31 Percebido

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Avisem se tiver algum erro!

Xx

Implorei para a semana passar rápido ou para alguém fazer algo mais catastrófico e humilhante para que eu, Harry e Drew fôssemos deixados de lado nas manchetes de fofocas. Então Katie voltou para a escola e eu desejei nunca ter pedido tal coisa. Todos a encaravam, cochichavam e apontava, a evitando como se ela estivesse com uma doença contagiosa.

Sabia que pena não era algo que ela precisasse, mas não sabia o que mais oferecer a ela. Se meu segredo fosse lançado às massas, eu desejaria fugir do planeta. Então, sendo a decisão certa ou não, a deixei sozinha. Não a evitei, mas também não deixei de trilhar meu caminho para fazê-la sentir-se mais confortável. Minha ambivalência poderia ser considerada como covardia. E sim, provavelmente era. Encontrei Katie chorando na saída do vestiário feminino na sexta-feira e saí antes que ela percebesse minha presença.

– As coisas mudaram por aqui – a voz me arrancou de meus pensamentos daquela tarde.

Fiquei parado no corredor, imóvel, com minha mochila no ombro e a bolsa na mão. Havia acabado de voltar de Nova York de meu final de semana com Harry e Niall. Angelina veio ao meu encontro com um olhar duro. Não ouvia sua voz odiosa há tanto tempo, que esqueci quão debilitante podia ser.

– Chega de passar as sextas-feiras na casa dos Horan. Você fica fora por muito tempo e escapa de suas responsabilidades muitas vezes. Não vai mais se livrar com suas merdas. Você deveria ser jogado em uma jaula, mas...– Meu pulso acelerou, antecipando as palavras que viriam a seguir. – ... seu tio acha que ajudaria com a tensão na casa se tivéssemos um dia apenas para nós. Não adianta brigar. Você nunca vale a briga. Então, diga a Niall que ele pode pegá-lo nos sábados ao meio-dia, contudo, você tem que voltar para cá até às nove horas do domingo. Mas não nesse fim de semana. Nesse você ficará aqui para limpar o quintal dos fundo e no domingo vai fazer o mesmo na casa da minha mãe. Falando em domingos...

Por favor, não diga isso.

– Você só poderá ir à biblioteca, nem nenhum outro lugar. Se eu descobrir que você está em algum outro lugar, você ficará em uma jaula até sua formatura. – Meu estômago revirou. Continuei imóvel, esperando que ela fosse embora sem deixar nenhuma marca. Não tive tanta sorte. – Fui clara? – rosnou, segurando minha orelha, fazendo com que eu virasse a cabeça para acompanhar seus movimentos.

– Sim – sussurrei, esticando meu pescoço.

Fiquei parado no corredor, com minha mão segurando minha orelha latejante, olhando minha liberdade desaparecer com ela. Joguei minhas mochilas na cama após entrar em meu quarto e comecei a andar furiosamente. Por que ela fazia isso comigo? Por que não podia me deixar em paz como fez nos últimos três meses? Qual era o interesse repentino em onde eu estava? Ela me odiava. Por que me quereria em casa?

Meu peito se dilacerava enquanto fumegava ante a ideia de ter que ficar com ela todo o fim de semana. E saber que não veria Harry no final de semana era mais perturbador do que passá-lo com ela. Bem... Talvez não.

Sem que eu soubesse, Harry e Niall decidiram dividir minhas caronas na semana, então não esperava ver sua BMW esperando por mim quando saí de casa na segunda-feira de manhã. Mas estava muito distraído pelo inferno imposto na semana seguinte para ficar feliz como deveria.

– Bom dia – me cumprimentou calorosamente quando fechei a porta.

– Oi – respondi, incapaz de sorrir de volta.

– Algum dia você fica de bom humor pela manhã?

– O quê? – sua pergunta me distraiu de meus pensamentos lamuriosos. – Ah, desculpe. Só estou muito bravo com a minha tia.

uma razão para respirar - l.s versionOnde histórias criam vida. Descubra agora