Capítulo Cinquenta e Um:

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Boa noite meninas! Beijos para todas!

***

Eles desembarcaram no aeroporto de Madri às oito horas da noite de sexta-feira, Lorenzo e Enrique os esperava para leva-los para casa. Theo não via a hora de chegar em casa para poder ver sua gravidinha, falavam-se todos os dias, mas mesmo assim, ele precisava vê-la, tê-la em seus braços, sentia falta de seu calor, do seu corpo junto ao seu na cama, de seu perfume, sua voz, tudo, sentia falta de tudo ao que se referia a Jade.
-Olá meus filhos, como foram de viagem? — Quis saber Lorenzo.
-A benção papai. Foi tudo bem, tudo certo. — Respondeu Theo.
-Olá mano!
-A benção papa. — Cumprimentou Murilo. –Oi Rique!
-Que Deus os abençoe meus filhos. Boa noite minha querida, boa noite Joseph! — Lorenzo cumprimentou,  abraçando-os.
-Boa noite Lorenzo! — Responderam Joseph e Natalie juntos.
-Joseph, Lilian está lá em casa, porque não dormem lá também? Amanhã é a festa beneficente e as mulheres estão em polvorosa. — Convidou Lorenzo.
-Tudo bem, sem problemas. — Respondeu Joseph.
-E Jade, papa? Como ela está?
-Ansiosa com a festa de amanhã, mas está bem, sem maiores problemas, só o fato de se cansar com mais facilidade, tem muita dificuldade para subir as escadas, por causa da canseira, mas não vê a hora de ver você, sentiu muito a sua falta, no telefone ela não demonstrava, mas sempre que se falavam, ela ficava triste, calada, hoje ela está luminosa por causa da sua volta. — Theo mordeu o lábio ansioso.
-Então vamos logo embora porque estou louco de saudades da minha esposa. — Todos se encaminharam para o estacionamento do aeroporto, Theo se sentiu estranho de repente, uma sensação ruim, como se estivesse sendo observado. Parou de repente, os seguranças pararam logo atrás.
-Theo, o que foi? Esqueceu alguma coisa? — Quis saber Enrique que se bateu no irmão.
-Não, não é isso, sabe aquela sensação de estar sendo observado? — Não foi preciso ele falar mais nada, os seguranças o rodearam e Lorenzo, Enrique e Murilo olharam ao redor para tentar ver se conseguiam encontrar a pessoa que achavam que poderia estar os observando.
Theo, porém, tinha certeza de que Hidalgo estava alí, observando, cuidando, testando. Pela primeira vez ele sentiu a real noção do que aquilo representava, realmente corria perigo, sentia-se acuado, sem saber onde procurar, o que fazer, como resolver esse problema que tirava seu sono e que deixava Jade desesperada.
-Será que ele está aqui? — Inquiriu Joseph.
-Tenho absoluta certeza de que sim, ele está em algum lugar, esperando uma chance, uma brecha. Vamos embora logo. Papa, eu acho bom avisar ao delegado Marcus, apesar de achar que será inútil. — Lorenzo pegou o celular e ligou para o delegado pedindo para que eles dessem uma batida no aeroporto e adjacências, quem sabe não teriam sorte? — Theo andou rápido até o carro do pai, pediu as chaves para dirigir, tinha pressa de chegar em casa. Ele andou rápido pelas ruas de Madri, chegaram em casa em tempo record. Ele desceu correndo do carro, entrou em casa e viu sua mulher rodeada pelas mulheres da família, elas riam e brincavam tocando sua barriga, seu abuelo estava sentado na poltrona em frente com uma expressão divertida no rosto.
Jade levantou seu olhar e sentiu uma alegria sem igual, seu rosto resplandeceu, seus lábios abriram-se em um sorriso feliz, os olhos brilharam.
-Theo, meu amor, que saudades! — Ela disse abrindo os braços para ele que correu ao seu encontro abraçando-a mesmo sentada.
-Eu também estava morto de saudades de vocês meu anjo, você está ainda mais linda, não via a hora de chegar em casa e poder abraça-la.
-Me perdoe por não me levantar, mas é que estou impossibilitada, seus filhos cresceram ainda mais. — Ela disse rindo.
-Sem problemas, eu a levantarei.
-Ei, nós não merecemos nenhum beijo? — Reclamou Olívia, rindo do filho.
Murilo, Natalie e Joseph já haviam cumprimentado a todos, Luna já estava pendurada no pescoço do namorado, só aí, Theo se ligou que realmente não havia cumprimentado os demais.
-Ah, perdão, mas é que eu não aguentava mais de saudades da minha mulher.
-Ele veio no caminho todo só falando na Jade e nos bebês. — Revelou Murilo.
-Isso que é amor, viu? Ele não me deixou nem dirigir, veio igual um louco, só espero não receber nenhuma multa. — Entregou Lorenzo, rindo do filho. — Jade olhou-o com expressão amorosa, saudosa.
Depois de cumprimentar todos os presentes, Theo voltou para o lado da esposa, acariciando sua barriga pôs a conversar com os filhos, sua voz era carregada de carinho, os bebês, como que reconhecendo a voz do pai, puseram-se a chutar forte, fazendo com que todos rissem, dava para ver a pele da barriga de Jade levantar quando eles se mexiam, cada vez que Theo falava com eles, eles respondiam se mexendo, ele ficava cada vez mais encantado.
