Capítulo Cinquenta e Quatro:

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Vendo que Theo saia ensandecido, correram para seus carros, Lorenzo, no entanto, precisava dar explicações ao delegado.
-Marcus, você viu e ouviu meu filho, nada irá tirá-lo do lado da esposa nesse momento e ela não está nada bem.
-Lorenzo, eu entendo, as circunstâncias são delicadas, assim que tudo estiver normalizado, Theodoro poderá nos procurar.
-Obrigado pela compreensão Marcus! Muito obrigado mesmo! — Depois de agradecer ao delegado, Lorenzo e Olívia dirigiram-se rapidamente para o hospital.

As meninas ficaram para pagar e dispensar os funcionários contratados para festa, logo depois foram para o hospital também.

Theo estacionou o carro de qualquer jeito e desceu correndo, Jade já estava sendo atendida. Duas enfermeiras pegaram os bebê dos braços de Yolanda e Anita, eles choravam muito, afinal, não haviam mamado até o momento. As tias sentiram seus corações se confranger de pena dos pequenos.

Tinham muito medo de que ela não resistisse, os próximos dias seriam muito difíceis para toda a família. Theo andava de um lado para outro, estava desesperado, seu coração doía pelo medo terrível de alguma coisa ruim acontecesse a ela.
-Abuela, porque meus filhos choram tanto? Será que tem algo de errado com eles? — A expressão dele era de tristeza profunda.
-Eles devem estar com fome, filho, desde que nasceram ainda não tiveram nenhum contato com a mãe , até algumas horas estavam protegidos dentro do corpo dela, de repente, se viram em um mundo estranho, são recém nascidos, mas eles sentem tudo. — Conforme as palavras de sua abuela penetrava seu cérebro, ele se dava conta da triste realidade que estavam vivendo, pedia a Deus para que nada acontecesse a ela, como iria cuidar de seus filhos sem ela ao seu lado? Como suportaria a dor de perdê-la se já não estava suportando mais tanta dor.

Ele caiu sentado em uma das cadeiras, os braços apoiados nos joelhos, a cabeça abaixada, seus filhos que haviam acabado de nascer sentiam a falta da mãe, nem ao menos puderam mamar nela, um choro doído tomou seu corpo, Jade tinha que ficar bem, ele precisava dela, seus filhos precisavam da mãe.
Olívia sentiu seu coração se condoer pela dor de seu filho, daria tudo para que seu primogênito não passasse pelo que estava passando. Abraçou-o tentando conforta-lo.
Passaram-se longos quarenta minutos para que Carmen e Rodrigues viessem dar-lhes notícias.
-Theodoro, quer ver seus filhos? — Carmen ofereceu.
-Eu posso?
-Claro que sim, os bebês, apesar de prematuros estão com um peso excelente, não irão ficar na UTI pré-natal, irão ficar no mesmo quarto que Jade, conseguimos transformar um dos quartos em uma mini UTI para que ela fique acompanhada.
-Como minha esposa está?
-Agora ela está estável, resolvemos que o melhor para ela é permanecer sedada, então, Jade está em um coma induzido, até que seu corpo se recupere.
-Por quanto tempo? — ele quis saber.
-Não temos como saber, amanhã iremos reduzir a sedação até tirar totalmente, veremos como ela ficará depois de retirado o tubo. Vamos levá-lo para vê-la.

~*~

Doutora Carmen abriu a porta do quarto de Jade para que a família entrasse, Esperanza os segurou pedindo.
-Vamos deixar que apenas Theo entre por agora, ele precisa desse tempo a sós com a esposa e os filhos. — Theo lançou um olhar agradecido para a avó, realmente ele preferia mesmo ficar algum tempo com ela.
As duas enfermeiras que estavam terminando de ajeitar os bebês também saíram, deixando-os.
Theo se aproximou do leito onde Jade estava deitada, imóvel, o apito do ventilador mecânico era o único barulho que se fazia presente. Ele pegou na mão delicada dela, ao menos não estava mais tão gelada como estivara antes, as enfermeiras haviam lhe dado banho, lavado seus cabelos, um gostoso cheiroso de sabonete e shampoo invadiam o ar.
Ele encostou os lábios em sua testa em um beijo demorado e carinhoso.
-Oi minha pequena, sabe, nossos filhos são fortes, saudáveis, lindos, mas precisam de você, eu preciso de você, lute meu amor, lute por nós, por favor Jade, eu não estou mais aguentando de tanta angústia, meu amor, tenho tanto medo de perder você, de nunca mais tocar em seu corpo, sentir sua quentura, seus lábios, ver seu sorriso lindo, o brilho de seus olhos, quando você está feliz, quando fazemos amor, seja forte meu anjo, eu estou lhe implorando de todo o meu coração, não me abandone, eu lhe peço, eu te amo tanto, estou sofrendo tanto por vê-la assim, nunca em toda minha vida senti tanto medo como agora. — Quando ele achava que não haviam mais lágrimas dentro de si, nova enxurrada vinha com força, Theo estava a ponto de explodir, por esse motivo ele se fechava, sem falar com ninguém, tudo o que ele queria era ficar quieto, com seus pensamentos fixos em um pedido a Deus para que Ele a ajudasse a voltar, a se recuperar, para que seus sinais se estabilizassem de maneira que fosse possível retirá-la da sedação e do respirador mecânico.
Theo sentou em uma cadeira ao lado do leito e passou a acariciar os cabelos da esposa, observou que uma lágrima silenciosa escorreu pelo rosto dela, secou-a com seus dedos.
-Eu estarei aqui meu anjo, sempre ao seu lado, só sairei daqui quando você acordar, se recuperar e pudermos voltar para casa com nossos filhos, precisamos escolher os nomes para eles, sabe, eu estive pensando, nossa bonequinha podia chamar-se Esmeralda, já que ela tem os seus olhos, já para nosso garotão, eu ainda não consegui decidir, eu preciso que me ajude.
Nesse instante, os bebês se mexeram, chamando sua atenção, ele se aproximou deles e pegou na mãozinha de cada um deles, os dois mantinham os olhos abertos, olhando a tudo ao redor.
-Olá meus amores, agora estamos todos juntos, esperando que a mamãe se recupere e volte para nós. E ela vai voltar. Estou louco para ver a carinha linda dela se iluminar quando segurar vocês em seus braços. Agora, o papai vai deixar que o restante da família entre para conhecer vocês, eles estão muito ansiosos para verem vocês.

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