Cornualha:
Grace:
Mais um dia de trabalho se findava, eu não aguentava mais a mesma rotina, trabalhava como professora na mesma escola que a minha irmã, Aimée. Passei anos em uma profunda depressão, cheguei a sentir ímpetos de pôr fim a minha vida, jogando-me em um dos infindáveis precipícios da Cornualha. Se não tive coragem de fazer, foi por minha irmã. Ela sempre teve muito carinho e paciência comigo, não perguntava nada, apesar de que acho que ela imaginava que algo muito grave havia acontecido comigo.
Geofrey, nosso pai, morreu em uma tempestade no mar há cinco anos, nossa mãe Rosalind estava já adoentada, os dias frios a fazia sofrer devido a uma artrite reumatoide. Papai deixou um bom dinheiro para nós, e com a venda da casinha na praia e do barco conseguimos um bom valor. Trouxemos mamãe para morar conosco, mesmo contra sua vontade, mas ali perto da gente ela teria um melhor controle sobre a doença, pois não era um lugar tão úmido.
Depois de dois anos, enfim, tive coragem de revelar tudo a minha irmã. Nunca pude deixar de lembrar da noite fria e chuvosa em que deixei a minha filha em um orfanato em Madri, ainda sentia a mesma dor todas as vezes que recordava do rostinho dela, os lindos olhos verdes, da quentura do pequeno corpo junto ao meu, algumas vezes a dor era tanta que deixava as lágrimas virem como que para lavar minha alma. Agora, Aimée sabia da existência de minha filha. Algumas vezes cogitava a possibilidade de ir atrás dela, de saber se havia sido adotada, mas com certeza ela devia ter uma família, afinal, uma criança tão linda não ficaria muito tempo sem ser adotada. Nunca mais tive notícias de Richard. Definitivamente nunca quis procura-lo, afinal, ele sabia onde me encontrar se não veio atrás, era porque não queria mais saber,
ou não se interessou o suficiente.Quem sabe um dia eu teria coragem o suficiente para ir atrás da minha filha. Mesmo depois de passado dezoito anos lembrava-me bem de todos os detalhes do rostinho dela. Algumas vezes ficava quieta, num canto, sem falar com ninguém, apenas relembrando do quão feliz fui no pouco tempo em que estive com Richard.
~*~
Theodoro:
Quando eu desci para a sala de
refeições, meu pai e meu avô estavam presentes. Cumprimentei-os como sempre.-A benção meu pai, abuelo.
-Deus que te abençoe. — Os dois responderam juntos.
-Buenos dias, Francesca.
-Buenos dias menino Theodoro
-Você pode preparar uma bandeja com o café da manhã? Tomarei com Jade
-Si, si, claro.
-Gracias.
-Vai levar o café para a Jade? — Quis saber meu pai.
-Sim, eu prometi tomar o café da manhã com ela.
-E podemos saber o motivo dessa promessa? — Meu abuelo me interrogou.
-Sim, porque não? Eu e Jade estamos namorando. E eu estou muito apaixonado por ela.
Eu contei aos dois, percebi meu pai tentar esconder um meio sorriso atrás da xícara que levava aos lábios.
-Theodoro, meu neto, seus sentimentos por essa menina são verdadeiros? Não é apenas fogo de palha?
-Não abuelo, eu garanto que não, nunca senti por ninguém o que sinto por ela. Não se preocupe, não vou magoá-la, eu a amo de verdade. — Garanti sério.
-Muito bem, então se é assim, terá minha benção, mas, se fizer essa menina derramar uma lágrima sequer, você vai se ver comigo, estamos conversados?
-Si abuelo, estamos, eu nunca farei nada para machucá-la.
-Acho bom, essa menina já sofreu o suficiente. Outra coisa, já que agora é o namorado dela, você vai comigo agora pela manhã ao orfanato, a Madre Superiora me ligou e me pediu que fosse vê-la, tem algo relacionado com Jade

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Totalmente Seu
RomanceEssa é uma história de minha autoria, qualquer cópia é totalmente proibida, pois a história está devidamente registrada. Plágio é crime e passível de punição.