14 Vazio

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Acordei engasgado, ensopado de suor. Virei devagar para o lado, tentando me orientar, enquanto sentava na beirada da cama, respirando de forma entrecortada. Minha blusa de gola alta estava colada em minhas costas inflamadas e tudo o que sentia era a dor. Entrei

no banheiro ao som da televisão na cozinha, onde tinha certeza que Phillip bebia seu café e lia o jornal.

Tirei devagar minha blusa de gola alta, revelando as marcas vermelhas de diferentes cintadas espalhadas por minhas costas. A maioria das marcas era superficial, algumas com casca por cima. As marcas eram finas, mas o inchaço fazia tudo parecer pior.

Afastando a autopiedade, entrei no chuveiro, esperando poder lavar a dor juntamente com o suor que ainda me ligava ao meu pesadelo.

Fiquei em meu quarto o resto do dia. Forcei meu foco nas lições de casa que ainda não terminara. Isso permitiu que o dia passasse, mas a ausência de concentração tornou o trabalho duas vezes mais difícil de completar.

Ouvi Angelina e as crianças voltarem no começo da tarde. Fiquei fora de vista até que levei um susto com a porta se abrindo e com Angelina parada na soleira:

– Eles precisam saber se você está bem, então fique feliz por eles – disse friamente. – Venha comer.

Fui até a sala de estar após conseguir me mover:

– Louis! – Emma me cumprimentou com um abraço. Não me esquivei frente à dor pungente quando me abaixei para passar os braços nela.

– Se divertiu na casa da vovó? – perguntei. Emma respondeu animada com lembranças do dia na casa de Janet.

Meu olhar capturou o de Josh e sorri para ele de modo confortador. Ele examinou meu sorriso com cuidado, analisando se era genuíno e sorriu de volta. Podia ver a luz de volta em seu olhar e sorri mais ainda:

– Hoje fomos ao aquário – Josh contou, com a ajuda das exclamações de Emma sobre tubarões e estrelas do mar.

Sentei-me à mesa, focando minha atenção em suas histórias enquanto comia o jantar que Phillip preparou. Não olhei para Angelina e Phillip durante o jantar. Após todos saírem da mesa, encenei o papel que esperavam de mim. O tempo todo não consegui escapar da sensação de vazio no estômago. Quando fui finalmente para a cama, fiquei acordado, pensando sobre o que aconteceria de manhã. Tentei lembrar se sabia onde era o ponto de ônibus, temendo que Niall não fosse me buscar.

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Niall não foi me buscar. Por mais feliz que ficasse por ver o carro dele, isso significava que machuquei Niall ainda mais do que imaginava, e isso era excruciante.

Abri a porta do carro e vi o sorriso caloroso de Harry:

– Bom dia.

– Bom dia. – Ofereci um sorriso tímido em retorno. – Obrigada por vir me buscar. Estou muito agradecido, de verdade. – Fui envolvido por seu cheiro de frescor intoxicante ao entrar no carro.

Não era um jeito ruim de começar o dia.

– Sem problemas – retorquiu casualmente. Após alguns minutos dirigindo, Harry disse finalmente: – Esperava encontrá-lo na biblioteca ontem. Tinha um ótimo plano para animá-lo.

Mordi meus lábios:

– Desculpe. Esqueci completamente. Não foi o melhor fim de semana de minha vida.

uma razão para respirar - l.s versionOnde histórias criam vida. Descubra agora