porém, não pôde deixar de sorrir ao ver Luccino em sua cama, deitado como um condenado, olhando para o teto. – Nossa, eu acho que nunca te vi tão abalado.

Felizes Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora