Capítulo Trinta e Dois:

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O dia do casamento de Grace e Richard chegou, era início de primavera e os dias estavam mais quentes, floridos, a festa na mansão Escobar Vásquez, Esperanza havia oferecido porque gostava de ver sua casa cheia de gente, na verdade, os convidados seriam apenas a família Escobar Vásquez, os amigos mais chegados, as irmãs e as crianças do orfanato, porque tanto Grace quanto Richard tinham apenas Aimeé e Noah de parentes e claro Jade
Theodoro acordou cedo naquela manhã de sábado, preparou o café da manhã e esperou para acordá-la, queria que ela descansasse bastante, já que sabia que logo Lola viria busca-la para irem juntas para o salão, o casamento estava marcado para o final da tarde, início da noite, os noivos viajariam naquela mesma noite para Paris em lua-de-mel.

Jade acordou cansada como se não tivesse dormido bem à noite, mas ela havia dormido à noite toda, ela e Theodoro nem havia feito amor porque ela não se sentia bem, estava com um pouco de cólica, o estômago enjoado, não entendia o que estava acontecendo.
Virou-se na cama e viu Theodoro entrando no quarto com a bandeja com o café da manhã, mas seu estômago revirou.
-Bom dia meu amor, não quis vir acordá-la antes porque queria que descansasse bastante, o dia hoje vai ser intenso, você sabe.
-Bom dia amor, na verdade eu não estou com fome, meu estômago ainda não está legal, acho que estou nervosa por ter que acompanhar meu pai ao altar.
-Mas Jade, você não comeu nada ontem à noite, não é bom ficar de estômago vazio, vai acabar passando mal na festa, tenta comer ao menos um pedaço de pão com geleia, um copo de leite.
-Tudo bem, vou tentar comer um pouquinho. — Theodoro preparou tudo para ela e Jade tentou comer, mas no primeiro pedaço o enjoo voltou com tudo.
-Perdão amor, mas, sério, não vai.
-Jade, se você está assim por conta do casamento de seus pais, imagine como estará no nosso, tente relaxar, meu amor, quer saber, não tem necessidade de ir para o salão para se arrumar, fique em casa descansando até a hora do almoço, depois iremos para a mansão e você se arruma lá.
-Acho que você tem razão, não me sinto bem mesmo e quem sabe até a hora do almoço eu esteja melhor. Você liga para a Lola?
-Sim, eu ligo, só descansa, tá bom? Não quero que fique doente, não suporto vê-la mal.
-Não se preocupe amor, não estou doente, apenas um pouco indisposta, apenas isso. — Jade voltou a deitar enquanto Theodoro ligava para Lola, vez ou outra ele vinha até o quarto para vê-la, estava preocupado, Jade não era de ficar na cama até tarde, detestava se sentir indisposta.

Quase perto da hora do almoço, ele a acordou mas, por incrível que pudesse parecer, ela acordou ainda pior, estava pálida e o enjoo era tanto que teve que correr para o banheiro, Theodoro foi atrás assustado, nunca a vira assim, não devia ser apenas nervosismo.
-Jade, amor, o que está sentindo?
-Não sei, meu estômago está revirado, sinto vontade de vomitar, mas não consigo.
-Claro que não consegue, não tem nada no estômago, eu vou chamar o doutor Soares.
-Não, Theo, não, ainda não, se eu não melhorar, quando estivermos lá na mansão aí sim falaremos com ele, afinal, ele é um dos convidados.
-Tudo bem, vamos tomar banho então e nos arrumar para sair.

~*~

Theo e Jade chegaram à mansão enquanto alguns ainda almoçavam, devido a correria do dia, a família não pode se reunir para o costumeiro almoço familiar, como não haviam almoçado, Theo  sentou-se à mesa fazendo companhia para Yago, Sam, Rúbia que estava vestida apenas de roupão, Lorenzo, Juarez e Raul.
-A Benção papa, meus tios, boa tarde primos.
-Deus que te abençoe filho. —Respondeu Lorenzo, correspondendo ao beijo do filho.
-Deus que o abençoe Theodoro. — Responderam os tios.
-Boa tarde Theo! — Os primos o cumprimentaram.
-Cadê a Jade? Ela foi com a Lola para o salão? — Quis saber Rúbia.
-Não, ela está na sala com a abuela.
-Ela não vem almoçar? — Questionou Lorenzo.
-Não quer, não comeu nada, apenas uma mordida em um pedaço de pão com geleia pela manhã, desde ontem não se sente bem do estômago e cólicas, ela acha que é nervosismo pelo casamento dos pais.
-Hum, será? Acho que pode ser outra coisa. — Insinuou Rúbia, rindo da cara do primo, fazendo com que os outros na mesa também rissem.
-O que mais poderia ser? Sabem como a Jade é emotiva e essa história dos pais mexe muito com ela ainda, aceitou o Richard, mas a mãe ela ainda mantém uma certa distância.
-Hum, hum, pode ser. — Continuou a prima, conjecturando que sua amiga e futura prima padecia de algo bem diferente, não que fosse algo ruim, pelo contrário, seria uma maravilhosa surpresa, só imaginava que seu primo já tão protetor com a noiva, dessa vez surtaria e faria todos surtarem junto com ele, riu internamente com a ideia, já idealizando que adoraria ajudar a amiga a cuidar da razão do seu mal-estar.

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