Capítulo 18

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As minhas mãos tremiam enquanto eu olhava para a carta. Eu respirei fundo antes de a ler para apanhar coragem.

A imagem de Louis, dos seus olhos azuis, dos seus lábios, do seu cabelo, do seu rosto, da noite que passámos, de todos os momentos que passamos desde que ele apareceu em londres, foram passando pela minha mente enquanto eu lia a carta.

Emily,

Provavelmente, eu já não vou estar em londres quando leres isto, também não te vou dizer para onde é que vou para que não venhas atrás de mim, mas é melhor assim, acredita. Estar aí só nos faz mal. Tu ficas confusa e infeliz e eu não quero impedir que sejas feliz, mas eu também não aguento saber que amas outra pessoa e que te vais casar.

Eu não sou masoquista a esse ponto.

Estar tão perto de ti e não te ter é doloroso. É como acordar com um céu que é apenas metade azul: ele está lá, mas não é a mesma coisa. É como andar com apenas uma sapatilha. É como se eu fosse apenas metade de um homem. Como se tivesse apenas metade de um coração dentro de mim. E eu não consigo aguentar isso.

É engraçado pensar que nós sempre ficaríamos juntos. Eu sempre pensei que não eramos como aqueles casais que víamos na rua, que não discutíamos como eles, que não falávamos como eles, que não amávamos como eles. Sempre pensei que nada nos poderia separar, nem o destino, nem os deuses, mas tu seguiste em frente e és feliz.

Eu estava, claramente, enganado.

Eu só quero que te lembres de mim, daquilo que nós passámos: do primeiro dia em que nos conhecemos, de tudo aquilo que eu te disse, de como eu te contei todo o meu passado e os meus segredos e tu fizeste o mesmo. Quero que te lembres daquilo que foste para mim e daquilo que eu fui para ti.

Quero que te lembres de como tu me amaste e de como eu te amei, porque não houve mais ninguém no mundo que te amasse como eu te amei a ti, nem nunca haverá.

Mas apesar de tudo, apesar de eu saber toda a verdade e de só querer entrar nessa igreja e dizer a toda a gente que tu és só minha, eu quero tu sejas feliz. E se tu és feliz com o John, eu vou respeitar isso. Tenho que respeitar.

Merda, isto foi mesmo lamechas.

Eu amo-te muito Emily.

Louis.

O choque apoderou-se de mim à medida que eu me ia lembrando de tudo: de quando conheci Louis, todas as memórias que eu tinha com ele antes do acidente, do Kyle, do Caleb, do Harry, do Ash, de toda a gente, de quem realmente era  John, o que a minha pensava sobre o facto de eu e Louis namorar-mos, o facto de eu e o Louis namorarmos… eu conseguia lembrar-me de tudo!

Eu não amo o John.

Eu amo o Louis, sempre amei.

Lágrimas caíram pelo meu rosto ao aperceber-me de que fui enganada durante três anos sem nunca dar conta. Agora que penso nisso, é óbvio: o facto de eu ter mudado para Londres de forma tão repentina, de sentir que estava com o John por obrigação, Louis ter ficado espantado comigo quando eu não o reconheci, pessoas saberem o meu nome e eu não saber o delas, o que o Dr. Henry me disse, o facto de John se ter enganado num pormenor do meu acidente, o facto de ele me ter mentido…

Tudo faz sentido!

- Emily? – O pai de John chamou, aparecendo do nada. – Querida, estás a chorar?

Love Me Again [Dark Sequel] (pt)Where stories live. Discover now