-Theo, agora conta para a gente tudo o que aconteceu com a cobra da Andrea. — Pediu Luna.
-Xi, maninha, é uma longa história! — Ele respondeu sentando-se no chão em frente a esposa.
-O Menezes me ligou, estava possesso, mas eu reafirmei a sua decisão. — Comentou Lorenzo.
-Ela quis me jogar contra a Natalie e o Theo, dizendo que os dois tinham um caso. — Revelou Murilo.
-O quê? Ela teve a coragem de fazer isso? — Perguntou Jade.
-Sim, meu amor e levou dois belos socos de Natalie, nos olhos, um por você e outro por ela mesma. — Theo, Joseph e Murilo caíram na risada por lembrarem-se da cena. Natalie ficou vermelha, pois todos os olhos caíram sobre ela.
-Ah, qual é gente, eu não suportava mais aquela cobra, por tudo o que ela estava fazendo com a Jade e o Theo, agora, vir falar de mim? Não deixei barato mesmo!
-Tá certa minha filha, você fez bem, as vezes a gente tem que mostrar que temos brios. — Elogiou Esperanza.
Os quatro passaram então a narrar tudo o que havia acontecido desde que embarcaram rumo à Itália, vez ou outra, alguém interrompia para fazer alguma pergunta, no que eles respondiam se divertindo.
-É, agora o Theo se diverte, mas eu cheguei a achar que ele mesmo perderia a cabeça e daria umas bordoadas na Andrea. — Comentou Murilo.
-Bem que tive mesmo vontade, nunca senti tanta vontade de bater em uma mulher como senti dessa vez viu, olha, foi um teste para a minha paciência.
-Coisa que a gente sabe que você não tem muita né mano? — Enrique riu do irmão. — Theo coçou a cabeça, sorrindo torto.
-Mas, uma das melhores partes foi a peça que Theo pregou nela. — Contou Murilo e passou narrar a cena do quarto do hotel com os seguranças.
-Amor? Você fez isso? — perguntou Jade, rindo.
-Fiz, ela não queria um homem? Então, alí ela encontrou dois. Graças a Deus eu estava longe. Ouvindo Marco me contar suas histórias de infância, meu amor. Por falar nisso, deixa eu pegar minha mala, eu ganhei três fotos suas. Família, minha mulher era a criança mais linda do mundo, uma princesinha. — Ele revelou apertando o nariz dela fazendo-a ficar corada de vergonha.
-O Marco me paga, aquele fofoqueiro! Aposto que ele lhe contou sobre a freira que queria cortar meu cabelo, não foi? Ele se divertia lembrando daquela história.
-Sim, ele me contou.
-Eu a conheci quando criança e Theo tem razão, você era uma princesinha. — Pela primeira vez Ramon revelava que vira-a no orfanato, quando criança.
-Porque nunca me disse abuelo? —Quis saber Theo.
-Ah, eu devo ter me esquecido. — Respondeu o mais velho.
Lorenzo escondeu o riso, ele tinha conhecimento de toda história, mas por nada no mundo entregaria o pai.
-Sei, não seria porque o senhor a havia escolhido para mim, meu querido vovô? — Inqueriu Theo, olhando o avô com desconfiança, o mais velho deu um meio sorriso.
-E se for? Algum problema nisso?
-Vovô! — As meninas exclamaram divertidas.
-Sim, é fato, eu via a Jade no pátio do orfanato, brincando, sempre tão querida por todos, educada, inteligente, prestativa, sempre ajudando as irmãs, aquela criança linda, eu pensei comigo mesmo, porque não? Eu tinha certeza de que ela se transformaria em uma jovem de valor, uma mulher que qualquer homem inteligente gostaria de ter ao seu lado, quando tive a ideia de trazê-la aqui para casa, conversei com sua abuela e ela me deu a ideia de trazê-la como sua acompanhante, mas, na verdade, foi prevendo que os dois se apaixonariam. — Ele contou a verdade.
Theo ouvia tudo com as mãos na cintura, o olhar perdido lembrando de quando vira pela primeira vez a mulher que mudou sua vida, na sacada de seu quarto.
-No primeiro dia quando eu mostrei a Jade o álbum de família, reparei em seu olhar, sua expressão ao ver a foto de Theo, alí, tive esperança de que nossa ideia daria certo. — Completou Esperanza. –Mas, quando os dois foram apresentados por mim, tive certeza, a química entre eles era palpável, era como colocar fogo na gasolina, quando fomos no orfanato levar os brinquedos para as crianças e Theo ficou observando Jade com as crianças eu já sabia que eles estavam entregues ao amor, o olhar dele revelava isso, mesmo que ele ainda não tivesse dimensão de seus sentimentos.
-Bom, diante disso tudo eu só tenho uma coisa para dizer a vocês dois: Obrigado, obrigado por me darem esse presente maravilhoso, não poderiam ter escolhido melhor, acho que nem eu teria feito melhor. — Theo agradeceu com a voz embargada pela emoção. Ele se aproximou da esposa e a beijou com carinho nos lábios, ela também tinha lágrimas nos olhos.
Toda a família estava emocionada, todos já suspeitavam disso, mas, ninguém tinha certeza de nada, a não ser, Lorenzo.

