7 Repercussões

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Após algumas piscadelas me lembrei de onde estava e acordei com a luz do sol entrando pela claraboia. Virei-me de lado e vi Niall na cama ao lado da minha, ainda dormindo coberto por um edredom. Ele grunhiu quando o alarme tocou e nos acordou para que eu pudesse ir para casa a tempo de fazer minhas obrigações do final de semana.

Ele reclamou, batendo sua mão no botão "soneca". Abriu seus olhos azuis relutantemente, me espiando com sua cabeça ainda no travesseiro:

– Hey.

– Desculpe por acordá-lo tão cedo – disse, com minha cabeça apoiada pelo meu braço.

– Eu entendo – ele respondeu, espreguiçando-se. – Lou, me desculpe por ter furado com você ontem à noite, de verdade.

Dei de ombros, sem querer pensar no assunto:

– Não que eu vá à outra festa tão cedo.

– Verdade. Então Harry, hein? Está acontecendo de verdade, né? – Niall correu seus dedos por seus cabelos enquanto se sentava na cama, ajeitando um travesseiro em suas costas.

– Não de verdade – o contradisse. – Quer dizer, estou falando com ele, ou estava. Vai saber o que ele pensa de mim depois de ontem à noite.

– Tenho certeza que ele continua interessado. Por favor, não desista dele. Não sei de tudo o que aconteceu ontem à noite, mas ainda acho que ele faz bem a você. Dê uma chance. Deixe ele ser seu amigo, ou pelo menos o use como válvula de escape emocional. Ele parece ser capaz de lidar com os problemas que você não consegue descarregar em ninguém mais – ele disse isso como se ser usado por mim fosse um privilégio. Estudou meu semblante com um sorriso suave para ter certeza de que eu entendi.

Dei um meio sorriso, tentando digerir suas palavras. Sabendo que eu não diria nada, ele jogou as cobertas longe e tocou seus pés no chão:

– Bem, vamos levá-lo de volta para o inferno antes que o demônio perceba que você não está em casa.

Seria engraçado, exceto que estava muito perto da verdade para que eu risse. Quando atravessei a porta dos fundos, a casa estava estranhamente quieta. Sem a caminhonete de Phillip na garagem, achei que ele e as crianças tivessem ido pegar os donuts e café da manhã de sábado. Isso significava que ela estava aqui, em algum lugar; meu estômago revirou. Foquei-me em chegar ao meu quarto sem a ver.

Na porta de meu quarto, fui parado abruptamente por uma dor perpassando minha cabeça. Estremeci enquanto suas garras se afundavam em meus cabelos, virando minha cabeça para trás, fazendo meu pescoço estalar de uma forma estranha, me forçando a olhar para o teto. Ela sibilou em meu ouvido:

– Achou que eu não descobriria que você saiu a noite passada? O que você fez? Meteu com o time todo de futebol?

Com uma força inesperada, ela arremeteu minha cabeça para frente sem me dar um segundo para me defender. A frente da minha cabeça bateu no batente da porta. Uma dor lancinante transpassou por minha cabeça conforme o corredor se turvava. Meus olhos foram tomados de pontos pretos enquanto tentava me focar. Antes que pudesse me recompor, suas garras pegaram meu cabelo de novo e arremeteram novamente contra a madeira. O canto do batente chocou-se com o lado esquerdo de minha testa. A dor pungente sobre meu olho deu lugar a um fluxo quente que desceu por minha bochecha.

– Odeio cada segundo que você passa em minha casa – Angelina rosnou. – Você é um vagabundo patético e sem valor e se eu não fosse sua tia, teria batido a porta em sua cara quando sua mãe bêbada o abandonou. Deve significar alguma coisa já que nem ela conseguiu aguentar você.

Escorreguei pela parede, caindo no chão com minha mochila ao meu lado. Algo pousou em meus joelhos. Vi minha camisa azul do jogo de quinta-feira amassada em meu colo.

uma razão para respirar - l.s versionOnde histórias criam vida. Descubra agora