Capítulo Vinte e Seis:

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Na manhã seguinte, Jade acordou com o despertador do celular, se não fosse pelo aconchegante calor do corpo ao seu lado, pelo braço enlaçando sua cintura, pensaria que havia sonhado com a noite anterior, virou-se com cuidado e admirou o rosto másculo relaxado durante o sono, como conseguia amá-lo ainda mais?

Theo era sempre carinhoso quando se amavam, mas a noite passada havia sido ainda mais, abaixando-se, depositou um beijo em seus lábios. Precisava conversar com ele sobre Hidalgo, não queria nunca lhe esconder nada, mas sentia um pouco de receio, Theo era meio passional, sabia que sua reação não seria das melhores.

Mas, prometeram que seriam sempre sinceros um com o outro, se ela exigia essa sinceridade dele, nada mais justo que ela também agisse com sinceridade. Com cuidado para não acorda-lo, levantou-se, ao se olhar no espelho do banheiro, pode constatar que seu corpo trazia as marcas da noite intensa de paixão.

Abriu o chuveiro e regulou a água, assim que entrou debaixo do jato de água, ouviu a voz atrás dela,
-Será que posso compartilhar esse banho com minha linda noiva? — ela sorriu ao virar-se para ele.
-Com todo o prazer, meu noivo!
Theo entrou com ela debaixo do chuveiro, pegando a esponja depositou o sabonete líquido e passou a ensaboa-la.
-Senti falta de tocar em você assim. — ele sussurrou em seu ouvido.
-Então, mate a saudade. — ela respondeu com voz fraca, já totalmente entregue às deliciosas sensações que as mãos em seu corpo despertavam.
-Ah, meu amor, você é um delicioso vício do qual não posso mais viver sem, sou totalmente dependente de você, preciso, necessito do seu corpo junto ao meu, das suas mãos tocando meu corpo, de sua boca junto à minha, de sua intimidade quente e úmida me aceitando dentro de seu corpo. — enquanto falava ele a ergueu encostando-a na parede do box, ela enlaçou sua cintura com as pernas, enquanto sentia o membro duro entrar dentro de si, com força, fazendo-a gemer de excitação.
-Você é deliciosa, meu amor, amo ver como se entrega totalmente para mim.
-Theo, mais forte! Me tome mais forte!
-Com prazer, meu amor, da maneira que você quiser.
Suas mãos apertavam sua cintura, os gemidos ficavam mais altos, Theo sussurrava obscenidades em seu ouvido, a cada arremetida, ela se aproximava cada vez mais do prazer total, perdeu a capacidade de raciocinar, sentiu seu corpo amolecer quando o orgasmo a tomou, mais duas arremetidas e ele se satisfez dentro do corpo dela.
-Agora sim estou disposto a tudo. — terminaram o banho, secaram-se e se vestiram.
-Vou deixá-la na faculdade antes de ir para o escritório.
Era a deixa que ela precisava para entrar no assunto. Respirando fundo ela o chamou.
-Theo! Preciso conversar um assunto sério contigo.
-O quão sério é esse assunto?
-Do tipo que você não irá gostar nenhum pouco.
-Na verdade eu ia te contar na noite do meu aniversário, que foi quando tudo começou, mas eu não quis te deixar aborrecido na véspera de sua viagem.
-Agora estou aqui, conte-me.
-Tem um rapaz, na minha aula de anatomia, ele não me dá Paz, fica me assediando todo o tempo, já o dispensei diversas vezes, disse que sou comprometida, mas parece que ele não quer entender.
-Porque não me contou durante nossas conversas ao telefone?
— sua mandíbula estava rígida, as mãos fechadas em punho em evidente desagrado.
-Eu não quis aborrecê-lo. Achei que ele iria desistir, já que deixei bem claro que não estou interessada.
-Seria só por isso mesmo? Será que não ficou nenhum pouco interessada?
-Theodoro! Eu não admito que pense isso de mim, nunca te dei motivo para duvidar de mim. Prometemos que sempre seríamos sinceros um com o outro. Assim você me ofende.
-Me perdoe, meu amor! Você está certa! Me desculpe! É que não consigo ser tão racional com esse tipo de questão. Sim, fico inseguro, penso que você pode se encantar por outra pessoa e isso me tira a sanidade. Você só teve a mim, tenho medo de que um dia você ache que não sou o suficiente.
-Eu amo você! Isso só já deveria ser o suficiente, ou será que meu sentimento não conta?
-Está certa! Sim, sim você está completamente certa, eu sou um imbecil por cogitar essa possibilidade.
-Promete não duvidar mais? Assim como você uma vez me disse que não estava brincando de amar, eu também não estou.
-Você era tão inocente, pura, eu fui o primeiro que a beijou de verdade, que a tocou intimamente, que a amou e eu a amo! Mas também sei que é honesta e que se está me contando é porque está se sentindo incomodada com esse assédio.
-Sim estou incomodada, não sei mais o que fazer, já disse com todas as letras que não estou interessada, que sou comprometida, mas parece que ele não quer entender.
-A mim ele irá entender.
-Mas também não quero que você saia socando ele, eu não sei, sinto algo estranho quando ele está perto, tenho medo dele, ele me assusta, acho que ele pode ser mais perigoso que Dimas.
-Não se preocupe mais, eu estou aqui e a levarei e a buscarei todos os dias. Não vou sair brigando com ninguém, a não ser que ele me provoque ou que seja desrespeitoso com você. — ele respondeu puxando-a para seus braços.