Depois de muita conversa, todos os assuntos colocados em dia, Theo ajudou Jade a se levantar e a ergueu nos braços para subir as escadas.
-Amor, me coloca no chão, estou muito pesada.
-Eu aguento, meu anjo, não se preocupe, relaxe. — Ela deitou a cabeça no ombro do marido e aspirou seu cheiro, como sentira falta do cheiro, da quentura da pele dele, da sua voz sensualmente rouca, de seus beijos.
-Senti muito sua falta meu amor. — Ela revelou ao entrarem no quarto e ele depositá-la na cama, não estava nem ao menos com a respiração acelerada.
-Eu também pequena, não imagina como me senti perdido sem você, sem seu corpo junto ao meu na cama, detestei cada minuto que passei longe de você. Te amo tanto! — Ele respondeu tocando-a com delicadeza no rosto.
-Me ajuda a me despir? — Ela perguntou.
-Com prazer! — Ele respondeu com voz rouca.
O desejo já se fazendo presente. Ele desabotoou o vestido que ela usava, com lerdeza, devagar, sem desviar os olhos, dos olhos dela. Depois de despi-la totalmente, ajudou-a a se deitar e a cobriu com carinho.
-Eu já volto minha querida, preciso tomar um banho.
-Estarei aqui. — Ela disse divertida.
-É o que espero. — Ele respondeu sorrindo de lado.
Theo se despiu sob os olhares famintos da esposa, sorrindo malicioso, ele a beijou de leve e foi tomar seu banho. Poucos minutos depois voltou deitando-se puxou-a para seus braços.
-Ah, agora sim estou em casa. — Ele disse suspirando.
-Já não era sem tempo.
-Você está muito apetitosa, minha linda.
-Estou roliça. — Ela disse rindo.
-Está gostosa, deliciosa e eu estou faminto, sedento de você, da sua boca, do seu perfume, da sua pele, do seu corpo.
-Então, o que está esperando para se saciar? — Ele riu com as palavras dela e abaixando a cabeça tomou-lhe os lábios em um beijo saudoso, logo, as mãos tateavam o corpo dela despertando-a, convidando-a ao prazer que só ele poderia lhe proporcionar. O desejo e a luxúria tomou conta dos amantes, os corpos se enroscavam, se procuraram, se entregando, seduzindo, se satisfazendo, amaram-se com cuidado, com carinho, saudade e amor.

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