Capítulo Oito:

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Theodoro gostou imensamente de se sentir útil no escritório, a única coisa que não gostou foi que a secretária que designaram para ele, era mais atrapalhada do que qualquer coisa, sem contar que ficara literalmente babando nele.

As horas passaram voando, ele não via a hora de voltar para casa. Se deu conta de que estava novamente pensando em Jade, de que sentira a falta dela durante o dia, não a viu na hora do almoço, pois ela havia ido até o orfanato, parecia que chegara um amigo dela e ela havia ido visita-lo.

Um pensamento inquietante tomara conta de si durante o resto do dia, a comida descera com gosto de papelão, irritara-se muitas vezes, desde então, com a secretária. Recostado na cadeira, lembrou-se de ouvir Yago dizer que Jade saíra toda arrumada, linda, para encontrar o tal amigo.

Tinha que dar razão a Joseph, seus sentimentos por Jade eram muito mais que simples desejo, nunca em toda a sua vida sentira ciúmes e agora estava sentindo. Perguntava-se a todo o instante se ela já havia chegado em casa, se esse rapaz seria mesmo apenas um amigo, ou se ela teria algum interesse nele, ou ele nela.

Na hora de ir para casa, Theo e seu pai entraram no carro, Theo sentou-se ao volante do seu Audi, então seu pai falou:

-Filho, tem uma coisa me preocupando, e hoje pela manhã, tive mais motivos para tal!

-Do que está falando papai?

-Do seu evidente interesse na Jade! Theo, ela não é como as garotas que você está acostumado a enrolar, ela é pura, é uma moça de respeito, já sofreu muito por abandono, não merece sofrer por um alguém que de repente não esteja interessado em assumi-la.

-Papai! Por quem me toma? Eu sei que gosto de sair por aí, sem ter a responsabilidade de um relacionamento sério, mas nunca, nunca mesmo eu enganei nenhuma das garotas com quem saí, elas sempre souberam onde estavam se metendo, sempre fiz questão de deixar isso claro, que seria apenas para nossa diversão, que eu não assumiria nenhuma relação séria.

-Tudo bem, você está certo! Mas me diga, qual seu interesse na pequena Jade?

-Eu não sei, tudo o que sei é que não consigo deixar de pensar nela um minuto sequer. Não é desejo sexual o que sinto, sabe? É um carinho, uma coisa nova que me deixa inquieto, com medo. Até ciúme eu estou sentindo!

-Então meu filho querido, está apaixonado por ela!

-Nunca me apaixonei antes, não tenho como comparar, mas se amor ou paixão, é o que faz seu coração disparar quando vê a pessoa, suas pernas tremem, suas mãos suam, então, pode ser que eu esteja apaixonado.

-E o que vai fazer quanto a isso?

-Não sei, papai, não sei, como disse, nunca me apaixonei antes. Mas não quero que ela sofra, Jade está com a saúde comprometida, não sabemos qual a dimensão do seu problema, acho que ela tem que se focar nisso por enquanto.

-Pode ser filho, mas se ela corresponder seus sentimentos? Ela irá sofrer achando que você não sente nada por ela, pense nisso, além do fato de correr o risco de perde-la para outro.

-Porque todo mundo resolveu me dizer isso? Já não chega o fato de eu ter ficado a tarde toda imaginando que o tal amigo que ela foi encontrar possa ser um namorado em questão? – Ele replicou segurando com força o volante.

-A partir do momento que não quer assumir um relacionamento sério, você corre sim o risco de que um outro veja quão maravilhosa é, pense nisso.

Theo começava a sentir que sua cabeça iria explodir, estava nervoso, queria chegar logo em casa para vê-la, para saber quem era realmente esse amigo que ela fora encontrar.

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