22 Exposto

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-Se abaixe – Niall instruiu fervorosamente, me abaixando no banco.

– O que há de errado? – Harry nos olhou abaixados com preocupação.

– Harry, vire-se – Niall exigiu. Ele reconheceu o terror em meu rosto e obedeceu.

Ainda olhando para frente, ele perguntou:

– O que está acontecendo?

Antes que pudesse responder a ele, Gemma estacionou em frente à casa dele. Niall tirou nossos cintos para podermos escorregar para o chão, atrás dos bancos da frente.

– Merda – ele sussurrou e pegou seu telefone. – Gemma, desligue o carro. Oi, mamãe. Ouça, a Gemma; por favor ouça isso, Gemma; irá até a porta da frente e você vai atender. Ela vai perguntar se estamos em casa e você vai negar com a cabeça e fazer parecer que está dizendo que já fomos dormir.

– Gemma, por favor, vá.

Gemma, definitivamente perplexo com a situação, obedeceu às suas ordens.

Maura disse algo à Niall. Eu abracei meus joelhos, olhando para ele enquanto meu corpo tremia e meu estômago revirava.

– Mamãe, eu prometo explicar quando chegar em casa. Deixa a porta de trás destrancada. Tchau.

Ele desligou o telefone e observou a cena por entre os bancos. Da minha posição no chão atrás do banco do passageiro, não conseguia ver o que estava acontecendo, mas foi rápido. Gemma voltou ao carro em um minuto, esperando por mais instruções.

– Saia da frente e volte para a avenida no final da minha rua – Niall a guiou. – Vire à direita e então a primeira avenida à direita de novo. Gemma, me avise se o Jeep nos seguir.

Após uma eternidade de angústia, ela disse:

– Não, ele ainda está parado do outro lado de sua casa.

Niall soltou um suspiro de alívio por nós dois. Não conseguia dizer se eu estava respirando.

– Vocês vão me dizer o que está acontecendo? – Harry exigiu, ficando mais frustrado.

Não conseguia me obrigar a falar. Só conseguia olhar para Niall e chacoalhar minha cabeça.

– Quem estava naquele Jeep? – Harry interpelou.

– Minha tia – sussurrei, encontrando minha voz. A admissão de sua presença me causou tontura. O que ela estava fazendo ali?

– Já chegamos à rua? – Niall perguntou.

– Sim – Gemma respondeu.

Niall sentou-se novamente, mas eu não conseguia me mover.

– Tudo ficará bem – Niall me consolou, me puxando pela mão e me obrigando a sentar. Escorreguei pelo couro e me sentei com as mãos trêmulas sobre o rosto. – Ela não nos viu. A vimos do início da rua, antes que ela pudesse ver o carro.

Harry se virou:

– Você não podia sair?

– Eu nunca posso sair. – Não conseguia olhar para ele.

Apoiei-me na janela e fiquei apertando meus lábios com os dedos.

– Pare na casa azul que ainda está construindo. – Niall se inclinou no banco e mostrou o local para Gemma. – Você tem uma lanterna para me emprestar?

– Claro, está no porta-malas.

Eles saíram do carro, me deixando sozinho com Harry.

– O que vai acontecer?

uma razão para respirar - l.s versionOnde histórias criam vida. Descubra agora