O céu acinzentado não foi suficiente para acabar com minha animação com o jogo quando fui à escola na manhã de segunda-feira. Era também a tarde que passaria com Harry. A ideia de ficar sozinho com ele desencadeava uma corrente de terror pelo meu corpo. Que estranha contradição de emoções, sentir-se animado e aterrorizado ao mesmo tempo.
Conferi novamente o calendário a caminho da saída para ter certeza que o jogo era hoje. Se ele não estivesse no calendário com um grande aviso, eu não poderia ir. Isso incluía ir à biblioteca, que estavam marcados todos os domingos à tarde. Ficava surpreso por não ter um dispositivo de rastreamento preso na sola do meu sapato; mas isso significaria que teriam que gastar dinheiro comigo, o que era risível.
– Bom dia – quase cantarolava ao entrar no carro.
– Bom dia. – Niall me olhou curiosamente. Ele começou a falar algo, então pensou melhor e ficou quieto. Em vez disso, ele ligou o rádio e fomos em frente, ao som da bateria, agudos da guitarra e os guinchos de um cantor reclamando sobre ser mal compreendido. Deixei a música me envolver com um sorriso no semblante.
– Ainda vai à casa de Harry após a aula? – Niall perguntou, baixando a música.
– Até onde sei, sim – respondi, tentando soar casual, como se não fosse a única coisa na qual conseguisse pensar.
– Então o verei no jogo hoje à noite.
– Nos veremos na monitoria, certo?
– Tenho um bilhete de meus pais me deixando sair mais cedo. Vou à casa de Jason passar a tarde. Você também consegue sair mais cedo se quiser. Os professores do período de estudo nunca o esperam, já que você trabalha no jornal.
A ideia de quebrar as regras e deixar a escola sem permissão fez meu estômago se virar. Ou talvez foi a ideia de passar uma hora a mais com Harry. Niall observou minha expressão distraída:
– Foi apenas uma sugestão, você não tem que acatar.
– Vou pensar – murmurei.
Outra onda de terror atravessou meu corpo com um tremor.
– Espero detalhes – Niall disse sobre os ombros, na saída da sala de estudos. Estava prestes a ir para a classe quando notou meu olhar perdido e parou. – Está nervoso?
– Estou bem nervoso – sussurrei, sem notar as pessoas passando por nós.
– Não tem nada com o que se preocupar. Deixou claro que só quer amizade. Mas se tem tanto medo de ficar sozinho com ele, posso dar uma desculpa para não ir.
– Não, quero passar um tempo com ele. É algo que nunca fiz antes e não sei muito bem o que esperar. Não é como passar um tempo com você.
– Por que você não finge que é? – Niall sorriu para mim de forma encorajadora. – Detalhes – ele repetiu, conforme caminhava em direção às escadas.
Harry estava sentado na aula de inglês quando me acomodei ao seu lado.
– Oi – ele disse, sua boca retorcendo, tentando não sorrir.
– Hey – repliquei, sem olhar para ele.
– Quer cabular o período de estudo e sair da escola mais cedo? – Meu coração parou conforme um milhão de desculpas passou pela minha cabeça.
– Claro – me ouvi dizer, olhando rapidamente para ele. Fui assolado pelo pânico de nunca ter quebrado uma regra. Mexi no meu fichário e tirei a tarefa para entregar. Percebi Harry sorrindo pelo canto dos meus olhos, mas me obriguei a olhar para minha lição.
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uma razão para respirar - l.s version
Roman d'amourÉ UMA TRILOGIA E O SEGUNDO LIVRO SE ENCONTRA EM HIATUS!!!! Na cidade de Weslyn, Connecticut, onde a maioria das pessoas se preocupa em ver e ser vista, Louis Tomlinsom preferia não ser percebido de forma alguma. Ele está mais preocupado em fingir p...