~*~

-Eu trouxe um presente para você.
-Um presente?
-Sim, está lá na sala.
Jade se soltou dele e correu para ver do que se tratava. Um belo buquê de rosas vermelhas estava sobre a mesa.
-São lindas! Obrigada! Vou colocá-las em um vaso.
Depois de encher um vaso com água e ajeitar as rosas, chamou-o para irem.
-Agora vamos, ou chegarei atrasada na primeira aula.
-Vamos, só deixa eu pegar uma jaqueta.
Os dois saíram em silêncio, Theo sabia que seria assim, Jade quando estava chateada ficava em silêncio, ela preferia ficar quieta a dizer algo que o magoasse, dessa maneira as discussões deles nunca iam adiante. No fim, ele sempre acabava cedendo. O silêncio durou até chegarem na faculdade.
-Vai ficar sem falar comigo? Por favor, meu amor, eu já pedi desculpas.
-Tudo bem, você está certo, só não faça mais isso.
-Eu prometo! Por mais ciúme que eu sinta, nunca mais irei tirar conclusões precipitadas.
-Tudo bem sentir ciúme, eu também sinto, mas não duvido de você, confio no amor que você diz sentir por mim. Nunca dei e nunca darei atenção a outro, não poderia, amando-o como eu o amo.
-Eu sei, meu anjo, fui irracional, mas prometo não agir assim nunca mais.
-Tudo bem, eu acredito em você.
-Agora vem cá, me dá um beijo. —
Jade se inclinou e lhe depositou um selinho em seus lábios, mas Theo não se contentou e a beijou com ardor.
-Eu venho buscá-la.
Ele a beijou novamente, se despedindo. Jade saiu do carro e se dirigiu para a entrada. Encontrou Lilian no corredor da biblioteca.
-Bom dia, Jade!
-Bom dia Lilian!
-Vejo que começou o dia muito bem!
-Sim, Theo me trouxe e virá me buscar.
-Ótimo! Contou a ele?
-Sim, contei. — Jade narrou tudo o que aconteceu após ela ter contado a Theo sobre Hidalgo.
Seguiram para a sala de aula enganchadas uma no braço da outra.

~*~

Theo chegou ao escritório nervoso, estava arrependido por ter magoado Jade, droga, ele não tinha o direito de duvidar dela, afinal, ela era uma mulher linda, era óbvio que despertava a cobiça em outros homens, no entanto, ela nunca lhe deu motivos para que duvidasse dela e não se perdoava por tê-la magoado.

Ficou um tempo andando de um lado para outro, as mãos na cintura, como deveria agir? Respirava fundo tentando se acalmar, precisava relaxar, enfrentar essa nova situação com frieza, mas também, caramba! Que homem em seu juízo perfeito iria gostar de saber que outro estava assediando sua mulher? Que homem com sangue nas veias deixaria passar batido?

Ouviu batidas na porta e permitiu que entrassem, afinal, se Natalie não avisou, deveria ser Joseph ou alguém da família.
-Bom dia, Theo! — cumprimentou Joseph entrando com alguns papéis nas mãos.
-Bom dia Joseph!
-Temos uma reunião daqui dez minutos com seu pai e a diretoria para passar a eles sobre o que ficou decidido na Itália.
-Que merda! Justo agora?
-Você está com uma cara, meu amigo! Algum problema?
-Problema? Ah sim, um baita problemão!
-É sobre o tal cara que está assediando a Jade na faculdade?
-Então você está sabendo?
-Sim, a Lilian me contou. Ela está preocupada, parece que o cara não se manca.
-Pois é! Pior que eu acabei magoando Jade, por conta dessa história... — Theo contou tudo ao amigo.

~*~

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