Capítulo 35

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Emily’s POV

O médico olhava para a máquina das ecografias e para uns papéis que tinham o resultado dos meus exames. Ele já estava a fazer isto à cerca de quinze minutos, sem dizer uma única palavra, e isso estava a deixar-me nervosa.

“Receio não ter muito boas notícias para si.” O médico disse-me ainda mais sério do que era normal nos médicos, deixando-me assustada.

Normalmente os médicos dizem para mentemos a calma e que está tudo bem, ou seja, se um deles disser que algo está mal, então isso quer dizer que está mesmo mal e eu estava a entrar em pânico.

“O-o que é que se passa?”

“O que aconteceu é que a placenta deslocou-se e soltou-se do útero.” Ele respondeu num tom suave.

“Não…” Eu disse, a minha voz tremeu e eu tinha lágrimas nos meus olhos.

“Emily-“

“Não, isso não é possível, não pode acontecer.”

“Mantenha a calma.”

“Diga-me que não é verdade.”

“Infelizmente, é verdade.” Ele disse e uma lágrima desceu pelo meu olho.

Eu não estava à espera de nada disto, eu nunca pensei que fosse perder o bebé. Parece tão surreal. O Louis no hospital, o médico a dizer-me que eu perdi o bebé, a minha mãe ter feito o que ela fez…

A culpa é dela.

Eu nunca mais a quero ver à frente, para mim ela morreu.

“Na maior parte dos casos, as quedas não prejudicam o bebé, ele apenas sente um tremor se algo de esse género acontecer. No entanto, se a mulher tiver algum problema posterior, então há o risco de a placenta se descolar e soltar-se do útero e foi esse o seu caso.”

“O que é que me aconteceu?”

“Posteriormente, você tinha um deslocamento na placenta, não é muito habitual antes das vinte semanas, mas pode acontecer, não é provável, mas é possível. Provavelmente, não teve perda de sangue, pois não?”

Eu abanei a cabeça de forma negativa, eu não conseguia falar, se eu tentasse sequer eu iria desabar e chorar como se não houvesse amanhã.

“Ele… vai acabar por sair naturalmente, mas se as dores continuarem convém consultar um médico. Preciso que daqui a uma semana volta para ver se está tudo bem consigo, porque, agora, isso é o mais importante.”

“Ok.”

“Emily, eu já atendi muitas mães que perderam os seus filhos e que fizeram coisas de que se arrependeram. Não seja uma dessas mães. Há sempre esperança no futuro.”

“Ok.”

“A minha secretária depois liga-lhe para confirmar a consulta. Vai ter que andar em observação até voltar tudo ao normal, consultas de rotina.”

“Claro.”

“Até à próxima, Emily.”

Eu mostrei um sorriso fraco e saí de imediato, dirigindo-me para o carro, onde comecei a chorar descontroladamente, tanto chorei que o meu peito já me doía, mas nada se comparava à dor que eu estava a sentir por saber que tinha perdido o meu bebé.

O meu bebé.

E o Louis estava tão feliz.

Foi tudo culpa dela, da minha mãe. Se ela não tivesse inventado todo aquele plano maluco do rapto eu poderia ter ficado em casa a descansar, nunca teria que fugir de raptores e nunca teria caído das escadas abaixo ao tentar fazê-lo.

Love Me Again [Dark Sequel] (pt)Where stories live. Discover now